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Gargalos no transporte rodoviário de cargas comprometem a produtividade

O setor de logística é um dos principais indutores do desenvolvimento econômico brasileiro. Entretanto, ainda carece muito de investimentos. Segundo dados da Associação Brasileira de Logística (Abralog), historicamente, o país investe cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, quando os recursos deveriam corresponder a, no mínimo, 5% do PIB. Estamos muito atrás da China, que destina mais de 7% do seu PIB para o setor, e mesmo de outros países latino-americanos, como o Chile, cujos investimentos chegam a 6%.
Analisando a série histórica dos aportes em transportes desde 1975, de acordo com os dados do Ministério dos Transportes, a queda é vertiginosa. “A má qualidade da infraestrutura nacional vem afetando o crescimento e o perfil da indústria e, sobretudo, a competividade da economia, tendo como consequência o aumento dos custos e a redução da taxa de retorno dos investimentos produtivos. O setor precisa de sistemas integrados de transportes e sistemas logísticos eficazes”, avalia a diretora da Mark Messe, Fernanda Skraba.
A empresa promove a 1ª FeinaCoop – Feira Nacional de Negócios para Cooperativas, que acontece de 19 a 21 de setembro, no Expoara, em Arapongas, no Norte do Paraná. Além de uma feira com 8 mil m² de área de exposição e 144 expositores, o evento terá uma programação técnico-científica com Dia de Campo e palestras, entre os assuntos, sobre logística e infraestrutura de transportes, com expectativa de reunir 6 mil pessoas.
No Paraná, a Secretaria de Infraestrutura e Logística afirma que, somente no ano passado, foram investidos cerca de R$ 830 milhões em obras e serviços de manutenção, recuperação e rodovias estaduais. Ao todo, são 12 quilômetros de rodovias asfaltadas, sendo mais de 10 mil de malha rodoviária estadual e 2 mil de estradas federais geridas por concessionárias, além de melhorias em estradas rurais.
“Os números mostram o avanço do Paraná no setor logístico nos últimos anos. Desde 2011 já foram investidos cerca de R$ 2 bilhões na duplicação de rodovias, são obras que contribuíram significativamente para a expansão das cooperativas e que colocam o nosso Estado entre as principais economias do país”, destaca o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
Ainda assim, para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Marcos Egídio Batistella, os aportes são insuficientes. “As rodovias estaduais duplicadas basicamente concentram-se no hub da capital: Curitiba – Paranaguá; Curitiba – Ponta Grossa; um trecho de Cascavel – Foz do Iguaçu e de Maringá – Londrina; e, finalmente, Maringá – Campo Mourão. Planos para duplicação existem, fatos, entretanto, quase nenhum. Nossa expansão rodoviária ocorreu entre 1960 e 1980. Depois deste período, muito pouco aconteceu”, opina.
Para Batistella, os maiores gargalos encontram-se na Região Metropolitana de Curitiba, sobretudo no trecho do Contorno Rodoviário Norte, que permite a ligação da BR-277 com as rodovias PR- 092, PR-090 e BR-476. Estudos também indicam a necessidade de duplicação do trecho da PR-415 que conecta o município de Pinhais ao Contorno Rodoviário Leste (BR-116).
“Estas obras coincidem com o gargalo que existe no eixo de integração do vetor Norte-Sul. Entre os investimentos importantes para o transporte rodoviário de cargas, que possibilitará maior integração latino-americana, está a construção de uma nova ponte de Porto Meira a Foz do Iguaçu, na fronteira Paraguai-Brasil, e a finalização do contorno rodoviário de Curitiba”, argumenta.
Batistella diz que o “o próprio governo reconhece a necessidade da atualização da infraestrutura paranaense, que já está superada e é insuficiente para atender as demandas do Paraná em todas as modalidades”. Para ele, os resultados dessa condição “são a morosidade e onerosidade do atendimento de pessoas e mercadorias, comprometendo a competitividade dos produtos e serviços paranaenses e reduzindo a rentabilidade dos empreendimentos”.
Como alternativa, o presidente do Setcepar sugere a cooperação. “Entendemos que é hora de estabelecer parcerias entre a União, o Estado, os Municípios e os produtores locais para recuperar e manter essas estradas com boa trafegabilidade e drenagem adequada”, defende.

Fonte: Sindivapa

Transporte rodoviário de cargas terá retomada lenta

O estudo Custos Logísticos do Brasil, conduzido pelo ILOS (entidade especializada em logística e cadeia de suprimentos), aponta que o transporte rodoviário de cargas (TRC) voltará a crescer em 2017, porém de forma lenta, com crescimento de 1,9% no ano que vem e de 3% em 2018.
Segundo o ILOS, o principal motivo dessa retomada lenta é que o TRC está diretamente relacionado com o Produto Interno Bruto (PIB) – ou seja, se a economia do país decresce, o setor também encolhe, e vice-versa. Em 2015, o PIB brasileiro teve retração de 3,1% e o TR C recuou 4,6%. A perspectiva é que o PIB tenha elevação de 1,3% no ano que vem e de 2,1% em 2018. Assim, o TRC deverá levar cerca de quatro anos para retomar os números de 2014 (antes da crise econômica).
Outra razão para as dificuldades do setor, de acordo com o instituto, foi a alta nos custos operacionais, que atingiu a marca dos 15% no ano passado. Com a queda na demanda geral por serviços de transporte causada pela desaceleração econômica, esse aumento não pôde ser repassado aos clientes e muitos transportadores passaram a ter saldo negativo.
Custo logístico 
O estudo do ILOS calcula o custo logístico brasileiro, isto é, o quanto os gastos com transporte, estoque, armazenagem e serviços administrativos relacionados à logísticas consomem do PIB. Em 2015, o custo logístico consumiu 12,7% de todas as riquezas produzidas no Brasil – acima do índice de 12,1% em 2014. A alta do custo logístico foi puxada pelo estoque, que subiu 0,6 ponto percentual (representando 4,5% do PIB) devido à recessão econômica – ou seja, com a redução da demanda, a quantidade de produtos estocados aumentou.