O motorista deve estar atento ao intervalo correto de troca de óleo para garantir o desempenho do motor e não comprometer a vida útil. O período é definido por cada fabricante. Porém, como alerta Gilson Barbosa, gerente de serviços da Divena Caminhões, concessionária da Mercedes-Benz, há outros fatores que podem comprometer a viscosidade dos lubrificantes, o que resulta em desgaste de peças, comprometendo a durabilidade e o desempenho dos motores, principalmente os movidos a diesel. Sob algumas condições, torna-se necessário realizar trocas de óleo antes do prazo convencional.
Confira alguns fatores
- BAIXA QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL: um dos principais fatores que comprometem a vida útil do óleo e que demandam intervalos menores de troca, particularmente por conta dos elevados níveis de enxofre que contém. “Em contato com a água, o enxofre gera ácido sulfúrico, que acabará por corroer partes importantes do motor”, observa Barbosa.
- RESPEITAR O INTERVALO DE TROCA INDICADO PELO FABRICANTE: o óleo lubrificante evita contato entre suas partes metálicas do motor e reduz desgaste. Elevar o período de intervalo de troca além das recomendações do fabricante expõe o motor a um óleo que perdeu suas propriedades e que não protege as peças do atrito, reduzindo a vida útil e o desempenho e aumento do consumo de combustível.
- TEOR DE ENXOFRE: Barbosa recomenda que, quanto maior o teor de enxofre presente no óleo diesel, o intervalo de troca do óleo lubrificante do motor seja menor. “No caso do óleo diesel S1800, com teor máximo de enxofre de 1800 mg/kg, o intervalo de troca deve ser 15 mil quilômetros. Para óleo diesel S500, o chamado diesel metropolitano, cujo teor de enxofre máximo é de 500 mg/kg, o intervalo de troca deve ser 30 mil quilômetros”, diz. Já para o diesel S10, que contém, no máximo, de 10 mg/kg, e que é obrigatório para os veículos equipados com motores que atendem a legislação Proncove P7, a Euro5, a troca deve ocorrer a cada 45 mil quilômetros. A utilização de biodiesel não altera o intervalo de troca do óleo lubrificante do motor.
Tipos de óleo Lubrificante
Barbosa observa que o constante aumento das potencias e a diminuição das tolerâncias (folgas) internas dos motores diesel mudaram consideravelmente, o que demandou o desenvolvimento de novos óleos lubrificantes. De maneira geral, os óleos lubrificantes são separados de acordo com a sua viscosidade (W). Quanto maior o número na frente da letra W (o famoso óleo grosso), maior a sua viscosidade. Há quatro categorias:
- Óleo Monograu: é o óleo lubrificante mineral com viscosidade única. Há, entre outros, os de 20W e de 40W que, independente da temperatura do motor, manterão sua viscosidade.
- Óleo Multigrau/Multiviscoso: é um óleo lubrificante mineral com viscosidade variável. O 20W40, por exemplo, mantém seu desempenho em baixa temperatura, como um óleo 20W, que reduz o desgaste na partida do motor e funcionamento ainda frio, e também em alta temperatura, com desempenho de um óleo SAE 40.
- Óleo Semi-sintético: obtido a partir da mistura de óleo lubrificante mineral e óleo sintético. Também garante a lubrificação tanto em baixa temperatura quanto em alta, como o 15W40.
- Óleo Sintético: produzido a partir de reações químicas de polimerização de insumos da indústria petroquímica com o objetivo de terem menor viscosidade, como 5W30. Comporta-se da mesma forma quando expostos a variações maiores de temperatura que as exemplificadas acima.