Uma nova blitz de fiscalização de veículos pesados foi realizada nesta segunda-feira (29) no Anel Rodoviário e terminou com 18 veículos autuados com irregularidades. Durante a ação, foram parados na rodovia um total de 21 caminhões, o que indica que 85% de todos os veículos fiscalizados apresentavam problemas.
A informação foi divulgada pela Via 040, concessionária que administra o trecho, que participou da operação juntamente com a Polícia Militar Rodoviária (PMRv). “Essa é a 18ª blitz minuciosa de caminhões e carretas nesse trecho da via. As abordagens serão frequentes e visam à redução dos riscos relacionados ao tráfego de veículos em condições inadequadas”, diz nota divulgada pela empresa.
Entre os principais problemas constatados estão: seis veículos com pneus em estado ruim de conservação; quatro veículos com problemas elétricos; quatro problemas de documentação; um veículo com problema de lacre na placa; um veículo com placa encoberta; um condutor não habilitado.
Nas outras edições desta blitz específica para veículos de carga, realizadas desde dezembro de 2017, já foram fiscalizados 793 veículos e lavradas um total de 544 autuações de trânsito. Durante a blitz, enquanto os policiais da PMRv cuidam da verificação da documentação e outros aspectos criminais, os fiscais da concessionária fazem um “pente-fino” na parte mecânica e elétrica dos veículos.
Nesta busca mais minuciosa são verificados, por exemplo, o estado das bandagens internas dos pneus, itens de difícil avaliação apenas pela inspeção visual. Também é verificada a cuíca do freio, os grampos da carroceria, mangueiras de ar, entre outras coisas.
O setor de transporte, armazenagem e correios criou 16 mil empregos com carteira assinada no primeiro trimestre de 2019. O resultado é 52,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado e o melhor para o trimestre desde 2014 – quando foram criados 24,1 mil postos de trabalho.
O número, que consta do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, é calculado pela diferença entre contratações e demissões.
O desempenho foi influenciado principalmente pelo transporte rodoviário de cargas, que abriu 12,8 mil postos de trabalho no período. Também se destacaram positivamente o rodoviário de passageiros (1,1 mil vagas); o segmento de armazenamento, carga e descarga (mais de 1,8 mil); e atividades relacionadas à organização do transporte de carga (mais de 1,3 mil).
No acumulado em 12 meses (até março deste ano), foram criados 34,9 mil empregos com carteira assinada no setor.
A redução dos acidentes de trânsito é a temática da sexta edição da campanha “Maio Amarelo”, lançada hoje (29), no Detran-MG, em Belo Horizonte, com solenidade e uma blitz educativa na Avenida João Pinheiro, em Lourdes, na Região Centro-Sul de BH, em frente ao departamento de trânsito.
Neste ano, com a abertura da campanha sendo coordenada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em parceria com o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), o lema é “No trânsito, o sentido é a vida”. Por intermédio das peças publicitárias protagonizadas por crianças, sob a assinatura “#ME OUÇA”, a campanha busca incentivar os adultos a ouvirem os conselhos dos mais jovens e a refletirem sobre o comportamento nas vias.
Para a delegada Amanda de Menezes Curty, coordenadora de Educação de Trânsito do Detran/MG, esse pode ser um diferencial da campanha. “As vezes a criança falando o pai fica constragido de infringir uma regra de trânsito diante de um conselho infantil. E tem o lado do pai querer ser sempre o exemplo para o filho”, diz ela.
O especialista em transporte e trânsito, Osias Baptista, destaca que as ações educativas não podem ficar restritas ao Maio Amarelo ou à Semana do Trânsito, que acontece em setembro. É preciso focar em educação o ano todo. “Nós devemos buscar que não morra ninguém no trânsito, porque o trânsito não é uma atividade mortal, é uma atividade do dia a dia das pessoas. Não é correto que as pessoas morram numa atividade dia a dia”, diz ele.
Na ocasião, uma blitz educativa em frente ao Detran-MG foi realizada, assim como um teatro desenvolvido pela Gerência de Educação para Mobilidade da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), com o objetivo de alertar motoristas e pedestres sobre atitudes seguras no trânsito.
Em todo o estado estão programadas ações educativas de trânsito durante o mês, com a proposta de despertar na sociedade a consciência para a questão da segurança viária.
Por que maio? Por que amarelo?
Em maio de 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito, com base em um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente em 178 países. Por isso, o mês de maio se tornou referência mundial para as ações que visam reduzir o número de vítimas no trânsito.
O amarelo simboliza atenção e também a sinalização de advertência no trânsito. Desta forma, o Maio Amarelo tem como objetivo chamar a atenção de motoristas, passageiros, pedestres e ciclistas sobre os impactos sociais, emocionais e econômicos, resultados dos acidentes de trânsito, para assim mudar atitudes.
No Brasil, o Movimento ganhou forma a partir de 2014 e conta com a participação de órgãos públicos, empresas privadas e membros da sociedade civil pela redução de acidentes nas vias do país que, segundo a OMS, é o quarto em número de mortes por acidente de trânsito no mundo.
O governo de São Paulo anunciou em fevereiro uma grande concessão rodoviária, que pretende arrecadar aproximadamente 9 bilhões de reais e abrange pouco mais de 1,2 quilômetro disposto em diferentes rodovias.
Esse é o maior lote já licitado pelo estado de uma só vez e promete proporcionar diversas mudanças em uma série de rodovias paulistas. Essas alterações, por sua vez, provocam alguns efeitos acerca dos caminhoneiros e transportadores que trafegam por essas vias todos os dias.
O processo, que deve ser conduzido pela ARTESP, ainda deve contar com algumas ações até que, de fato, o pacote seja concedido. Apesar disso, é importante ter em mente quais áreas serão concedidas e o efeito de tudo isso para os motoristas.
Qual área deve participar dessa concessão de rodovias?
O lote que será concedido à iniciativa privada contempla 12 rodovias localizadas ao oeste do estado. A malha, que liga uma série de cidades, possui 1,2 mil quilômetros e tem algumas rodovias conhecidas, como a Washington Luís, que atualmente é administrada pela Cetrovias/Artéria.
O restante das rodovias é, atualmente, operado pelo Departamento de Estradas e Rodagem. Confira a lista com todas as estradas que serão concedidas nos próximos meses:
SP-191
SP-197
SP-225
SP-261
SP-284
SP-293
SP-294
SP-304
SP-308
SP-310
SP-331
SP-425
Todas elas participarão de um lote único, ou seja, concedidas a apenas uma empresa ou consórcio. Segundo o vice-governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia, o objetivo é “atrair investimentos para as áreas menos rentáveis.”
Dessa forma, o setor privado seria obrigado a melhorar, de forma significativa, tanto as rodovias que dão lucro, como as que enfrentam problemas e são naturalmente mais custosas.
Quando a concessão das rodovias será finalizado?
O processo está nos últimos passos e nos próximos meses o edital final e as propostas devem sair. Além disso, o contrato deve ser assinado nos últimos meses do ano. Assim, a tendência é que em 2010 as novas regulamentações(explicadas no próximo tópico) já estejam em vigor.
Investimentos em rodovias e pretensões do governo
Para ganhar a concessão, a expectativa do governo de São Paulo é que um consórcio ou empresa ofereça aproximadamente 9 bilhões de reais. Esse valor fornece à iniciativa privada o direito de administrar e cobrar pedágios nestas vias durante os próximos 30 anos.
Ainda segundo o governo, parte do investimento em rodovias deve ser utilizado na duplicação de pouco mais de 400 quilômetros de rodovias estatais. Além disso, o governo ainda impõe que a concessionária instale câmeras de segurança e outras tecnologias capazes de identificar placas e carros, seja para aplicação de multas ou para localizar veículos roubados.
Efeitos dessas concessões aos caminhoneiros
Ao anunciar os prazos para a concessão, o governador do estado, João Dória, garantiu que o valor do pedágio cobrado na Washington Luís deve abaixar cerca de 20%, algo muito positivo para os que passam por essa via todos os dias.
Além disso, existem algumas sugestões do governo que podem entrar em prática e alterar o dia a dia do caminhoneiro. Um exemplo é a possibilidade de oferecer descontos aos motoristas que passam pela rodovia fora do horário de pico. Essa técnica tem como objetivo reduzir congestionamentos e estimular caminheiros a optarem por horários alternativos para a realização dos fretes.
Outra ideia que pode entrar em vigor é a tarifa flexível, ou seja, o valor do pedágio será calculado a partir do total de quilômetros rodados pelo caminhoneiro. Essa medição seria feita por meio das câmeras que devem ser implementadas ao longo das rodovias.
O futuro de outras rodovias
O governo está analisando as concessões de rodovias em SP existentes no estado para investigar quais são vantajosas e quais não estão à altura do mínimo exigido.
Tarifa terá redução de 25,77% em todas as praças da concessionária, de acordo com a determinação do TRF4.
A Justiça determinou que a redução de 25,77% nas tarifas de pedágio em todas as praças da concessionária Caminhos do Paraná passa a valer a partir da 0h desta terça (30).
A determinação é de caráter liminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Com isso, o valor cai de R$ 13,70 para R$ 10,20 nas praças de Relógio, Porto Amazonas e Lapa, e de R$ 12 para R$ 8,90 nas praças de Imbituva e Irati, de acordo com os critérios de arredondamento estabelecidos no Contrato de Concessão.
A concessionária Caminhos do Paraná se posicionou por meio de nota.
“A intimação da decisão monocrática do TRF4 ocorreu de forma eletrônica. A concessionária Caminhos do Paraná, embora respeitosamente discorde dos fundamentos da decisão e do fato de ela ocorrer em sede liminar, irá cumpri-la a partir da 00h do dia 30 de abril.”
Determinação
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) determinou no dia 22 de abril a redução do preço das tarifas cobradas nas praças de pedágio das concessionárias Viapar e Caminhos do Paraná, no âmbito das investigações da Operação Integração I e II.
As reduções de 25,77% para a Caminhos do Paraná e de 19,02% para a Viapar correspondem ao somatório de degraus tarifários obtidos em aditivos recentes mediante pagamento de propina a agentes públicos, conforme o Ministério Público Federal (MPF).
O despacho do tribunal diz que as concessionárias “vêm se locupletando com benefícios indevidos às custas da coletividade desde o início da concessão, a redução tarifária pelo curto período faltante representa um mínimo a ser por elas suportado”.
Investigações
Conforme o MPF, as ações que tramitam na Justiça Federal do Paraná têm como fundamento um esquema criminoso identificado nas investigações da Operação Integração, deflagrada no âmbito da Operação Lava Jato.
Os processos apuram a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato na administração das rodovias federais do Paraná.
As irregularidades, segundo o MPF, começaram em 1999, a partir de quando as concessionárias passaram a pagar propinas para manter a “boa vontade” do governo e dos agentes públicos na gestão das concessões.
O TRF-4 também proibiu a celebração de novos aditivos que beneficiem as concessionárias, no intuito de impedir novos ajustes que suprimam obrigações já pactuadas, como a realização de obras ou a prorrogação de prazo dos contratos.
Um homem que não teve a identidade revelada foi preso em flagrante durante uma ação conjunta da Polícia Judiciária Civil e Polícia Rodoviária Federal (PRF) no último sábado (27.04), onde foi descoberto um desmanche de veículo, em uma zona rural, no município de Diamantino (a 184 km de Cuiabá).
De acordo com a PJC, após uma denúncia os policiais se deslocaram até o local indicado e durante as diligências na propriedade, localizaram um barraco ás margens do rio, local possivelmente utilizado pelos criminosos como base para o desmanche dos veículos. Dentro do barraco, foram apreendidos caixa de ferramentas diversas, chaves de roda de caminhão, um motor, além de outros utensílios e equipamentos utilizados no desmanche dos caminhões.
Também foram encontrados pela equipe várias peças de veículos, como cilindro de oxigênio com equipamento de corte, tanques de combustível, jogo de chicote, pedaços de chassi, travessas recortadas, motores, 10 pneus de caminhão, catalizador, além de dois semirreboques com queixa de roubo e furto.
Sobrevoando a propriedade, a equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) avistou uma caminhonete escondida no meio da mata. Com a informação, a equipe do Garra fez o deslocamento por terra e no local encontrou a caminhonete GM-6100, e uma cabina de caminhão trator Benz Actros, sendo contatada a queixa de roubo e furtos em relação aos dois veículos.
O suspeito encontrado no local disse que o proprietário não estava e que ele era o responsável em sua ausência. Questionado, ele se negou a passar informações sobre os veículos roubados que foram localizados na propriedade.
Diante da situação, ele foi conduzido à Delegacia para prestar esclarecimentos e após ser interrogado foi autuado em flagrante por receptação.
Remuneração teria de ser 50% maior para acompanhar variação da inflação entre julho de 2011 e setembro de 2018
Por trás da queixa dos caminhoneiros autônomos com o preço do diesel, principal custo da atividade, está a grande perda real de renda da categoria nos últimos anos, também relacionada à crise da economia e consequente redução na procura por frete.
Os números que apontam a defasagem no que seria o equivalente aos salários dos profissionais do volante aparecem na comparação de edições de levantamento da Confederação Nacional dos Transporte (CNT), que mostra a evolução do cenário da categoria desde o período de atividade acelerada no país, no início da década, passando pela recessão, até o final do ano passado. Descontente principalmente com o valor que precisa desembolsar com o combustível, a categoria fez uma greve que parou o país em maio de 2018 e, nas últimas semanas, cogitou-se a possibilidade de nova mobilização.
A pesquisa Perfil dos Caminhoneiros 2019 da CNT, que ouviu profissionais das regiões metropolitanas das 12 unidades da federação com maior frota, indica que, em setembro do ano passado, quando foram feitas as entrevistas, a renda mensal líquida média dos autônomos – descontando impostos, encargos sociais, combustíveis, manutenção e outros custos – era de R$ 5.011. O valor é apenas 2,2% superior aos R$ 4.902 apurados na edição da pesquisa de 2011, com dados coletados em julho daquele ano.
Se a renda fosse corrigida pelo IPCA teria de ser R$ 7.519. Ou seja, a renda atual teria de ser 50% maior para empatar com a variação da inflação oficial do país acumulada no período. Em menor magnitude, a defasagem também aparece no faturamento dos motoristas que trabalham no próprio caminhão. Em julho de 2011, era estimado em R$ 13.411. Em setembro do ano passado, em R$ 16.117. Atualizado pelo IPCA, teria de ser R$ 20.526.
O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, lembra que, em regra, o nível de atividade do setor de transporte varia o dobro do PIB, para o bem e para o mal. Quem trabalha por conta, observa ele, é o primeiro a ser atingido quando há queda na procura por frete.
— Grande parte da atuação dos autônomos está relacionada a contratações por empresas maiores. Funcionam como uma suplementação da oferta. Quando a demanda cai para todos, eles são os primeiros a sofrer esse corte — explica Batista.
O diretor lembra que, além da retração da demanda pela recessão nos últimos anos, a categoria foi afetada pela nova política de reajuste de preços dos combustíveis. Após o período do governo Dilma Rousseff em que a Petrobras foi obrigada a segurar aumentos, a chegada de Michel Temer ao poder trouxe a diretriz de acompanhar cotações internacionais e câmbio, levando ao aumento da pressão dos custos. Conforme a série histórica de acompanhamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em julho de 2011 o valor médio do litro diesel no país era de R$ 2,028. Em setembro, R$ 3,605, aumento nominal de 77% – acima da inflação de 53% no período.
O presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Fecam), André Costa, entende que a queda da renda da categoria é reflexo de problemas que se somam nos últimos 30 anos, agravados com a retração da demanda devido à crise e ao aumento dos custos. Para o dirigente, os autônomos começaram a perder quando passaram a ter o serviço intermediado por empresas e cooperativas e, ao longo do tempo, com a inclusão do custo com pedágios e combustível no preço do frete. O resultado da redução das margens, avalia Costa, é uma frota envelhecida que acaba gerando mais gastos com manutenção e combustível, alimentando um círculo vicioso para a categoria. A situação, afirma, leva à necessidade de um mecanismo ligado aos custos que garanta alguma remuneração ao autônomo pelo serviço.
— Precisamos de um gatilho de proteção mínimo para que o motorista possa se planejar, ter uma gestão do negócio. O resto vai depender da economia do país — diz Costa, que também enxerga, hoje, desequilíbrio entre a oferta de caminhões e a necessidade de transporte.
O assessor técnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC Logística), Lauro Valdívia, lembra que o último cálculo do valor do frete, divulgado em fevereiro, mostra defasagem de 13,1% no país. É a diferença entre o custo do setor e o quanto o mercado está pagando pelo serviço. Mesmo que seja um valor apurado para as empresas, também serve de referência para os autônomos, contratados pelas transportadoras.
— O diesel pressiona pontualmente. Tem picos, depois cai. É a crise que fez a demanda pelo frete cair. E, enquanto não tiver demanda, não há piso que resolva — diz Valdívia, referindo-se ao tabelamento do serviço, uma reivindicação da categoria atendida pelo governo federal.
O especialista lembra ainda que, durante o período recessivo, além da queda na necessidade de transportar mercadorias, o mercado foi pressionado pelo aumento do número de caminhões devido à grande oferta de crédito facilitado para a aquisição de veículos, também no governo de Dilma Rousseff.
— Na época, isso não gerou problema. Apenas depois, quando veio a recessão. Hoje, o que pressiona o frete é mesmo a demanda baixa — reforça.
A pesquisa da CNT mostra ainda que, em setembro do ano passado, 66% dos autônomos diziam notar queda na demanda por transporte. No grupo de motoristas de transportadoras, a percepção era um pouco menor: 55%. Entre os principais motivos apresentados pelos caminhoneiros para explicar a redução na busca pelo serviço apareceram a crise econômica nacional, o custo do frete e a maior concorrência.
E as outras categorias?
Embora não seja exatamente o período avaliado, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua mostra que, do primeiro trimestre de 2012 (início da série histórica) até o último trimestre de 2018, a renda real média dos brasileiros subiu 6% – ou seja, superou a inflação. De 2011 a 2018, o salário mínimo teve variação nominal de 76%, e de 16% acima da inflação (INPC). Os motoristas das transportadoras também amargam perdas reais, embora menores do que os autônomos. Em julho de 2011, declararam na pesquisa da CNT renda mensal líquida de R$ 3.166 e, em setembro de 2018, de R$ 3.720, avanço nominal de 17,5%.
Queda no tráfego rodoviário sinaliza para retomada difícil
Se a procura por frete depende da retomada da atividade para voltar a crescer, os últimos sinais são pouco animadores. Na comparação com os meses imediatamente anteriores, o tráfego de veículos pesados nas rodovias pedagiadas brasileiras caiu em fevereiro e março, mostra o Índice ABCR, da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias. Um dos responsáveis pelo indicador, o economista Thiago Xavier, da Tendências Consultoria, dá pistas de que o resultado de abril, a ser divulgado no início de maio, não deve mostrar reação.
— O quadro é de difícil reversão no curto prazo — limita-se a dizer Xavier, quando questionado sobre a tendência.
O economista observa que, apesar do movimento de veículos pesados nas estradas concedidas ser superior a igual período do ano passado, há evidente desaceleração, o que indica retomada mais lenta da economia, afetada por problemas como dificuldades na construção civil e na indústria e a crise na Argentina, que atinge o transporte internacional por rodovias. Sondagem da Confederação Nacional da Indústria sobre o primeiro trimestre aponta queda na produção e no emprego e aumento de estoques, o que indica menor necessidade de transporte de insumos e mercadorias prontas.
O diretor-executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, observa que as expectativas de aumento na procura por frete estão relacionadas à reação da economia o que, por enquanto, está atrelada à reforma da Previdência.
— Isso está se alongando mais do que o previsto. Começamos com projeção de PIB (para 2019) de 2,5% e agora estamos com algo em torno de 1,5%. Talvez se repita o número dos últimos dois anos (1,1%). Esse é o problema.
O assessor técnico da NTC Logística, Lauro Valdívia, relata que, em conversa com os empresários, o que se nota é oscilação da demanda no ano. Depois de janeiro e fevereiro serem considerados bons, março foi ruim.
— O transporte é uma atividade-meio. Vai a reboque do mercado. Leva o produto de quem produz para quem compra. Mas, se não tem quem compre, não adianta — diz Valdívia.
Pelo índice da ABCR, indicador utilizado inclusive no cálculo do PIB pelo IBGE, o tráfego de veículos pesados em março ainda estava 12,5% abaixo do maior nível, observado em abril de 2013, na série livre de efeitos sazonais.
Já parou para reparar como a nossa mobilidade foi muito alterada nos últimos anos? Não dá para negar: o desenvolvimento da tecnologia e a criação de aplicativos ajudam muito no deslocamento com mais facilidade.
A boa notícia é que essa novidade atinge os mais diversos segmentos de motoristas. Prova disso são as várias inovações quando o assunto é aplicativo para caminhoneiro.
Conheça agora algumas ferramentas que não podem faltar no seu aparelho e como elas podem facilitar sua rotina de trabalho. Vamos juntos nessa?
1. TruckPad
Esse aplicativo é focado na rotina do caminhoneiro e ajuda muito na tarefa de trafegar com mais eficiência por aí (principalmente para os que trabalham de forma autônoma). Nada mais natural, já que ele consegue conectar o caminhoneiro com a carga que está transportando, como se fosse um Uber do caminhão.
Esse aplicativo para caminhoneiro conecta os embarcadores com os transportadores, tudo isso a um preço muito justo. E o melhor: o uso do aplicativo é gratuito, um ponto que torna o trabalho bem mais acessível.
2. Waze
Quem vive se deslocando pelas estradas desse Brasil sabe como é importante receber as informações de trânsito e congestionamento em tempo real, não é mesmo? É exatamente isso que o Waze se propõe a fazer!
As informações são alimentadas de forma colaborativa, o que faz com que os próprios usuários sinalizem detalhes como trânsito intenso, rotas alternativas, buracos na via, postos de combustível e outros.
Convenhamos: dirigir pode ser bem mais fácil dessa maneira, não é mesmo? Essa é uma forma de evitar congestionamentos e ganhar mais tempo nas viagens.
3. Google Maps
Com o funcionamento similar ao do Waze, o Google Maps é outra excelente alternativa nesse sentido. A diferença é que ele não tem a função colaborativa, mas também pode ajudar muito na tarefa de traçar rotas, perceber fluxos de trânsito mais intensos e outros detalhes do tipo.
4. Drive Awake
Sejamos francos: dirigir por muito tempo acaba trazendo cansaço e sonolência. Esse é, inclusive, um dos maiores perigos que podemos enfrentar ao volante. O problema fica reduzido se você conta com a ajuda do Drive Awake, uma excelente alternativa de aplicativo para caminhoneiro.
Como fica focado no rosto do motorista, ele emite um alarme sempre que identifica sinais de sonolência — um verdadeiro aliado para quem dirige muito tempo.
5. AccuWeather
O clima é outro fator que interfere diretamente quem fica o tempo todo nas estradas. Essa é exatamente a proposta do AccuWeather: revelar a previsão do tempo no trajeto que o motorista vai percorrer.
Ele traz informações atualizadas de tempo em tempo sobre temperatura, chuvas e outros detalhes do tipo.
6. Mãos no volante
Para fechar a nossa lista com bons aplicativos para caminhoneiros, não poderíamos deixar de falar do Mãos no Volante. Ele ajuda na concentração durante a viagem e evita a tentação de atender uma ligação ou enviar/ler mensagens enquanto dirige.
No final do trajeto, o caminhoneiro recebe pontos segundo o tempo que conseguiu ficar longe do celular e desenvolver uma direção defensiva. Interessante, não é?
Depois de ler este post e conhecer as melhores ferramentas quando o assunto é aplicativo para caminhoneiro, esteja atento e descubra quais são as melhores opções para você. Lembre-se: cuidar da direção é uma das melhores maneiras de cuidar de você também!
Nesta terça-feira (23), a CNT (Confederação Nacional de Transportes) publicou um documento sobre as vantagens de não transportar sobrecargas nas estradas, além de orientar e explicar os riscos para os caminhoneiros e danos causados nas estradas.
tualmente, o transporte de cargas via terrestre desempenha um papel importante para a economia do Brasil, movimentando os setores do agropecuária, indústria e comércio. O modal é responsável por 60% da movimentação de cargas no país, segundo a ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres).
Confira abaixo alguns tópicos sobre os gastos e riscos ao se transportar com excesso de peso:
Infrações e multas
Quando o caminhoneiro decide fazer o transporte da carga em excesso, estará cometendo uma infração prevista na lei n° 9.503/97 nos artigos 99 e 100 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), além de pagar uma multa de nível médio no valor de R$ 130,16 ainda terá quatro pontos na carteira, caso o PBT (Peso Bruto Total), PBTC (Peso Bruto Total Combinado) e peso por eixo forem excedidos.
Confira na tabela abaixo quais são as diferenças de medição para cada tipo de infração.
A resolução n° 258/2007 do CONTRAN prevê acréscimos à multa conforme a quantidade de peso excedido pela lei. Observe os valores abaixo sobre a lei e excesso percentual de peso excedente:
Gasto com combustível
Para o motorista alcançar a mesma velocidade habitual com a sobrecarga, o motor será forçado e portanto irá consumir mais combustível , aumentando os gastos na viagem e agravando ainda mais a situação econômica dos estradeiros.
Sabe-se que, na média, se um veículo com carga dentro do limite percorrer distâncias de até a 6 mil km/mês nas rodovias, calcula-se que 37% do custo total mensal vem do consumo de combustível, segundo a CNT . Agora imagine multiplicar esse valor por conta do sobrepeso. É mais custo para o caminhoneiro.
Impactos ambientais e na saúde humana
Com o maior uso do combustível devido a sobrecarga, aumenta também o efeito estufa e os gases poluentes na atmosfera, causando o aquecimento global, afetando a saúde humana, provocando problemas respiratórios e cardíacos, além de chuva ácida, que causa impacto ambiental nos solos, águas, plantas e lavouras. Este último, poderá gerar prejuízos econômicos no setor primário.
Aumento nos custos operacionais
Atualmente a vida dos estradeiros não está sendo fácil, uma vez que estão enfrentando dificuldades no segmento com os fretes e variação de preço no valor do diesel. Ao optarem por levar excesso de carga nas estradas, estarão sujeitos à danos e prejuízos com o caminhão.
As peças do veículo ficam desgastadas rapidamente, diminuindo a duração estabelecida para o funcionamento regular, além de diminuir o tempo de utilidade do caminhão previsto pelo fabricante.
Os freios acabam se esforçando mais para conseguirem parar o veículo sobrecarregado, principalmente quando se está em alta velocidade nas vias, aumentando o risco de acidentes, além de desgastar as pastilhas, tambor e lona.
Diminuição na segurança
Os motoristas que se arriscarem a levar excesso de carga também estarão colocando em risco suas próprias vidas e a dos demais usuários da via. Todo caminhão é feito para receber um determinado limite de peso dentro das especificações do fabricante. Ao infringir o limite estabelecido, o caminhão passa ser menos seguro, abrindo margem para acidentes de nível médio a grave. Principalmente nas situações de frenagem e mudanças bruscas de direção além de perder a “força” na subida do caminhão prejudicando o tráfego local.
O roubo de cargas no país tem crescido nos últimos anos, especialmente na região sudeste, que concentra 84,68% dos casos.
No ano passado foram registrados cerca de 24,5 mil casos, um aumento de 27,5% em relação a 2015, com prejuízo de mais de R$ 1 bilhão, conforme dados divulgados recentemente pela Associação Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística.
Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, juntos, contabilizam 80,66% das ocorrências.
A região norte aparece em último lugar nessa estatística, apesar de abrigar um grande polo industrial, como a Zona Franca de Manaus.
Foram 237 roubos em 2016, 0,96% do que foi registrado em todo o país. O prejuízo calculado é de 23 milhões de reais.
O primeiro-secretário do Sindicato das Empresas de Agenciamento, Logística e Transportes Aéreos e Rodoviários de Cargas do Estado do Amazonas, Raimundo Augusto Araújo, explica que a posição geográfica da capital amazonense dificulta os roubos no setor.
SONORA: Manaus é situada numa região como se fosse uma grande ilha, que não tem saída rodoviária pra canto nenhum. Pra atravessar a BR-319, Tem que pegar uma balsa, colocar as carretas pra poder atravessar. Como estamos numa ilha, o índice dentro de Manaus é ínfimo. No ano passado foi um registro de roubo de carreta, que foi recuperada, e neste ano não tivemos nenhum registro de roubo de carga no estado do Amazonas.
Segundo Raimundo Araújo, os roubos das cargas produzidas na Zona Franca de Manaus ocorrem mais nos trechos a partir de Porto Velho, em Rondônia, e em Belém, no Pará, mesmo com os investimentos em segurança que, inclusive, refletem no aumento do preço do frete.
SONORA: O transportador faz gerenciamento de risco, transporte em comboio, que é juntar de cinco a sete carretas e colocar uma escolta armada na frente e atrás. Você vai transportar uma carga com custo adicional. Isso de Manaus, ou de Belém ou de Porto Velho para São Paulo, por exemplo, vai levar, no mínimo, quatro dias. Então, você toma todas as providências, mas, mesmo assim, você não está totalmente protegido. Eleva o custo operacional, que vai ser repassado para o tomador do serviço que por sua vez passa para o consumidor final.
De acordo com o secretário do Sindicato, apesar de a região norte ter menos prejuízos com esse tipo de crime, boa parte da carga que é roubada no restante do país, principalmente produtos eletrônicos, sai do polo industrial de Manaus.
SONORA: “Em 2016, mais de 6 bilhões de cargas foram roubadas no Brasil. Desse valor, podemos considerar que, pelo menos, 15% são cargas que saíram da Zona Franca de Manaus”
A expectativa do setor de transporte rodoviário de cargas no Amazonas é de faturar 2% a mais em relação a 2016, um ano que, segundo Raimundo Araújo, foi de estagnação, de fechamento de muitas empresas e de diminuição na quantidade de carretas saindo e voltando para Manaus.