A FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores divulgou hoje (2), durante coletiva de imprensa, o desempenho dos emplacamentos de veículos no mês de junho e do acumulado do primeiro semestre de 2019.
De acordo com a entidade, foram vendidos 1.919.047 veículos no primeiro semestre deste ano, entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros, o que representa crescimento de 13,45%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apenas em junho, as 316.475 unidades vendidas representaram alta de 10% ante igual mês de 2018, mas o resultado, se comparado ao mês de maio de 2018, representa queda de 11,7%. Para o Presidente da FENABRAVE, Alarico Assumpção Jr, a queda está, diretamente, atrelada aos dias úteis de vendas. “Em junho, tivemos três dias úteis a menos para emplacamentos, com relação a maio, o que reduziu os volumes. Contudo, as vendas diárias, nesses períodos, cresceram 2,23%, o que nos mostra um cenário positivo, passando de 15.612 unidades, em maio, para 15.961 unidades em junho”, explicou o Presidente da Federação.
Automóveis e Comerciais Leves
Ao final do primeiro semestre, os segmentos de automóveis e comerciais leves, somaram 1.248.899 unidades emplacadas, refletindo em aumento de 10,81%, quando comparadas ao mesmo acumulado de 2018.
Considerando apenas o resultado de junho, as 213.438 unidades emplacadas ficaram 9,44% acima das vendas de igual mês do ano passado, porém, com retração de 8,85% ante maio deste ano. “Em junho, já observamos uma mudança significativa no comportamento do consumidor, principalmente, com relação ao nível de confiança em contrair dívidas de financiamento. E isso está, diretamente, relacionado aos rumos da economia, em função das Reformas pendentes”, argumentou Assumpção Júnior.
Embora os resultados demonstrem crescimento, o Setor da Distribuição de Veículos alerta para um fenômeno atípico, que foi o crescimento, mais acelerado, das Vendas Diretas, na comparação com o desempenho obtido no varejo. “Para termos uma ideia, no acumulado de janeiro a junho, as Vendas Diretas representaram 45,06% dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves, contra 40,04% no mesmo período de 2018. E, enquanto o varejo cresceu 2,15% nesse período, as Vendas Diretas avançaram
23,59%”, alertou o Presidente da FENABRAVE.
Outros Segmentos
O mercado de caminhões registrou alta de 44,93% nas vendas do primeiro semestre de 2019, sobre mesmo período de 2018, totalizando 46.867 unidades. Em junho, os 7.804 caminhões emplacados ficaram 36,2% acima do volume comercializado no mesmo mês de 2018, mas 15,46% abaixo das vendas de maio de 2019. “O mercado de caminhões, mesmo atrelado ao PIB, que vem caindo, manteve o ritmo de recuperação. Contudo, no último mês, observamos algumas postergações de compra, por conta das incertezas políticas, o que gerou retração nas vendas mensais”, comentou Sérgio Zonta, Vice-Presidente da FENABRAVE para o segmento de Caminhões, Ônibus e Implementos Rodoviários.
Seguindo o ritmo de recuperação, observado em caminhões, o segmento de Implementos Rodoviários registrou alta de 58,81% nos licenciamentos do primeiro semestre deste ano, frente a igual período do ano passado, totalizando 30.840 unidades, contra 19.420 emplacamentos registrados em 2018.
Em junho, os emplacamentos somaram 5.248 unidades, marcando alta de 40,81% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas, com retração de 13,54% na comparação com maio de 2019. Na avaliação de Zonta, a renovação de frota tem incentivado as vendas, embora o segmento também tenha sentido impactos das incertezas políticas, que afetaram a economia.
As vendas de Ônibus registraram forte crescimento no primeiro semestre, chegando a 71,36% sobre o acumulado de 2018, somando 12.403 unidades. Segundo Zonta, o “Programa Caminho da Escola” e a renovação de frota de modelos rodoviários e urbanos impulsionaram o mercado.
O segmento de motocicletas apontou avanço de 16% no primeiro semestre de 2019, sobre idêntico período de 2018, totalizando 530.161 unidades. Em junho, foram licenciadas 80.040 motos, 8% a mais do que em igual mês do ano passado, porém, 18,34% menos do que em maio. “Além da quantidade de dias úteis a menos em junho, as vendas de motocicletas estão represadas por conta da falta de produtos. As fabricantes, com falta de componentes, ainda não conseguiram acelerar o ritmo de produção, para acompanhar a nova demanda pós-crise. Com isso, as motos, de até 250 cilindradas, estão sentindo mais esse impacto negativo e esse segmento representa 80% das vendas deste segmento”, explicou Carlos Porto, Vice-Presidente da FENABRAVE para o segmento de Motocicletas.
Para o segmento de Tratores e Colheitadeiras, os dados da FENABRAVE mostram que foram vendidos, de janeiro a junho, 20.750 unidades, numa retração de 0,53% ante igual intervalo do ano passado. Para Marcelo Nogueira, Vice-Presidente da FENABRAVE para estes segmentos, o mercado não deve reagir positivamente, mesmo com os recursos liberados para os programas de compra de máquinas, contemplados pelo Plano Safra. “Embora o setor agrícola tenha projeção de crescimento na área plantada para a próxima safra, os recursos destinados para a compra de máquinas serão insuficientes, novamente. O ideal seria algo em torno de R$ 12 bilhões, mas teremos apenas R$ 9,6 bilhões”, lamentou Nogueira.
Revisão das Projeções para 2019
Com o fechamento do primeiro semestre, e diante dos apontamentos econômicos e políticos da atualidade, a FENABRAVE revisou suas expectativas para o mercado de veículos neste ano.
Para o setor em geral, a entidade projeta crescimento de 9,17%, ante os 10,7% esperados na previsão de abril. Com isso, o mercado total, com exceção de tratores e máquinas agrícolas, que não são emplacadas, deverá somar 3.876.905 unidades.
A previsão para as vendas de automóveis e comerciais leves passou de 11% para 8%, somando agora 2.668.414 unidades. Para caminhões, a projeção que era de 15,4% foi para 17,6%, totalizando 89.885 unidades.
Atrelado às vendas de caminhões, o mercado de implementos rodoviários deve alcançar 55.818 equipamentos vendidos, o que representa alta de 24,9%, contra os 17,1% previstos em abril. As vendas de ônibus devem crescer 19%, com o total de 22.788 unidades, ante a expectativa anterior de 20,19%.
Para o mercado de motocicletas, a FENABRAVE projeta alta de 10,6% e não mais 9,2%, como em abril, alcançando 1.040.000 de unidades. Em abril, a entidade esperava estabilidade para as vendas de tratores e de máquinas agrícolas, contudo, com a revisão dos dados, a projeção, agora, aponta para uma queda de 3,69% para tratores, somando 42 mil unidades, e 5,6 mil colheitadeiras, refletindo em queda de 2,86%.
Fonte: Brasil Caminhoneiro