O ano passado já começou com uma visão pessimista. Esperava-se uma queda de 14% do mercado de pesados segundo a ANFAVEA (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores). Mas logo nos primeiros meses ficou claro que o tombo seria maior. Ao final, 2016 fechou com retração de 29,4% nas vendas de caminhão. A situação de outros mercados não foi melhor. Veículos leves caíram 19,8% e ônibus, 33,5%.
Vendas de Caminhão por marca e tipo
Praticamente todas as marcas venderam menos em 2016, porém as que mais sofreram foram Ford e Iveco, que tiveram quedas superiores a 40%. Das grandes montadoras, quem menos sofreu no ano foi a Scania, que caiu 18,7%. Uma possível explicação para o resultado é o tipo de veículo. Scania está mais presente no mercado de pesados, que caiu 18,5%. Já outras marcas como forte participação em leves e médios sofreram com a retração desses setores.
Leves: – 32,1%
Médios: – 39,4%
Semipesados: -37%
Ainda assim, Mercedes-Benz, MAN e Ford foram as montadoras que mais venderam caminhões em 2016. Porém a MAN, que ano passado foi a montadora com maior volume, este ano ficou atrás da Mercedes-Benz. Em 2015 o mercado tinha caído a níveis de 2003. Agora 2016 vai ainda mais longe e fecha com números de 1999. Serão alguns anos até as marcas recuperarem as vendas.
Exportação
Mais uma vez, as exportações seguram parte dos resultados. 2015 já tinha registrado crescimento e em 2016 os resultados foram melhores ainda e o ano fechou com aumento de 24,7%, com 520 mil veículos exportados. Só o mês de dezembro registrou quase 63 mil veículos, um número 36,1% maior que o de dezembro de 2015 e o melhor dezembro da história do País em exportações.
Os números positivos vêm principalmente pelos carros leves, que cresceram 25,7% com 489 mil unidades, em seguida vêm os caminhões, com 21 mil unidades, e por fim ônibus, com 9.760. Já as exportações de máquinas agrícolas caíram 5,7% e fecharam em 9.501 unidades.
Máquinas agrícolas
Se o setor não se destacou nas exportações, no mercado interno foi a “salvação da lavoura”. Foram 42.839 unidades vendidas, com detalhe para o crescimento de colheitadeiras, que fechou o ano com 4.498 unidades vendidas, número 14,8% maior que 2015. Porém tratores, cultivadores e retroescavadeiras apresentam queda. Ao final o resultado geral foi de retração de 4,8%. Pode parecer ruim, ainda mais se pensarmos que este era o nível de vendas em 2007/2008, mas no começo de 2016 a expectativa era de 38 mil unidades, então as 42 mil são, na verdade, um indicativo positivo.
Pelas notícias sobre a safra de 2017 que deve ser recorde, as máquinas devem, mais uma vez, levantar o mercado. Para mostrar a força do segmento, um novo tipo de máquina entra nas medições em 2017, é a colheitadeira de cana, que agora também terá suas vendas divulgadas pela ANFAVEA.
Previsões para 2017
Se ano passado o mercado previa queda, este ano finalmente temos previsões de crescimento. A ANFAVEA espera aumento na venda de todos os tipos de veículos e na produção, vendas internas e exportações. Se for assim mesmo, será a primeira vez que termos crescimento em 4 anos. Os números esperados são:
Tipo | Unidades 2017 | Unidades 2016 | Crescimento |
Total Autoveículos | 2.133 mil | 2.050 mil | 4,0% |
Pesados | 65,6 mil | 61,7 mil | 6,4% |
Máq agrícolas | 49,5 mil | 43,8 mil | 13% |
Texto: Paula Toco
Fonte: Pé Na Estrada