Caminhão leva casa inteira de margem de rio para escapar de cheia no AM


JAIRO BARBOSA RIO BRANCO, AC (FOLHAPRESS)

Uma casa inteira foi removida na carroceria de um caminhão por estar ameaçada de desmoronar às margens do rio Purus, na cidade de Boca do Acre, no Amazonas, devido à cheia do leito. A operação na tarde da última quarta (15) envolveu uma equipe de oito operários da prefeitura, um caminhão e um borracheiro.

Macacos hidráulicos foram usados para retirar o imóvel de cima dos pilares, que na região são chamados de barrote. A remoção custou em média R$ 3.000, bancado pelo município.

Maria Aparecida dos Santos, 59, morava há dez anos no imóvel com o marido, seis filhos e dois netos. “A gente não esperava que a prefeitura viria dar esse socorro, porque por muitos anos a gente pediu apoio. Agora estamos indo para um local seguro.”

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Em Boca do Acre, a retirada de casas dessa forma é relativamente comum, principalmente no período das cheias. Mas famílias também mudam de endereço em outras épocas do ano utilizando a mesma tática. Neste caso, de remoção por conta própria, para não vender ou desmontar a casa, o proprietário negocia um terreno em outro bairro e paga pelo serviço que inclui o levantamento usando macaco hidráulico, o transporte no caminhão e a fixação dá casa sobre a nova estrutura.

Segundo Josemar Fidelquino, secretário de Defesa Civil da cidade, a casa foi removida por estar em uma área de risco e que poderia desabar a qualquer momento devido a erosão na margem. Outras famílias na mesma situação serão removidas, diz ele, desde que aceitem desocupar em definitivo a área.

EM ALERTA A cheia do Purus, um dos principais afluentes do rio Solimões e que deságua no rio Amazonas, atingiu 18,12 metros, ultrapassando a cota de alerta que é de 17,50 metros. Em 2014, Boca do Acre enfrentou uma das maiores enchentes de sua história, quando 300 famílias foram removidas para abrigos públicos e 700 ficaram isoladas, atingidas pela alagação. No ano passado, o rio Purus não transbordou e não houve registro de cheia nem de desabrigados.

Fonte: BemParana

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