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Empresa não responde por assassinato de caminhoneiro que deu carona

O motorista de transportadora que dá carona sem autorização da empresa afasta o nexo causal entre o dano e a atividade profissional. O entendimento é da 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho, ao negar recurso de familiares de um caminhoneiro que foi assassinado pela pessoa a quem deu carona.

A turma manteve o entendimento que isentou a transportadora de culpa, por considerar que, mesmo exercendo atividade considerada de risco, o caminhoneiro “contribuiu para o evento danoso ao dar carona a terceiros, sem prévia autorização da empresa”.

Na reclamação trabalhista, os dependentes alegaram que a empresa não tomou as medidas necessárias para preservar a vida do ex-empregado, como a contratação de escolta armada ou rastreamento via satélite para o reconhecimento de ocorrências estranhas ou mudança de rota, uma vez que a carga, de álcool etílico hidratado, era de alto valor (avaliada, à época, em mais de R$ 50 mil).

Entretanto, o crime, que aconteceu em 2007, não foi enquadrado como latrocínio devido à ausência de indícios de tentativa de roubo da carga ou dos pertences do caminhoneiro. Ele foi assassinado na área interna de uma usina em São Miguel dos Campos (AL), local que possuía segurança pública e privada, quando parou para abastecer o caminhão.

A transportadora sustentou que a atividade prestada não tinham correlação com o crime, pois o motorista praticou conduta proibida ao dar carona ao terceiro sem autorização.

O Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (SE) isentou a transportadora do pagamento da reparação civil, por considerar que não ficou configurada prática ilícita de sua parte ou nexo com a condição de trabalho. Segundo o TRT, é imprescindível a comprovação do nexo entre o assassinato e o transporte realizado pelo motorista para autorizar a responsabilização da empresa, e a prova dos autos foi no sentido de que o motorista descumpriu os procedimentos da empresa.

No recurso de revista ao TST, os dependentes apontaram violação do artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, defendendo que ficaram configurados os requisitos necessários para a tipificação do acidente de trabalho por responsabilidade da transportadora.

No entanto, o relator, ministro Cláudio Brandão, manteve o entendimento do TRT que classificou a concessão de carona sem autorização da empregadora como causa excludente para afastar o nexo causal entre o dano e a atividade profissional. “Não se pode confundir o risco decorrente do exercício da atividade profissional com o que decorre naturalmente da própria vida humana, denominado risco genérico, e conceituado como aquele a que estão submetidas todas as pessoas, quer no trabalho ou fora dele”, afirmou.

O ministro ressaltou que a responsabilidade do empregador está vinculada a um risco objetivo da atividade que o empregado executa, como, no caso dos motoristas de carretas, acidentes automobilísticos ou assaltos a carga. No caso, porém, o TRT assinalou o hábito do motorista, e de grande número de caminhoneiros, “de dar carona a terceiros, sem ao menos saber o nome da pessoa, conduta temerária tanto para o trabalhador quanto para o empreendimento econômico”. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.

Fonte: Consultor Jurídico

Perigos ao dar carona

Carona na estrada – Uma prática bastante usual no passado, principalmente entre motoristas profissionais, era o hábito de dar carona para viajantes nas rodovias. Fosse para ter uma companhia e bater um papo após horas de solidão dirigindo nas estradas, fosse para ajudar alguém numa situação de necessidade – ou mesmo cobrando alguma coisa para ajudar nas despesas da viagem –, os motoristas embarcavam pessoas desconhecidas em seus veículos e os levavam até qualquer outro ponto do Brasil.

Embora nunca tenha sido uma prática que possamos considerar como segura, os riscos (tanto de oferecer, quanto de pegar carona) intensificaram-se muito nas últimas décadas. Vamos tratar de alguns deles.

Cumplicidade de crimes – Tudo aquilo que pode ser colocado para dentro da cabine por um “caronista”, pode colocá-lo em perigo: armas, drogas, produtos de roubo ou furto, ou mesmo uma pessoa com menos de 18 anos, podem, conforme a situação, levar um motorista inocente à prisão.

Assaltos – O caso mais elementar e que nos vem à mente é o dos assaltos. São inúmeros os relatos de motoristas que são solicitados a dar carona – em muitos casos mulheres são usadas como “isca” – e sofrem o roubo logo após a pessoa que pede carona entrar na cabine

Prostituição na estrada – O mesmo pode ocorrer ao motorista que abriga no seu veículo pessoas em situação de prostituição. É sabido que prostituição nas estradas foi e ainda é muito comum ao longo de todo o País. Basta circular durante a noite nas principais paradas de caminhões para observar pessoas de todas as idades oferecendo sexo não apenas em troca de dinheiro, mas também de drogas e até de alimento.

Há ainda pessoas que oferecem relações sexuais em troca de transporte até um determinado ponto. A carona a uma pessoa em situação de prostituição é uma das mais arriscadas, pois não é raro que a pessoa envolvida com a prostituição às margens das rodovias também seja usuária de drogas e envolvida com o tráfico local. Também há muitas pessoas que se prostituem com menos de 18 anos e que, no entanto, se identificam como sendo maiores de idade para não afugentar os possíveis clientes. Em qualquer um destes casos, em que haja indícios de crime no interior do veículo, se o motorista é flagrado pela polícia ele pode ser responsabilizado e até mesmo preso.

Recomendação da PRF – Nunca se dê carona a pessoas de quem nada se sabe. Na dúvida, se visualizar alguém que precise de ajuda, acione a PRF pelo telefone 191, a Polícia Rodoviária Estadual pelo telefone 190 (se for o caso) ou ainda a concessionária da rodovia, se for uma estrada sob concessão.

Fonte:  Portal o Carreteiro