O primeiro turno das eleições 2018 está se aproximando. Você já decidiu em quem votar? Tem um candidato preferido? Seja qual for a sua resposta, nunca é demais obter informações sobre os candidatos à presidência, principalmente no que diz respeito ao setor de transportes, caso você seja motorista estradeiro.
A greve dos caminhoneiros de maio trouxe a atenção nacional para os estradeiros e mostrou como o transporte rodoviário de cargas é importante para o país. Mas o que será que os candidatos pensam sobre o segmento? Será que as propostas de governo estão de acordo com os interesses dos caminhoneiros?
Para responder à essas perguntas, separamos o que cada candidato fala sobre questões que impactam o setor em suas propostas de governo. Continue lendo e entenda os planos de cada um para o transporte brasileiro:
Álvaro Dias – Partido Podemos
Com foco nos temas Sociedade, Economia e Instituições, seu programa de governo não possui citações específicas em relação ao transporte rodoviário de cargas. Ainda assim, o candidato inclui transporte e logística, além de energia elétrica, saneamento, mobilidade e outros entre os setores que terão destaque no investimento em infraestrutura.
Sobre privatizações, o candidato diz ser favorável, porém é contra a venda da Petrobras e diz cogitar a venda das subsidiárias da empresa.
Sobre a Reforma Trabalhista, Álvaro Dias diz ser favorável à flexibilização das relações entre patrões e empregados, mesmo tendo votado contra o projeto de governo em 2017. O candidato também é a favor da Reforma da Previdência, mas acha que antes da reforma o governo precisará promover a transparência sobre o déficit e os custos do sistema.
Veja o plano de governo de Álvaro Dias na íntegra, clique aqui.
Cabo Daciolo – Partido Patriota
O candidato do Partido Patriota possui um item em seu programa de governo destinado exclusivamente à infraestrutura dos transportes no país. No item, ele promete pavimentar 100% das rodovias federais, ampliar hidrovias e ferrovias.
Cabo Daciolo não acredita que a Previdência precise de emenda, sendo contrário à reforma. Ele propõe a cobrança de empresas que devem para o sistema de aposentadorias. Daciolo também é contra a Reforma Trabalhista.
Veja o programa de governo de Daciolo na íntegra, clique aqui.
Ciro Gomes – PDT
O transporte de cargas está incluído no pacote de investimentos prometidos no programa de governo do candidato. Ele ainda pretende investir R$ 300 bilhões por ano em infraestrutura, através de investimento público ou pelo setor privado.
Promete também um plebiscito para revogar a Reforma Trabalhista e acredita que a Reforma da Presidência aumenta a cobrança sobre os mais pobres sem resolver o problema.
Para ele, um novo modelo de aposentadorias baseado em capitalização é a solução. Sua proposta é o de contas individuais: o mesmo valor pago na ativa, somado aos rendimentos financeiros, é o que sustentaria a aposentadoria.
Para conferir o plano de governo de Ciro Gomes na íntegra, clique aqui.
Fernando Haddad – PT
Sobre transportes, Haddad cita em seu programa de governo a recuperação, modernização e expansão da infraestrutura, pretendendo racionalizar a matriz, ou seja, fazer com que o transporte de cargas não dependa majoritariamente do modal rodoviário para funcionar.
Ele também cita fortalecer instituições federais, como o DNIT, para retomar as funções de planejamento e de regulação de rodovias. Em relação a preço do combustível, o candidato do PT não promete nada em seu programa de governo, mas enfatiza sua posição contra a privatização da Petrobras.
Sobre a Reforma Trabalhista, ele promete revogá-la e substituí-la pelo “Estatuto do Trabalho”, uma norma que vai dar mais poder aos sindicatos para organizar modelos de formação dos trabalhadores como estratégia para aumentar a produtividade. Haddad é contra a Reforma da Previdência.
Veja o plano de governo de Haddad na íntegra – clique aqui.
Geraldo Alckmin – PSDB
Alckmin também não possui em seu programa de governo tópicos específicos sobre transporte rodoviário de cargas e o preço do combustível. Porém, no documento, o canditado fala sobre promover o desenvolvimento da indústria 4.0 em áreas que, segundo o partido, já colocam o país em posição líder, como a agroindústria.
Geraldo exclui a Petrobras das privatizações previstas para seu governo e é a favor da Reforma Trabalhista proposta por Temer. Já sobre a Reforma da Previdência, o candidato afirma que o caminho é o fim dos privilégios do setor público, com a adoção de um sistema igual para todos os setores baseado em um teto geral e em regime de capitalização.
Veja o programa de governo de Alckmin na íntegra, clique aqui.
Guilherme Boulos – Psol
Sobre transporte de cargas, Boulos quer construir mais transporte sobre trilhos. Ele também cita em seu programa de governo um planejamento nacional e de longo prazo para incentivar as empresas a criarem fábricas para trens e trilhos dentro do Brasil.
Ele quer reestatizar a Petrobras, sendo contra sua privatização e também pretende reverter o aumento do preço da gasolina e do gás de cozinha. Boulos cita também em suas propostas a influencia do valor do dólar nos preços dos combustíveis e promete diminuí-la, fazendo com que o governo controle os preços dos combustíveis
É contra as reformas Trabalhista e da Previdência. Defende a corte de privilégios do funcionalismo e a cobrança de dívidas de grandes empresas com o INSS.
Para conferir na íntegra o plano de governo de Guilherme Boulos, clique aqui.
Henrique Meirelles – MDB
O plano de governo de Meirelles cita melhorias na infraestrutura do país, assim como outros. Entre suas propostas, ele promete terminar as obras públicas paralisadas e priorizar a retomada das obras que mais trazem benefícios à sociedade.
Ele também quer simplificar o processo de concessões, possibilitando uma desconcentração dos investimentos, tanto em termos regionais como de tamanho.
Para Meirelles, a Reforma da Previdência é inevitável. Para ele, os afetados pela reforma são os que ganham mais e se aposentam mais cedo. Ele também é favorável à Reforma Trabalhista.
Para ver o plano de governo de Meirelles na íntegra, clique aqui.
Jair Bolsonaro – PSL
O candidato do PSL aborda questões em relação ao preço dos combustíveis praticados pela Petrobras, dizendo que os valores devem seguir o mercado internacional até certo ponto. Ele afirma que as flutuações de curto prazo deverão ser suavizadas com mecanismos de “hedge” apropriados.
O programa de governo do PSL não fala diretamente sobre transporte rodoviário de cargas.
Sobre a Reforma da Previdência, Bolsonaro afirma que ela é “grande demais”. Ele ainda acrescenta que estuda a questão e cogita propor mudanças graduais nas aposentadorias. Sobre a Reforma Trabalhista, o candidato é favorável.
Para ver o plano de governo de Bolsonaro na íntegra, clique aqui.
João Amoêdo – Partido NOVO
Amoêdo não fala diretamente de questões como transporte e preço do combustível em seu programa de governo. Sobre a Reforma Trabalhista do governo Temer, ele se posiciona a favor, mas acha que ela pode ser “melhorada”.
João Amoêdo defende a privatização da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa. Para ele, qualquer serviço público pode passar à iniciativa privada. Ele também é a favor da Reforma da Previdência, considerando o atual sistema inviável. Amoêdo acredita que não basta somente ajustar os benefícios e privilégios concedidos aos servidores públicos e militares.
Confira na íntegra o plano de governo de Amoêdo, clique aqui.
João Goulart Filho – PPL
O candidato defende a implantação de um sistema intermodal que aproveite de cada modal suas vantagens. Para ele, o transporte de longa distância deve ser realizado nos modais ferroviário e aquaviário, cabendo ao modal rodoviário, que é mais caro, o transporte em pequenas distâncias.
Goulart filho promete ampliar os investimentos nas ferrovias, hidrovias, na integração entre os modais e também propõe recriar a RFFSA, que em 1996 detinha 22 mil km, correspondente a 73% da malha ferroviária do país.
Ele se posiciona contra as reformas Trabalhista e da Previdência.
Confira na íntegra o plano de governo de Goulart Filho, clique aqui.
José Maria Eymael – Partido Democrata Cristão
O candidato do PDC não possui em seu programa de governo tópicos específicos sobre transporte rodoviário de cargas e o preço do combustível. Ainda assim, em questões de infra-estrutura, Eymael promete priorizar ações do Governo Federal em função de prioridades como energia, estradas, ferrovias e o sistema portuário.
É a favor da Reforma da Previdência e da Reforma Trabalhista.
Para ver o plano de governo de Eymael, clique aqui.
Marina Silva – Rede Sustentabilidade
A candidata propõe aumentar significativamente o número de concessões nos diferentes modais para permitir o aumento de investimentos no transporte. Ela defende uma intervenção para que o transporte de cargas não dependa somente do modal rodoviário.
Marina critica a Reforma Trabalhista e se posiciona contra a medida. Sobre a Reforma da Previdência, a candidata ainda não apresentou um modelo para colocar em prática caso seja eleita. Ainda assim, Marina defende que o déficit na Previdência é inegável.
Veja o plano de governo de Marina Silva na íntegra, clique aqui.
Vera Lúcia – PSTU
Ela também defende o investimento de obras públicas, o que inclui rodovias federais. Sobre privatizações, Vera é contra e não pretende privatizar a Petrobras. Ela também se posiciona contra as reformas da Previdência e Trabalhista.
Confira o plano de governo de Vera Lúcia na íntegra, clique aqui.
Escrito por Pietra Alcântara do Pé na Estrada