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Seterb reduz em 62% o uso de radares portáteis no primeiro semestre de 2019

Mudança na fiscalização da velocidade nas ruas da cidade ocorreu a partir de janeiro. Especialistas divergem sobre a alteração

No primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, o Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transporte (Seterb) reduziu em 62% a fiscalização com o uso de radares portáteis nas ruas de Blumenau. O intuito é substituir esta modalidade de monitoramento com a instalação de lombadas eletrônicas, que serão definidas após estudo técnico, que será finalizado na primeira quinzena deste mês.

Segundo o presidente do Seterb, Marcelo Schrubbe, o estudo vai definir quantas lombadas eletrônicas a mais serão instaladas. Atualmente, 40 pontos na cidade já são monitorados desta forma.

– Não é que paramos de fazer, mas reduzimos a intensidade. Alguns pontos que não há viabilidade de colocar uma lombada eletrônica terão a continuidade no monitoramento com radar portátil. Estamos aumentando o espaço de tempo, uma vez a cada dez dias, em todos os pontos. Todos continuam sendo monitorados, porém com menor frequência – explica Schrubbe.

A especialista em segurança no trânsito Márcia Pontes questiona a redução da fiscalização com radares portáteis antes da implantação das lombadas eletrônicas. Para ela, os motoristas “continuam correndo” enquanto não há a instalação nesses pontos.

– Quando as lombadas vierem não vão educar ninguém, vão apenas condicionar o comportamento. A velocidade está presente na maioria dos acidentes de trânsito, que nunca têm uma causa isolada. As questões de gestão de trânsito devem ser técnicas, ainda que impopulares, porém, devem colocar em primeiro lugar a segurança das pessoas – comenta a especialista.

As vias avaliadas no estudo foram escolhidas mediante o histórico de ocorrências com morte e acidentes graves. Cerca de 60 pontos foram elencados para receber esta modalidade de monitoramento, que de acordo com o Seterb é a última alternativa para a redução da velocidade nestas vias.

– Mudança na sinalização, estreitamento de pista, canteiro, faixa de pedestres, são algumas das várias ações feitas em alguns desses pontos que não surtiram efeito, por isso recorremos ao estudo para a viabilidade da instalação das lombadas eletrônicas. O objetivo futuro de cada lombada é de quando as pessoas acostumam naquele ponto, reduzem a velocidade, com isso ela poderá ser retirada – afirma Schrubbe.

O uso do radar portátil não é uma prioridade para o especialista em trânsito Fábio Campos. Ele defende que para os veículos automotores, o ideal seria a implantação de faixas elevadas nas vias de ligação de bairros, como ruas Amazonas, Bahia, João Pessoa, Água Branca, 2 de Setembro, das Missões e Hermann Huscher, além de lombadas físicas nas ruas transversais.

– As lombadas eletrônicas seriam uma opção para os pontos mais críticos da cidade, além de aumentar a ocorrência de blitze – aponta Campos.

O melhor redutor de velocidade se chama pedal de freio e esta à altura do pé do motorista, mas é uma pena que o condutor não tenha maturidade para isso. A velocidade que emociona é a mesma que mata – Márcia Pontes, especialista em segurança no trânsito.

Novas lombadas em operação

Após a finalização do estudo, com a definição da quantidade de estruturas a serem instaladas, uma nova licitação será feita. Ainda não há como precisar o valor mensal que cada lombada eletrônica vai custar. O Seterb estima que até o fim do ano os equipamentos devem estar em funcionamento.

As estruturas atuais geram um custo de aproximadamente R$ 2,5 mil por ponto de aluguel mensal ao município. A arrecadação com as multas, destinada para operações de trânsito, é que viabiliza este valor para a manutenção desses equipamentos. Até sábado, Blumenau havia arrecadado mais de R$ 10,2 milhões com infrações.

A redução da fiscalização com radares portáteis não impacta no número de agentes de trânsito em atuação nas vias, aponta o Seterb. Isso por que atualmente uma dupla de profissionais faz este trabalho de monitoramento, que será mantido nos pontos em que não houver viabilidade de se instalar a lombada eletrônica.

Até o último sábado, foram arrecadados pouco mais de R$ 10,2 milhões. Ao longo de todo 2018, esse montante foi R$ 22,2 milhões, de acordo com dados do portal da transparência da prefeitura.

Fonte: NSC Notícia