8 perrengues que todo caminhoneiro já passou

A vida de estradeiro é cheia de desafios e aventuras. Por isso, resolvemos reunir uma lista de 8 perrengues que todo caminhoneiro já passou. Confira os perrengues a seguir e veja se você se identifica com algum deles.

perrengues
Imagem: Arapondoar

1. Passar por um trecho ruim

carro deveria saber sobre caminhoes buraco

Quem nunca teve que rodar por uma estrada ruim? Buracos, pavimentação gasta e muitas vezes até a falta de pavimentação dificultam a vida do motorista e do caminhão.

De acordo com Alexandre Capelli, engenheiro da Iveco, as partes mais afetadas por estradas difíceis são os componentes de suspensão do bruto – eixos, molas, amortecedores, cubos e rolamentos, suportes. Porém, chassi e outros elementos estruturais também podem ser comprometidos. As baterias também podem sofrer deterioração acelerada em função da vibração excessiva.

2. Caminhão quebrado

perrengues caminhao quebrado

Quem nunca ficou na mão por causa de algum problema no caminhão? O motorista pode ser surpreendido por algum imprevisto mas, na maioria das vezes, um caminhão que quebra no meio da estrada já estava dando sinais de algo não ia bem.

Por isso, fazer check-up com certa regularidade e investir em manutenção preventiva pode evitar esse tipo de perrengue, além de te fazer economizar uma boa grana.

3. Fazer gambiarra

perrengues gambiarra

Quando o caminhão apresenta um problema no meio do percurso, muitos estradeiros decidem fazer uma gambiarra para poderem seguir viagem. Quem nunca?

A gambiarra pode salvar o motorista caso o lugar seja perigoso demais de ficar parado ou caso ele precise chegar logo ao seu destino. Mas não vale deixar a gambiarra ali para sempre! O ideal é consertar o caminhão assim que o motorista se encontrar em um lugar seguro e adequado para isso.

4. Perigo de roubo de carga e assalto

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Imagem: TV Globo /Reprodução

Seja durante a noite ou durante o dia, em trechos isolados ou quando o veículo quebra e o motorista é obrigado a parar e aguardar por ajuda – um risco constante que o estradeiro passa é o de roubo de carga e assalto.

A insegurança da profissão preocupa as famílias dos caminhoneiros e tira o sono de muitos. Mesmo que um motorista nunca tenha passado por essa situação, o temor de sofrer um assalto é algo que todo caminhoneiro já sentiu.

5. Veículos mais lentos na estrada

protesto na BR 381
Imagem: Divulgação/Estradas

Quem nunca ficou “preso” por um veículo lento – grande ou pequeno – sem poder ultrapassar? O parceiro Fábio Nunes conta que no trecho da BR 452 entre Itumbiara Goiás e Rio Verde isso é comum.

Ele explica que há uma usina na região de Itumbiara e que os caminhões, que possuem velocidade controlada, chegam a parar a rodovia pelo grande movimento. “Aquele trecho já parou da hora do governo duplicar. É um trecho pouco fiscalizado pela PRF”, relata Fábio.

6. Precisar ir ao banheiro e não ter onde ir

perrengues banheiro

Essa é clássica! As vezes o motorista té encontra um local com banheiro, mas as condições são bem ruins. Infelizmente a falta de estrutura de postos e paradas faz com que muitos estradeiros passem por esse tipo de perrengue.

7. Almoço muito caro

perrengues almoco
Imagem: Guia da Semana

Existem opções de almoço que cabem no bolso do estradeiro. Mas já passou aquele perrengue de não encontrar um lugar em conta e ter de pagar caro pela refeição? Muitos motoristas já passaram.

Para evitar esse problema, alguns pesquisam com antecedência o local que pretendem parar ou levam consigo a caixa cozinha, para prepararem o próprio almoço.

8. Dor nas costas

perrengues dor nas costas

Um caminhoneiro pode passar horas na mesma posição, dependendo da duração da viagem. Essa rotina infelizmente pode causar dores nas costas, um perrengue que todo profissional do volante já sentiu na pele.

O melhor a fazer é tentar prevenir as dores: fazer intervalos de duas em duas horas para alongar o corpo e colocar um apoio no assento do banco podem ajudar, segundo o Detran.

Fonte: Trucão

Túnel de cara nova e obras do pedágio: como está a BR-101, no Litoral Norte

Rodovia é a que apresenta melhores condições dentre as quatro administradas pela CCR ViaSul

Quem costuma trafegar pelo túnel localizado na BR-101, entre Osório e Maquiné, no Litoral Norte, notou uma diferença nos últimos dias. A iluminação do túnel, que antes era feita por luzes amarelas, foi completamente trocada; agora, luzes de LED na cor branca indicam o caminho. 

A mudança foi feita no último mês pela CCR ViaSul, que administra esta e outras três rodovias gaúchas desde fevereiro deste ano. Segundo a concessionária, as luzes de LED foram escolhidas devido a economia, qualidade e durabilidade. Outros pontos também terão a iluminação revitalizada até 2023, incluindo vias marginais. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Telas antiofuscantes logo após o túnel da BR-101Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Logo na saída do túnel, no sentido Osório-Torres, a paisagem da rodovia também sofreu outra alteração: telas antiofuscantes estão sendo colocadas junto a barreiras divisórias da pista. 

Os motoristas que circulam pelo trecho gaúcho da BR-101 também precisarão se acostumar com a ideia de um pedágio na região. A praça, a primeira no trecho, ficará localizada na altura do km 35, em Três Cachoeiras.

Na pista, já é possível notar os primeiros trabalhos para a construção do pedágio – na manhã desta sexta-feira (30), havia retroescavadeiras, rolos compressores e funcionários trabalhando. Perto dali, uma outra cena chamou a atenção da reportagem de GaúchaZH: galinhas d’angola circulavam em bando, próximo das margens da rodovia. Ao perceberem a grande circulação de veículos, retornaram para o gramado, afastando-se da via. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Galinhas tentam atravessar a estradaRonaldo Bernardi / Agencia RBS

Os trabalhos para a construção da praça de pedágio seguirão ao longo dos próximos meses. A cobrança deve começar a ser feita em 15 de fevereiro de 2020, com custo de R$ 4,40 – o mesmo valor que será aplicado em outras rodovias administradas pela CCR. 

Cobrança divide opiniões

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Obras do pedágio em Três CachoeirasRonaldo Bernardi / Agencia RBS

Motoristas que circulam pela região têm opiniões diferentes em relação ao pedágio. Enquanto alguns veem a cobrança como positiva, outros avaliam que ela é injusta.

O caminhoneiro Leonardo Antunes, 38 anos, reconhece as melhoras na BR-101, mas não concorda com a construção da praça de pedágio.

— Para nós (caminhoneiros) é ruim. É muito preço. Já gastamos bastante em pedágio. Acho que nesta região não valeria a pena. Já tem dois na freeway — argumenta.

A opinião é compartilhada por Joelma Dagostin, 41, que trabalha como balconista em um restaurante em Passo de Torres, Santa Catarina.

— Tu paga impostos e não vê o retorno nas estradas. Se é para alguém cuidar das estradas, o governo tinha que deixar as pessoas isentas de impostos. O imposto deveria retornar em alguma coisa – diz a catarinense, que costuma visitar a Serra gaúcha. 

Já o advogado Paulo de Tarso, 62, concorda com a cobrança. O morador de Porto Alegre se divide entre a Capital e o município de Torres.

— Eu venho seguido para Torres, e acho que a rodovia melhorou. Tem sempre obras no local, apesar de alguns pontos onde está desgastada. Sendo uma rodovia em boas condições, não me importo em pagar pedágio. É melhor ter cobrança e ter uma rodovia boa, porque o governo não tem condições de fazer – acredita.

O morador de Triunfo Rhodi Leandro Costa, 53, também não se opõe à construção: 

— Antes a rodovia tinha vários buracos, uma sinalização ruim, e agora já vemos melhora. Se é para ter uma estrada 100%, eu sou a favor do pedágio. Para ter um veraneio tranquilo, vale a pena – argumenta o advogado. 

Rodovia em boas condições 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Dentre as quatro administradas pelo grupo, a BR-101 Né a que apresenta melhores condiçõesRonaldo Bernardi / Agencia RBS

Na manhã desta sexta-feira (30), a reportagem de GaúchaZH percorreu os 87,9 km da BR-101, entre Osório e Torres, concedidos à CCR ViaSul. A avaliação é positiva: dentre as quatro administradas pelo grupo, esta é a que apresenta melhores condições. A BR-101 é duplicada em todo o trecho – as obras foram concluídas em fevereiro de 2011. 

No trecho entre Osório e Terra de Areia, a rodovia apresenta condições melhores. É possível notar que há pontos onde o asfalto foi recentemente recuperado. A sinalização também está em dia, assim como o corte de grama, nos dois sentidos. 

No trecho seguinte, entre Três Forquilhas e Torres, há algumas irregularidades, como asfalto descascado. Não há buracos ou grandes pontos em que a circulação fique prejudicada. 

— Quando vim para cá, há quatro meses, estava horrível. Mas eles (funcionários) estão sempre circulando, trocaram lâmpadas e fizeram recapeamento. Está melhorando — relata o comerciante Luiz Alberto Germano, que vende itens de decoração em uma loja localizada às margens da BR-101. 

A CCR afirma que, neste primeiro ano, está fazendo trabalhos iniciais previstos em contrato, como recuperação do pavimento através dos trabalhos de fresagem, recomposição asfáltica e reparos localizados. Segundo a empresa, 10 equipes estão voltadas aos serviços no trecho, que também incluem capina. 

Em um primeiro momento, as equipes recuperaram o asfalto em parte da rodovia. A partir da próxima semana, os serviços devem se concentrar entre Terra de Areia e Torres. 

O cronograma de investimento pelos próximos 30 anos prevê a construção de cinco acessos, duas interconexões e nove retornos, além de nova iluminação. Além disso, 10 passarelas serão construídas entre 2020 e 2023.

Fonte: Gaúcha ZH

Quais são os seis maiores custos do caminhão

A decisão de adquirir um caminhão envolve também ter de arcar com alguns custos que devem ser levados em conta, principalmente, no momento de negociar um frete. O objetivo é não ter prejuízo no final do mês e também ter condições de manter o veículo sempre competitivo.

No livro Consumo de Combustível, o autor Luiz A. Pigozzo retrata os maiores custos de um caminhão rodoviário. Pigozzo reforça que as porcentagens variam de acordo com a maneira de condução do motorista. Confira abaixo:

6 – Lavagem

Segundo a obra de Pigozzo, a lavagem dos caminhões representa apenas 1% nos custos de um caminhão.

5 – Óleo

A lubrificação e reposição de óleos nos caminhões de uma empresa impacta em 1% no custo de operação.

4 – Arla 32

Utilizado em conjunto com o sistema de tratamento de gases SCR, o reagente químico Arla 32 representa 4% dos custos.

3 – Pneus

Item altamente prejudicado pela má qualidade das estradas brasileiras, o pneu representa um custo de 8% no valor de operação dos caminhões, segundo maior da lista.

2 – Manutenção

Ação que não pode ser negligenciada, a manutenção dos veículos (preventiva e corretiva) implica em 12% nos custos dos pesados.

1 – Combustível

Com incríveis 68%, o custo com combustível é o maior listado nos caminhões. Por conta disso, as fabricantes automotivas mantém a pauta no centro dos esforços para desenvolver as próximas gerações de pesados

Fonte: O Carreteiro

Caminhoneiro fica ferido em Itapeva após tombar veículo em rodovia

Acidente aconteceu na Rodovia Francisco Alves Negrão. Motorista teve ferimentos leves e foi atendido no local.

Um caminhoneiro ficou ferido após o caminhão que dirigia tombar na noite de quinta-feira (29), na Rodovia Francisco Alves Negrão, em Itapeva (SP). O acidente aconteceu no quilômetro 297, entre Itapeva e Itararé (SP).

Ainda de acordo com a polícia, o veículo estava carregado com trigo e a carga foi jogada no canteiro lateral da rodovia. O socorro foi acionado e o homem foi atendido no local.

O motorista teve ferimentos leves e foi liberado. A pista não precisou ser interditada e o trigo será retirado do local.

Fonte: G1

Radares são desativados em áreas de risco em estradas do Rio

Ação do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) foi feita entre terça e esta quarta-feira. Outros equipamentos podem ser desligados

RIO — O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) realizou uma ação desde terça, até esta quarta-feira, que desativou 15 radares em áreas consideradas de risco em estradas importantes de Niterói em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A lista foi feita pelo Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) da PM e foi revisada pelo órgão. De acordo com o DER, a medida adotada pela nova gestão foi tomada em cumprimento à Lei estadual 7.580/17.

Na terça-feira, o primeiro radar foi desativado e retirado, no km 6,7 da RJ-106, Rodovia Amaral Peixoto, no sentido Maricá. Nesta quarta, outros 14 foram desligados entre a Rodovia e a RJ-104. Para não confundir os motoristas, os outros 14 equipamentos que foram desligados nesta quarta-feira e serão removidos, gradativamente, ficarão cobertos por plásticos pretos. A remoção deles acontecerá a partir da semana que vem.

Nesses locais, o departamento também está retirando todas as placas de sinalização que, até então, orientavam os motoristas sobre a existência de fiscalização eletrônica nas duas vias.

Agentes do DER-RJ desativaram 15 radares entre terça e quarta-feira Foto: Gabriel Esteves / DER-RJ / Divulgação
Agentes do DER-RJ desativaram 15 radares entre terça e quarta-feira Foto: Gabriel Esteves / DER-RJ / Divulgação

“O DER está cumprindo a lei, desligando os radares em áreas de risco, o que já deveria ter sido feito. O governo do estado está atento às demandas da população. Onde houver área de risco indicada pelo BPRV, e ratificada pela nossa equipe técnica, haverá retirada de radares”, disse o presidente do DER-RJ, Uruan Cintra de Andrade.

A primeira lista com as localizações dos equipamentos em áreas de risco foi encaminhada ao DER após um encontro, em junho, entre o presidente do órgão e o Coronel Porto, comandante do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), que é a unidade da Polícia Militar responsável por monitorar as estradas estaduais. O mapeamento está sendo feito com base nos indicadores criminais de Segurança Pública. Um 16º radar, incluído na primeira listagem do BPRV, não foi removido pelo DER, por ora, porque fica localizado num cruzamento perigoso. O departamento fará uma análise técnica mais minuciosa, a fim de que seja garantida a segurança dos pedestres. O equipamento fica localizado no KM 13 da RJ-104.

No futuro, informa o DER, com base em novas informações da Polícia Militar, outros equipamentos poderão ser removidos das estradas estaduais, também depois de estudo técnico da Diretoria de Operação, Monitoramento e Controle de Trânsito do órgão, para, assim, darmos continuidade ao cumprimento da legislação.

De acordo com Armando de Souza, presidente da Comissão de Legislação de Trânsito da OAB/RJ, motoristas que estejam com processos de multa ainda em trâmite em algum dos locais considerados de risco, onde o estado retirou as placas, podem pedir a exclusão das multas.

— Se o processo administrativo ainda estiver tramitando, o suposto motorista pode alegar como excludente de sua responsabilidade administrativa ter sido a sua infração de trânsito cometida em área reconhecimente de risco — explicou.

Veja os radares desligados na ação:

– RJ-104, km 1,5, Niterói

– RJ-104, km 3,5, Niterói

– RJ-104, km 3,5, Niterói

– RJ-104, km 6,5, São Gonçalo

– RJ-104, km 6,5, São Gonçalo

– RJ-104, km 9,0, São Gonçalo

– RJ-104, km 18, São Gonçalo

– RJ-104, km 19,5, São Gonçalo

– RJ-106, km 1,6, São Gonçalo

– RJ-106, km 1,7, São Gonçalo

– RJ-106, km 4,5, São Gonçalo

– RJ-106, km 6,7, São Gonçalo (já desligado e retirado)

– RJ-106, km 6,7, São Gonçalo  (já desligado e retirado)

– RJ-106, km 8,0, São Gonçalo

– RJ-106, km 8,0 São Gonçalo

Deputados aprovam lei que pode obrigar que radares sejam divulgados on-line

Nesta quarta-feira, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou em segunda discussão um projeto de lei de autoria deo deputado Thiago Pampolha (PDT), que obriga que informações sobre radares de velocidade nas estradas e rodovias do Estado do Rio sejam divulgados na internet. O texto irá ao gabinete do governador WilsonWitzel, que terá 15 dias para decidir pela sanção ou veto à medida.

A norma valerá para todas as rodovias do Rio, sejam as administradas pelos municípios, Governo do Estado, Governo Federal ou empresas privadas. A medida deverá ser regulamentada pelo Poder Executivo.

Pampolha afirmou que o objetivo é auxiliar os motoristas e evitar multas injustas. “A sinalização de trânsito em nossas vias, de um modo geral, é deficiente e em alguns casos contraditória, deixando muitas vezes o motorista em dúvida sobre qual velocidade passar em determinados trechos. Normalmente, a placa indicadora do limite de velocidade não existe ou é instalada em local inadequado, prejudicando a sua visualização e servindo como verdadeiras armadilhas para os motoristas”, ressaltou.

Fonte: O Globo

Julgamento sobre validade da tabela de frete é adiado no STF

Plenário da Corte analisaria quatro ações sobre o tabelamento do frete rodoviário na próxima quarta-feira (4/9). Decisão dá mais tempo para o governo negociar com caminhoneiros

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, retirou de pauta o julgamento de quatro ações que contestavam a validade do tabelamento do frete rodoviário na Justiça. A análise estava marcada para a próxima quarta-feira (4/9). A Corte ainda não estabeleceu uma nova data para tratar sobre o caso.

Toffoli acatou uma decisão do relator dos processos no STF, ministro Luiz Fux, que havia aceitado o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para que o tema não fosse julgado na primeira semana de setembro. Segundo o governo federal, estão sendo feitas negociações com caminhoneiros para que haja um acordo que agrade a todos os lados.

Em fevereiro, Fux já havia concordado com um pedido da AGU para suspender todos os processos em todas as instâncias judiciais do país que envolvessem questionamentos sobre o tabelamento mínimo do frete.

Antes disso, em dezembro de 2018, o ministro tinha decidido por meio de liminar impedir que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) multasse os transportadores que não seguissem a tabela de fretes. Posteriormente, no entanto, revogou a própria decisão, também a pedido da AGU. 

A tabela foi implementada após a greve dos caminhoneiros, que ocorreu em maio e junho de 2018, causando uma crise de abastecimento no Brasil. Ações que foram apresentadas na Corte questionam medidas provisórias editadas pelo então presidente Michel Temer, já convertidas em lei, que instituem o tabelamento para o transporte rodoviário de cargas. 

Nos processos, os autores questionam se a iniciativa do Executivo viola o princípio da livre concorrência, do livre mercado e da defesa do consumidor.

Fonte: Correio Braziliense

Diretor do Denatran pede exoneração após criticar estrutura do órgão

Segundo Jerry Rodrigues, não há uma estratégia para atingir as premissas estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro

Em uma carta encaminhada à secretaria de Transportes do Ministério da Infraestrutura, o diretor-geral do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Jerry Adriane Dias Rodrigues, pede para deixar o cargo e critica a estrutura do órgão. No documento, a que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, Rodrigues alega que falta estratégia e gestão.

Segundo ele, não há uma estratégia para atingir as premissas estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro e pelo Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões de Trânsito. “Tampouco estou conseguindo estabelecer essa estratégia, a fim de subsidiar o ministro e suas decisões”, argumenta. “Quero deixá-lo à vontade para procurar alguém mais alinhado a sua forma de pensar e de trabalhar. Esta semana faço o meu pedido de exoneração.”

Policial rodoviário federal, Rodrigues tem como padrinho político o deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ), de quem foi assessor até assumir o Denatran, em janeiro. Na carta de três páginas endereçada ao ministério, o diretor agradece pela confiança nele depositada. “No entanto, depois de passados cerca de oito meses (…), sinto que não estou conseguindo responder à altura (…), razão pela qual estou colocando em suas mãos a função de diretor do Denatran pelas razões que seguem”.

Procurado pela jornal, Rodrigues inicialmente disse que “desconhecia essa informação”. Quando a reportagem informou que teve acesso ao inteiro teor do documento, o diretor orientou que sua a assessoria de comunicação fosse procurada. Em nota, a assessoria afirmou que desconhece o documento.

Ao listar razões pelas quais deseja deixar a chefia do Denatran, Rodrigues destaca ainda que, para cumprir sua missão, a relação do Denatran com a União, os Estados e os municípios precisa estar alinhada. “Isso demanda a necessidade de que, efetivamente haja uma visão intersetorial, integrada e estratégica do assunto, o que não me parece estar ocorrendo. Não estou conseguindo avançar.”

Para o diretor do Denatran, as pessoas estão morrendo ou ficando com lesões permanentes por causa da gestão atual do trânsito. Na carta encaminhada ao ministério, ele afirma que, nos últimos dez anos, foram cerca de 400 mil mortos e um número ainda maior de pessoas ficaram dependentes do governo em razão da invalidez. “Esse assunto me motiva e me preocupa. Tenho tentado buscar condições de corrigir os erros e decisões tendenciosas do passado, mas não estou conseguindo.”

No documento encaminhado a seus superiores, Rodrigues diz também que “durante muito tempo este departamento foi disputado, nem sempre para atender interesses republicanos”. “Tenho uma estrutura de pessoal inadequada, insuficiente e com pouca qualificação. As demandas são superiores à capacidade de atendimento. Muitas vezes, assuntos de menor importância estão tomando tempo que deveria, em face da pouca quantidade de pessoal qualificado, ser utilizado para analisar temas relevantes. Muitas resoluções têm mais a cara dos setores interessados na regulamentação do que uma visão estratégica do Denatran.”

Queixas

Desde março, o governo tem sido criticado pela forma como vem conduzindo as políticas de trânsito. O presidente chegou a cancelar um edital que determinava a instalação de 8 mil pontos de radares e cobrar a retirada das estradas de aparelhos móveis. Ainda enviou propostas ao Congresso que afrouxam pontos na CNH e a fiscalização das cadeirinhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Exame.com

Empresas são investigadas por excesso de peso em MG

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou duas ações civis contra duas empresas de Minas Gerais, por excesso de peso no transporte de cargas.

A iniciativa que visa obter ordem judicial para proibir esse tipo de transporte incorre sobre a Supergasbras, que comercializa botijões de gás, e a Vallourec Tubos do Brasil, que atua no setor da siderurgia.

Com o objetivo de inibir a prática do transporte de carga com peso acima do permitido na legislação de trânsito, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou duas ações civis públicas contra duas empresas instaladas em Minas Gerais. A iniciativa que visa obter ordem judicial para proibir esse tipo de transporte incorre sobre a Supergasbras, que comercializa botijões de gás, e a Vallourec Tubos do Brasil, que atua no setor da siderurgia. 

O MPF investigou as empresas e constatou abusos no transporte de mercadorias por parte delas. As apurações apontaram que a Valloreuc realizou 244 operações irregulares, totalizadas em mais de um milhão de toneladas de sobrepeso em um período de seis meses. A Supergasbras, por sua vez, recebeu da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) 579 multas por excesso de peso em um período de 7 anos.

O órgão público federal pediu que as duas empresas sejam condenadas, cada uma, a pagar quase R$ 4,5 milhões de indenização pelos danos materiais causados ao patrimônio público federal, ao meio ambiente, à segurança do tráfego e à ordem econômica. Também solicitou à Justiça a condenação no mesmo valor por dano moral coletivo.

Segundo informações do O Tempo, por meio de nota, a Supergasbras informou que a empresa não vai comentar o caso. Também em nota, a Vallourec afirmou que não se manifesta sobre assuntos que estão em trâmite na Justiça.

Quantidade ‘assombrosa’

Autor das ações, o procurador da República Fernando de Almeida Martins classifica a quantidade de ocorrências como “assombrosa”.

“Não há outra explicação para tantas ocorrências ao longos dos anos, mesmo com as centenas de multas aplicadas pelos órgãos de fiscalização”, relata. O procurador ainda conta que durante a investigação, foi proposto às duas empresas a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta, mas ambas recusaram a oferta.

Somadas as infrações cometidas pelas empresas, o MPF somou o valor dos danos materiais, à segurança do tráfego e à concorrência. No caso da Supergasbras, esses danos somaram R$ 3.779.817,83; os da Vallourec, R$ 1.593.455,46.

FONTE: TRUCÃO

Preço do biodiesel dispara e pode elevar diesel nas bombas

O preço do biodiesel no país disparou e deve impactar o preço final do óleo diesel vendido nos postos brasileiros. No último leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o biodiesel foi vendido, em média, a R$ 2,857, 22,6% acima do verificado no leilão anterior.

A alta ocorre logo após a elevação, de 10% para 11%, do percentual mínimo obrigatório de adição biodiesel ao diesel vendido nos postos, o que amplia o impacto final. O setor alega que a escalada é fruto da elevação da cotação internacional da soja.

Por lei, distribuidoras são obrigadas a adicionar biodiesel no diesel de petróleo antes da venda aos postos. As compras são feitas por meio de leilões organizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) a cada dois meses.

O último leilão foi realizado no dia 19 de agosto, 13 dias após a autorização para elevação do percentual mínimo para 11%. O leilão movimentou 1,14 bilhão de litros, ao preço médio de R$ 2,857 por litro – nos três leilões anteriores, o valor situava-se em torno dos R$ 2,30.

Segundo estimativa do consultor Luis Henrique Sanches, com o aumento da mistura a valores mais elevados, as distribuidoras estão pagando R$ 0,05 a mais por litro de diesel com biodiesel. O repasse aos postos, porém, depende de políticas comerciais das empresas.

A conta considera o preço do diesel de petróleo em R$ 2,15 por litro (valor vigente no Rio de Janeiro). Assim, considerando impostos, o preço do diesel já com a adição do biocombustível pode chegar a R$ 3,10 nas distribuidoras com atuação naquele estado, contra R$ 3,05 no mês anterior.

O aumento ocorre em um momento de relativa estabilidade do preço do diesel de petróleo, após um início de ano conturbado, como ameaças de nova greve de caminhoneiros como a que paralisou o País por duas semanas em maio de 2018. O último reajuste no preço do combustível foi promovido pela Petrobras no dia 1 de agosto, com alta de 3,74%. Antes, em 19 de julho, havia reduzido o valor em 2,15%.

O presidente do conselho de administração da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Carlos Battistella, alega que o aumento de preços segue o mercado internacional e que, no último leilão da ANP, os valores estavam baixos.

“Durante os últimos dois ou três meses, houve um aumento significativo nas matérias-primas, com a valorização do câmbio e dos prêmios em cima da principal matéria-prima, em função da guerra comercial entre EUA e China, e da quebra da safra norte-americana por problemas climáticos”, diz.

Battistella afirma, ainda, que o atraso na implementação do novo percentual de mistura, decorrente de estudos adicionais feitos pelas montadoras, também impactou. “A gente defende que elevações de mistura ocorram na safra, entre março e abril, que é o período em que as empresas estocam e os preços estão mais baixos.”

Ele defende, porém, que mesmo com o alto preço, o aumento da mistura é benéfico ao País, já que o biodiesel substitui diesel importado, que não gera empregos no Brasil. A regra atual permite que distribuidoras misturem até 15% de biodiesel ao produto vendido nos postos.

Embora a Aprobio acredite que percentuais maiores devem ser praticados no Centro-Oeste, onde está concentrada a produção de biodiesel, em outros estados, as distribuidoras devem cumprir os requisitos mínimos para minimizar repasses mais elevados ao preço final.

O País vem elevando a mistura de biodiesel em um ponto percentual por ano. O cronograma prevê que, em 2023, a mistura vendida nos postos tenha, no mínimo, 15%. Battistella diz que a capacidade instalada dará conta do mercado.

O Brasil tem, hoje, capacidade de produção de 8,8 bilhões de litros de biodiesel por ano, e a estimativa de consumo para 2019 é de 5,9 bilhões de litros. “Não significa que daqui a 60 dias o preço ficará nesse patamar, ele pode recuar. Nosso preço efetivamente é a mercado, quando a matéria-prima baixa, ele também baixa”, afirmou.

Fonte: Folha de São Paulo

Estrada Porto Velho-Manaus: Rota de Queimadas e Desmatamento

Reportagem de ÉPOCA percorre BR 319 que cruza a floresta amazônica, um trajeto de 880 km que dá a dimensão dos problemas enfrentados na região

Vista de cima, a Rodovia Álvaro Maia parece rasgar a floresta amazônica para ligar as capitais de Porto Velho e Manaus. Mais conhecida como BR 319, a estrada quase toda de barro se estende ao longo de 880 quilometros entre parques, estações ecológicas, vilas e cidades que povoam o coração do maior estado do Brasil. É também um microcosmo das agressões feitas à floresta que chocaram o mundo, uma rota pontuada por queimadas e pela extração ilegal de madeira. Ao longo de quatro dias, ÉPOCA percorreu boa parte da rodovia.

Partindo de Porto Velho, a reportagem entrou na BR 319 assim que cruzou a ponte sobre o Rio Madeira, um trecho que duraria até a chegada na cidade de Humaitá, já no Amazonas, que também é banhada pelas águas do rio.

Bastante castigada pelas chuvas, a estrada de terra tinha pouco movimento. Araras sobrevoavam o carro e animais atravessavam a pista cercada por uma densa vegetação, que escondia o desmatamento ao redor.

Por trás da parede de árvores, as imagens feitas por um drone registraram os grandes clarões — fruto do trabalho de madeireiros, em sua maioria ilegais, e das queimadas naturais e artificiais que castigam a região durante essa época do ano, marcada pela seca.

Vista de cima, a BR-319 mostra uma série de locais de queimada Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Vista de cima, a BR-319 mostra uma série de locais de queimada Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

A fumaça decorrente do fogo na vegetação está presente em boa parte do trajeto entre as cidades servidas pela BR 319. Nas poucas casas que margeiam a estrada — construídas de madeira de seringueiro — foi possível observar tambem queimadas dentro das propriedades.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Imazon mostraram que 2019 teve um aumento no desmatamento em toda a região amazônica.

Além dos incêndios naturais, a região também é devastada por conta da ação do homem, que usa o fogo para queimar a vegetação local e assim fertilizar o solo. Com isso, as propriedades se tornam aptas à pecuaria e ao cultivo de soja.

A extração de madeira também castiga a floresta do local, especialmente por conta da ação dos chamados “toreiros”, que carregam grandes quantidades de madeira, seja ela legal ou ilegal. Colocada em caminhonetes e caminhões de péssimo estado de conversação — alguns até sem placa — a madeira costuma ser transportada durante a noite.

Os chamados caminhões 'toreiros', que fazem o transporte de toras de árvore Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Os chamados caminhões ‘toreiros’, que fazem o transporte de toras de árvore Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

A prática que conta com pouca regulação faz parte da economia local, como na pequena cidade de Realidade, onde ÉPOCA parou durante o trajeto.

Pólo de madereiros e grileiros, Realidade fica um pouco depois da cidade de Humaitá na direção de Manaus, e é uma das últimas paradas antes da chegada em Igapó Açu, a centenas de quilômetros de distância.

É lá que vive Nilza Francisca Santana, uma das moradoras mais antigas da região. Vinda de Cuiabá, dona Nilza se estabeleceu em Realidade em 1972 após percorrer boa parte da Região Norte de ônibus. Foi na cidade que ela criou seus oitos filhos e, destaca, sem que fosse preciso agredir a floresta.

“Nunca precisei vender um palmo de madeira ou de ouro para criar meus filhos. Nunca vi isso como uma forma de sustento, a floresta já oferece muito para nós”, explica. Ela destaca, porém porém, que a ação dos madereiros, grileiros e caçadores têm transformado a paisagem da região. O que antes era repleto de castanheiras e árvores locais foi dando espaço a pastos vazios. “Estão acabando com tudo”.

Dona Nilza, moradora de Realidade desde 1972 e que chegou antes da construção da BR-319 Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Dona Nilza, moradora de Realidade desde 1972 e que chegou antes da construção da BR-319 Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

ROTA DO DESMATAMENTO

Quase intransponível durante a temporada de chuvas, a BR 319 foi criada na ditadura militar em 1974 como parte de uma série de projetos de integração regional. Originalmente pavimentada, ela ficou abandonada por décadas. O cuidado só voltou após uma concessão do governo de 2015 que permitiu a manutenção de certos trechos da rodovia.

Ainda assim, mesmo esses trabalhos de manutenção levantam críticas por conta de suas técnicas utilizadas. Ao longo do trajeto percorrido era possível observar duas delas, que deixam marcas na floresta que pode levar décadas para se recuperar.

É o caso das chamadas zonas de empréstimos, que são florestas cortadas para que o poder público possa fazer os reparos necessários em um dado trecho da estrada. Como o nome mostra, esses locais devem ter sua vegetação replantada logo após o fim dos trabalhos, o que não acontece sempre.

Trabalhadores que fazem manutenção de alguns trechos da BR-319 Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Trabalhadores que fazem manutenção de alguns trechos da BR-319 Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

Outras técnicas causam impactos ainda mais duradouros. É o caso do assoreamento de igarapés, pequenos rios que cercam toda a região, desviados para a construção ou o reparo da rodovia. A alteração da paisagem local causa o surgimento de pequenas represas que alagam áreas da mata e as deixam inabitável para árvores de maior porte.

Também não são raros os rios que secam completamente e não fornecem a água necessária para o desenvolvimento da vida no local.

De enorme extensão e com poucos fiscais que contam com baixos recursos do governo federal, BR-319 se tornou um dos centros da atividade ilegal na floresta amazônica. Ainda assim, o governo estuda pavimentá-la, buscando intensificar o escoamento comercial na região.

Deputados e vereadores já fizeram o trajeto nos últimos anos em nome da causa, que levanta preocupações da população local e de especialistas, que temem que o asfalto seja utilizado para um aumento do desmatamento e como um facilitador para ações de madeireiros, grileiros e caçadores.

(Colaborou Daniel Salgado)

Fonte: Época