Números da PRF mostram alta em período que se segue à suspensão da fiscalização com radares móveis, determinada pelo governo. Houve queda nos últimos anos.
Dados da Polícia Rodoviária Federal mostraram um crescimento no número de acidentes em rodovias federais entre agosto e outubro últimos.
O aumento interrompe uma sequência de 4 anos de queda para esse período (veja na tabela abaixo). E coincide com a suspensão da fiscalização por radares móveis nessas estradas, as chamadas BRs, determinada pelo governo em 15 de agosto.
As rodovias federais continuam sendo monitoradas por radares fixos.
Acidentes em rodovias federais entre 16 de agosto e 30 de outubro — Foto: G1
Entre 16 de agosto e 31 de outubro, foram registrados 14.629 acidentes, uma alta de 7,2% sobre o mesmo período de 2018.
O número de mortos também subiu na mesma comparação. Passou de 1.089 para 1.102, um aumento de 1,19%. O volume de feridos também teve alta, de 7,1%, indo de 15.726, em 2018, para 16.843.
Esses índices também vinham caindo desde 2014, nesse período.
Acumulado do ano
Os dados do acumulado do ano continuam apontando para um recuo em relação a 2018, mas em um percentual mais baixo do que o verificado até o início de agosto.
Entre janeiro e 16 de agosto, 40.635 acidentes ocorreram nas estradas federais, o que representou uma queda de 7,22% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Estendendo a comparação até 31 de outubro, foram 55.264 acidentes e a baixa passa a ser de 3,79%.
Radares móveis suspensos
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou um ofício na tarde de 15 de agosto último, determinando o “cumprimento imediato” da suspensão da fiscalização por radares móveis nas estradas federais, as chamadas BRs.
A medida atendeu a uma ordem do presidente Jair Bolsonaro e não vale para radares fixos, que continuam funcionando, e nem para rodovias estaduais e municipais, que não são de responsabilidade da PRF.
Segundo o governo, a suspensão foi para evitar “desvirtuamento do caráter educativo” e “a utilização meramente arrecadatória dos aparelhos”. Ela só vai terminar depois que o uso dos radares móveis for reavaliado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).