A privatização da subsidiária de distribuição da Petrobras, a BR Distribuidora, vai contribuir para ampliar a competição no comércio de combustíveis, apesar de não mexer estruturalmente no mercado, avalia o professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ (GEE-UFRJ) Edmar Almeida. A estatal anunciou na noite de terça-feira a venda do controle da subsidiária por meio de oferta de ações.
Como a Petrobras repassou 30% do capital da companhia a um grupo de investidores, não significou a entrada ou o fortalecimento de outros agentes. Com isso, a operação não chega a alterar o número de participantes e concorrentes nesse mercado.
“Um agente integrado tem sempre maior poder de fogo do que o que não é integrado. O que muda é a percepção de risco por parte dos agentes que operam no segmento da revenda. Com mais transparência e uma confiança maior na regra do jogo, o setor de revenda fica mais atrativo a novos players e aumenta a qualidade e a intensidade da competição”, analisou Almeida.
Ele destaca que a Petrobras já tinha aberto o capital da BR, nos anos 90. Anos depois, fechou o capital no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Na presidência de Michel Temer, voltou a abrir e, agora, repassou o controle da empresa. “Essas idas e vindas ocorreram de acordo com a situação financeira e com a evolução da estratégia da Petrobras”, afirmou o acadêmico.
Ainda há questionamentos sobre como a BR vai contribuir com sua estratégia de negócios. “O que é um fato é que a BR é um bom negócio”, acrescenta.