Venda de caminhões deve crescer 18% em 2020


Para montadoras, venda de caminhões em 2020 chegará a 120 mil unidades no Brasil; projeção de bom resultado é atribuído aos sinais de recuperação do nível de atividade da economia

O mercado brasileiro continuará aquecido neste ano e a venda de caminhões deve crescer 18%. Em números absolutos, isso significa 120 mil unidades, segundo projetam as fabricantes.

Será o quarto ano seguido de alta nas vendas. Isso após o setor registrar seu pior momento em 17 anos, com 50,6 mil vendas em 2016, em plena crise econômica.

“Este ano será a consolidação da retomada”, afirma Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO). Também será um ano de importantes novidades. Entre os destaques está o início da produção do primeiro caminhão elétrico e do lançamento do primeiro veículo sem espelhos retrovisores do Brasil.

Em 2019, a venda de caminhões no Brasil chegou a 101,3 mil unidades. A alta em relação ao ano anterior foi de 33%. “Nossa previsão era vender 2 mil unidades a mais, mas mesmo assim foi um crescimento robusto, o dobro do que vendemos em 2016”. A afirmação é do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.

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Expectativa de venda de caminhões anima setor

O aumento esperado para 2020, embora menor que o do ano passado, anima as empresas. O recorde de venda de caminhões foi em 2011, quando foram emplacados 172,8 mil unidades. “Acreditamos que as renovações de frota acontecerão numa velocidade maior e num tempo menor neste ano”, diz Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz. “Isso manterá as vendas aquecidas no País”

Cortes ressalta que a indústria de caminhões é um termômetro da economia e sua crescente recuperação afeta diretamente o mercado. O executivo da Volkswagen vê vários motivos para o ambiente favorável deste ano. Entre os principais estão os indicadores econômicos positivos (PIB de 2,5%, juro baixo e continuidade de reformas). Também há retomada de investimentos em infraestrutura e na construção civil e renovação de frota.

“Muitos frotistas que deixaram de trocar de caminhões na crise vão voltar a comprar”, prevê Cortes. Segundo ele, a idade média dos veículos de grandes empresas normalmente é de três a cinco anos. “Hoje essa idade está entre sete e oito anos, o que é ruim, pois desvaloriza o ativo das empresas.”

Já um programa de renovação oficial de frota, reivindicado pelo setor há vários anos e que envolve ações do governo, como incentivo à troca por veículos mais novos, “depende de outros fatores, inclusive políticos”.

Produção foi prejudicada por exportações

A produção de caminhões cresceu menos que as vendas. A alta foi de 7,5%, com 113,5 mil unidades. Entre os motivos estão a queda de 45% na exportação e o fechamento da fábrica da Ford no ABC paulista.

Por seis meses, o grupo brasileiro Caoa negociou a compra da planta mas, o negócio não foi adiante. No fim do ano passado, o grupo chinês BYD foi citado como interessado, mas não confirmou a informação.

Ao contrário dos últimos anos, cujas vendas foram puxadas pelo segmento de caminhões grandes, usados na mineração e no transporte de grãos, o setor aposta que este ano haverá reação também nas demais categorias, como a de caminhões médios e pequenos para transporte geral de mercadorias.

Venda de caminhões pesados

As vendas de pesados em 2019 cresceram 48,7%, para 51,7 mil unidades. Enquanto isso, as de semipesados e médios aumentaram 30% (23,3 mil e 10 mil). O pequenos registraram queda de 2,6% (11,2 mil).

O Volvo FH ficou no topo da lista dos caminhões pesados mais vendidos do Brasil em 2019. Foram emplacadas 7.219 unidades do modelo da marca sueca no ano passado.

Voltadas ao mercado de caminhões de grande porte, a Volvo e a Scania registram maiores altas de vendas, de 58,3% (16,8 mil unidades) e 47,6% (12,7 mil). A líder Mercedes cresceu 41,6% (29,5 mil) e a VWCO, 32% (26,7 mil), segundo a Anfavea, que contabiliza veículos com capacidade a partir de 3,5 toneladas de carga.

Fonte: Estadão

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