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Motoristas de caminhão fazem gambiarra nos freios e arriscam a vida

Uma operação da Polícia Rodoviária Federal do Paraná flagrou caminhões de carga com problemas nos freios. Gambiarras que colocam em risco a vida de quem passa nas estradas.

Na BR-376, entre o Paraná e Santa Catarina, cenas de desespero. O caminhão carregado com bobinas de papel não consegue fazer a curva e tomba, esparramando a carga na pista. No mesmo trecho, mas em um outro dia, uma carreta bate em um carro, quebra a mureta de proteção e se arrasta na pista. São acidentes em série com gigantes sem freio, por falta de manutenção e improviso.

“Isso aqui é uma mangueira isolada, uma mangueira de freio isolada”. Quando a mangueira se rompe, o sistema de frenagem a ar não funciona. Muitos motoristas deixam de fazer o conserto para não gastar dinheiro com oficina nem perder tempo na estrada e amarram a mangueira com um arame ou uma borracha. Uma gambiarra que pode matar.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez uma operação na Serra do Mar, perto de Curitiba, para fiscalizar caminhões com problemas nos freios. No trecho considerado um dos mais perigosos do país, os policiais fizeram um flagrante atrás do outro.

Em um dos casos, as mangueiras de ar estavam rompidas e os freios soltos. “Pode pisar no freio lá que não vai acionar nada aqui”, explica o policial.

Um perigo que policiais e mecânicos nunca tinham visto com tanta frequência. De cada cinco caminhões vistoriados nesta quinta-feira (6), um tinha problemas com os freios. “De uma forma geral, todo esse conjunto está com menos de 15% de freio. Poderia acontecer um acidente grave se ele tivesse descido”, diz o coordenador de tráfego Fernando da Luz.

Os caminhões com irregularidades foram retidos e os motoristas, multados. O motorista do caminhão admite que sabia do risco que corria. “Mas tem que trabalhar, o frete está baixo também, não está fácil manter a manutenção em dia”.

“A economia que o motorista ou proprietário de caminhão faz, adiando a manutenção, não compensa o risco que ele oferece à própria vida de quem está dirigindo e à vida de terceiros”, afirma o policial Fernando Oliveira.

Fonte: Jornal Nacional

Caminhões sem manutenção podem levar risco às estradas

Nas estradas, o perigo é a carga pesada. Caminhoneiros estão deixando de fazer a manutenção dos veículos. Eles culpam a crise e rodam arriscando a vida deles e de outros motoristas.

Segundo a Federação dos Caminhoneiros do Estado de São Paulo, este ano o número de viagens para frete caiu 15% em relação ao mesmo período do ano passado. As oficinas sentiram o efeito disso.

Um estepe completamente careca. E sabe o que é pior? A chance do motorista precisar dele é grande. É que os outros pneus também estão em más condições.

“A gente está rodando assim, porque está feio mesmo a situação, mas vai melhorar, espero que esse país melhore. Não pode parar, porque tem as continhas para pagar”, conta o caminhoneiro Osvaldo Cardoso.

Um grande perigo. No vídeo cedido pela concessionária rota das bandeiras, por exemplo, camadas do pneu de um caminhão se soltam, começa um incêndio e o veículo acaba tombando na rodovia. Por sorte, o acidente não envolveu nenhum outro carro.

Sabendo de tudo isso, o que mais assusta é que não são casos isolados. Hoje, três em cada dez caminhões autônomos que circulam pelas rodovias do estado de São Paulo estão com a manutenção atrasada. Seria um reflexo da crise financeira.

Segundo a Federação dos Caminhoneiros do Estado de São Paulo, este ano, o número de viagens para frete caiu 15% em relação ao mesmo período do ano passado. As oficinas sentiram o efeito disso.

A oficina mostrada na reportagem teve uma redução de 40% no movimento. Tanto que, antes da crise, não havia uma parede. O espaço era maior para abrigar mais veículos.

“Teve que diminuir o barracão, diminuir funcionários, tive que dispensar. Nós éramos em oito funcionários, hoje nós só estamos com três funcionários”, explica o dono da oficina, João Borges.

O consultor automotivo Alan Galusni diz que o risco sempre existe em qualquer veículo sem manutenção, no caso dos caminhões, a preocupação é ainda maior. “Tem a questão da velocidade. Eu preciso parar esse caminhão, eu preciso fazer uma curva, eu não vou conseguir por causa dessa manutenção”, afirma.

O mecânico Onéssimo Silva sabe que muito motorista adia a manutenção o máximo possível. “Se der como andar, ele vai andar. Ele dificilmente vai parar para fazer o que tem que ser feito”, conta.

Difícil é convencer os caminhoneiros que o risco não vale a pena. “Fico empurrando com a barriga, de um lado para o outro. Vai chegar uma certa hora que vai ter que fazer a manutenção, vai ter que botar os pneus, não adianta. Saia de onde sair o dinheiro, tem que se virar”, diz o caminhoneiro Rudimar Vidal.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Falta de manutenção do veículo é infração grave e aumenta riscos à segurança

A falta de manutenção e de conservação do veículo não é um simples descuido. Motorista que não se preocupa em mantê-lo em dia comete infração grave, que soma cinco pontos na carteira de habilitação. A multa, por enquanto, é de R$ 127,69. Mas, a partir de novembro, passará para R$ 195,23.

E o problema não é apenas a infração de trânsito. O responsável pela área de Pesquisa e Desenvolvimento do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), Renato Campestrini, alerta que um veículo malconservado coloca em risco todo mundo no trânsito: “quando se deixa de realizar a manutenção de forma adequada, está se colocando a própria vida e a dos demais usuários da via em risco. Manutenção de freios, pneus, itens de segurança, palheta do limpador de para-brisa, são itens que, num momento de dificuldade, se não estão em dia, pode causar problemas e levar a um acidente.”

Campestrini lembra que, quanto mais idade o veículo tem, maior é a necessidade de cuidados. Segundo o especialista, as revisões devem ser mais frequentes, para verificação, por exemplos, dos sistemas de freios, de suspensão e pneus.

Em 2015, a Polícia Rodoviária Federal aplicou, em média, 75 multas por dia a motoristas que trafegavam em veículos em mau estado de conservação, colocando em risco a segurança viária. No total foram mais de 27 mil autuações.

Fonte: Blog do Caminhoneiro