A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, apresentou ontem, 14 de fevereiro, para o Ministério de Minas e Energia, relatório de consenso entre os fabricantes de veículos comerciais não recomendando aumentar o teor de biodiesel no óleo diesel comercial para 15%.
Conforme a nº 16, de 29 de outubro de 2018, do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que determina o cronograma da adição, a proporção obrigatória de biodiesel no diesel aumentará gradativamente dos atuais 10% (B10) para o B15 até 2023.
Pela medida do CNPE, a mudança está prevista para começar a partir de junho deste ano, com o aumento de 10% para 11%. Já partir de 2020, haverá adição de um ponto porcentual anual sempre em março até alcançar os 15%.
Porém, a conclusão dos testes realizados pelas montadoras mostrou que, caso o governo decida aumentar o teor de biodiesel no óleo diesel comercial para 15%, “os veículos poderão apresentar danos ambientais, aumento de custo operacional para o transportador e impactos para a segurança do veículo”.
O comunicado da representante dos fabricantes de veículos automotores, lembra que que os danos se estendem ainda à frota em circulação que não está adaptada para o novo teor de biodiesel.
Entre os resultados obtidos que indicam a não recomendação do diesel B15 constam aumento da emissão de NOx, não atendimento à demanda legal para garantia de durabilidade de emissões previsto pelo Proconve, entupimento de filtro e injetores, aumento do consumo de combustível e desgaste dos componentes metálicos do motor, entre outros.
Ainda de acordo com o relatório da Anfavea enviado ao Ministério das Minas e energias, o conceito adotado para realização dos ensaios foi de dividir os diferentes testes necessários entre as montadoras, uma vez que a quantidade de itens a serem avaliados era grande e a disponibilidade de combustível era limitada. O prazo disponível também era curto e dificultou ensaios mais complexos de longa duração.
No comunicado assinado pelo presidente da Anfavea, Antonio Megale, conta ainda que “os resultados negativos trazidos pelos testes das montadoras – mesmo sendo verificados por poucas empresas – fizeram com que a entidade e todos os fabricantes não recomendassem o aumento do teor de biodiesel no momento.
Megale acrescenta que a indústria automobilística brasileira possui centros de pesquisa e desenvolvimento altamente qualificados e comprometidos em entregar ao consumidor veículos seguros e eficientes. “Testes como esses, realizados pelas montadoras, são essenciais para garantir que os produtos não apresentem problemas no futuro”, concluiu.
Fonte: O Carreteiro