Arquivo da tag: Fiscalização

Motoristas barrados por exames toxicológicos em Minas chegam a quase 800

Nos últimos quatro meses, quase 800 motoristas foram reprovados no exame toxicológico exigido para obtenção e renovação de carteiras C, D e E. Desde março, o teste passou a ser obrigatório em todo o país, mas começou a ser cobrado no Estado apenas em julho, quando a Justiça cassou a liminar que impedia a implantação da medida. Mesmo com um período de cobrança menor do que o aplicado em outros estados, Minas ocupa a quinta posição no ranking daqueles com o maior número de reprovações no exame.
A regra foi criada para garantir mais segurança no trânsito, principalmente nas rodovias. Estudo desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia para o Trânsito Seguro (ITTS) em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) constatou que, de março a julho deste ano, comparativamente a igual período de 2015, o número de acidentes envolvendo caminhões nas estradas federais do país diminuiu 38%, passando de 18 mil para 11 mil.
Desde o início da vigência da lei, foram testados cerca de 650 mil profissionais no país. A taxa de exames positivos ficou em torno dos 9% para os motoristas candidatos a emprego em regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e em 2,5% para os condutores que renovaram as carteiras de habilitação.
“Os níveis de reprovação mostram que muitos motoristas faziam uso de substâncias ilícitas para dirigir durante mais tempo ou por outros motivos. Isso coloca em risco não apenas a vida do próprio condutor, como também das outras pessoas que transitam pelas estradas”, afirma o assessor da Divisão de Habilitação do Detran Minas, Wagner Félix Soares.
Entrave
A princípio, os motoristas mineiros tiveram dificuldades em realizar o exame toxicológico por causa da falta de laboratórios credenciados. Por causa desse motivo, o Detran entrou com uma liminar pedindo que a medida fosse suspensa até a solução do problema. A solicitação, atendida pela Justiça, foi revista no início de julho, quando o teste passou a ser obrigatório em todo o território mineiro.
“Hoje, a principal reclamação das pessoas é com relação ao valor cobrado pelo exame, que deve ser a primeira coisa a ser feita pelo condutor, antes mesmo de ingressar na autoescola, no caso de obtenção de carteira. Mas a regulação desses valores não cabe ao Detran”, explica Soares.
A média mensal de motoristas reprovados no exame toxicológico, que em Minas gira em torno de 200 casos por mês, está dentro do esperado pelo órgão de trânsito. “Não foi registrada uma baixa significativa no número de emissão de novas carteiras ou renovações das categorias C, D e E. E, mesmo a pessoa cujo teste der positivo, pode solicitar uma contraprova e também tentar quantas vezes quiser”, diz Soares.
O exame toxicológico, previsto na Lei Federal 13.103/2015, é cobrado ainda na pré-admissão e no desligamento de motoristas profissionais de todo o país.
Detrans querem expandir teste para todos os condutores
A obrigatoriedade do exame toxicológico, que hoje vale apenas para algumas categorias de motoristas, pode ser expandida para todos. A ideia, discutida pelos Detrans de todo o país, deve ser apresentada ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
“A Associação Nacional do Detrans (AND) está se reunindo para levar propostas de melhoria para o órgão, e uma delas é essa. A gente entende que, já que é para cobrar, tem que cobrar de todo mundo, ampliar essa medida que tem como objetivo a segurança no trânsito, assim todos passariam pelo teste”, afirma o assessor da Divisão de Habilitação do Detran Minas, Wagner Félix Soares.
A AND chegou a se declarar contra a medida imposta pelo Denatran, questionando, inclusive, a eficiência do exame por meio de ações junto à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, o posicionamento da entidade agora é outro, de defesa de ampliação da obrigatoriedade por uma questão de segurança.
No Brasil, a cada hora, cinco pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito e 59 ficam inválidas. Em 2015, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, o trânsito matou 42,5 mil pessoas, deixando 515,7 mil feridos graves. Esses números dão ao Brasil a medalha de bronze da violência no trânsito, ficando apenas atrás da China e da Índia.
Nas estradas federais, os veículos pesados, que respondem por apenas 4% da frota nacional, estão relacionados em 51% dos acidentes com mortes, dos quais 43% envolvem caminhões e 8% ônibus.
O estudo comprovou que esses números elevados são consequência de uma combinação fatal: fadiga, jornadas excessivas e uso de drogas por parte dos motoristas profissionais.

Fiscalização constata irregularidades trabalhistas na rodovia de Marília

Fiscais do Ministério do Trabalho realizaram nesta segunda-feira (22) uma blitz na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, em Marília (SP) e constataram que vários caminhoneiros não cumprem as normas trabalhistas estabelecidas em lei para a categoria. As maiores irregularidades estão no controle das ”jornadas de horas de serviço” e de descanso.

Durante quatro horas, quase cem caminhões foram parados em frente à base da Polícia Rodoviária. A operação dos auditores do Ministério do Trabalho fiscalizou as condições em que os motoristas estão trabalhando. “Estamos verificando o vínculo empregatício, a relação de trabalho, se estão formal ou informalmente trabalhando, além disso estamos vendo o controle de jornada deles”, explica o auditor fiscal Francisco José Rotelli de Mattos.

A maioria dos caminhoneiros viajava sem o controle do registro de horas, um documento obrigatório e que serve para conferir se o descanso está sendo respeitado.

A lei que estabeleceu o controle de horas de trabalho para os motoristas do transporte de carga rodoviário está em vigor desde março de 2015. O problema, de acordo com o MPT, é que ainda são poucas as empresas que fazem o controle da jornada de trabalho e que respeitam o período de descanso dos motoristas.

A lei diz que os motoristas devem descansar trinta minutos a cada seis horas dirigindo. Para as viagens que extrapolam esse tempo, o descanso deve ser de onze horas. “Os motoristas, muitas vezes tem essa noção, sabem da situação, só que muitas vezes, devido a situação deles, acabam sendo forçados a trabalhar sem vinculo empregatício ou muitas vezes com excesso de jornada, porque, eles tem meta a cumprir, eles tem horário pra entregar aquela mercadoria, então eles acabam excedendo a jornada de trabalho em virtude disso”, diz o auditor.

De acordo com a Polícia Rodoviária, esse excesso, coloca a vida dos motoristas em risco. “Todo mundo sabe que o ponto chave no trânsito, o principal, é o condutor. 90% dos acidentes acontecem devido ao condutor. No caso do cansaço, esse é objetivo da norma. Evitar que o condutor, além do respeito da profissão, evitar que o condutor cansado fique desatento e acabe se envolvendo em acidente. Então o principal, é realmente cumpri-la não por causa da profissão, mas principalmente pra evitar que se envolva em acidente de trânsito”, diz o tenente da PR Douglas Dias.

Os motoristas que foram flagrados sem o controle de horas dentro do caminhão e que não tinham vínculo empregatício foram identificados pelos fiscais. As empresas responsáveis pelo transporte da carga serão multadas pelo Ministério do Trabalho.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

PRF realiza mais uma operação de fiscalização do Arla

A Polícia Rodoviária Federal promoveu mais uma operação de fiscalização do uso correto do ARLA 32 nos caminhões. A ação foi realizada entre os dias 06 e 09 de junho na rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo/SP. A AFEEVAS (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul) contribuiu com a doação do “Negro de Eriocromo T”, um reagente químico que em alguns segundos é capaz de informar se o ARLA 32 utilizado é de boa qualidade ou irregular, facilitando assim o trabalho da PRF. Essa ação faz parte de uma série de operações realizadas recentemente pela Polícia Rodoviária Federal, que nos últimos dias atuou também em rotas estratégicas localizadas em Fortaleza e São José dos Campos.

“Queremos auxiliar o processo de fiscalização, tanto por parte da PRF quanto por parte do IBAMA, que estão fazendo um excelente trabalho para alertar, conscientizar e punir quando necessário os motoristas que infringem a lei quanto ao uso correto do ARLA 32”, explica Elcio Farah, diretor adjunto da AFEEVAS que acompanhou a operação de São Paulo.

ARLA32
O ARLA 32, utilizado em veículos de carga com sistema SCR (Catalisadores de Redução Seletiva), é um reagente químico à base de ureia, necessário para atender a fase P7 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE) regulamentado pelo CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que tem como objetivo reduzir a emissão de poluentes na atmosfera.