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Relator diz que vai propor mudanças em projeto do governo que altera Código de Trânsito

Deputado Juscelino Filho (DEM-MA) deve apresentar seu novo texto na próxima terça-feira (26); tema deverá ser analisado em comissão especial até dezembro.

O relator da proposta que altera o Código de Trânsito Brasileiro, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), disse que vai propor em seu relatório, que deve ser protocolado na próxima terça-feira (26), uma série de mudanças na proposta original do governo, apresentada em junho.

Entre os pontos alterados está o que trata do uso da cadeirinha no transporte de crianças. O texto do governo previa mudança na punição pelo transporte irregular de crianças, de multa e retenção do veículo para advertência. O relator retirou a possibilidade de advertência nesses casos e propõe ampliar o uso da cadeirinha.

O deputado propõem ainda novas regras para o sistema de pontos por conta de multas de trânsito e nas normas para a renovação da Carteira Nacional de Habilitação.

O projeto de lei foi apresentado pelo governo federal em junho deste ano. A entrega do texto foi feita pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro. Na primeira etapa de tramitação, na Câmara, a proposição foi enviada para a análise de uma comissão especial.

O projeto recebeu 228 emendas, de 68 deputados. A comissão especial realizou seis audiências públicas com especialistas, representantes do Departamento Nacional de Trânsito e da Polícia Rodoviária Federal.

O relator vai entregar o seu parecer, na semana que vem, com as seguintes propostas:

Transporte de crianças

Ampliação do uso da cadeirinha para o transporte de crianças. Atualmente, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito detalha as regras para o uso de equipamentos adequados para o transporte de bebês e crianças – conhecidos genericamente como “cadeirinhas”.

A resolução determina qual o equipamento apropriado de acordo com a idade: bebê conforto, assento de elevação, cadeirinha. O uso destes equipamentos é atualmente obrigatório até os 7 anos e meio. Entre 7 anos e meio e 10 anos, as crianças devem ser transportadas no banco traseiro, com cinto de segurança.

O relator quer que o uso do equipamento ocorra até os 10 anos, ou para crianças com até 1,45m de altura. O deputado Juscelino Filho explicou que, desta forma, atende a recomendações de especialistas na área de trânsito.

O texto original do projeto do governo prevê mudança na punição para o transporte irregular de crianças. Segundo o projeto, “a violação do disposto no art. 64 será punida apenas com advertência por escrito.”

Isso quer dizer que a advertência poderá substituir a multa e a medida administrativa (retenção do veículo) aplicadas atualmente.

Renovação da CNH

O projeto do governo previa a ampliação da validade das carteiras de habilitação de cinco para 10 anos. Para idosos, a CNH passaria a ter de ser renovada a cada cinco anos, e não mais a cada dois anos e meio.

O relator faz uma nova escala para a renovação do documento:

  • Motoristas entre 18 e 40 anos poderão renovar a CNH depois de 10 anos;
  • Motoristas entre 40 e 70 anos terão CNH válida por 5 anos;
  • Motoristas com mais de 70 anos poderão renovar com três anos.

Exame toxicológico

A proposta original previa o fim do exame toxicológico para motoristas profissionais (de ônibus ou caminhões, por exemplo). O relator manteve a necessidade de exames para a renovação da CNH. A lei que prevê a obrigatoriedade do exame é de 2015.

Pontos na CNH

A proposta do Executivo previa, inicialmente, o aumento, de 20 para 40, no limite de pontos que um motorista pode acumular antes da suspensão da CNH. A medida valeria para todos os motoristas.

O relator estabeleceu uma escala de pontos, de forma a beneficiar motoristas que dirigem com responsabilidade.

  • Se o motorista não tiver nenhuma infração gravíssima, poderá ter até 40 pontos na carteira;
  • Se o motorista tiver uma infração gravíssima, poderá alcançar até 30 pontos na carteira;
  • Se o motorista tiver duas infrações gravíssimas, poderá ter até 20 pontos na carteira, antes da suspensão.

Relator

O deputado Juscelino Filho afirmou que o projeto busca proteger a vida e estimular a segurança no trânsito.

“A grande preocupação nossa é justamente legislar colocando isso em primeiro lugar: a proteção à vida, a segurança no trânsito e a redução no número de acidentes. Depois a gente vai avaliar o impacto de custo, de cidadão, e outros itens que foram levantados”, disse o deputado.

O parlamentar considerou que o transporte de crianças no equipamento adequado é fundamental para a segurança no trânsito.

“A gente viu dados lá nas audiências públicas já altíssimos, um número grande de crianças que faleceram em acidentes de trânsito por não estarem utilizando a cadeirinha. Então, observamos estudos, analisamos os dados e vimos a importância da cadeirinha”, disse.

Tramitação

Depois de apresentado o parecer, os deputados ainda podem apresentar novas emendas ao projeto. O tema deve começar a ser debatido na comissão especial no começo do mês.

O relator espera que o projeto seja votado até a primeira quinzena de dezembro, antes do recesso. Se aprovado na comissão especial, o texto pode seguir direto para o Senado, se não houver recurso para a votação no plenário da Câmara.

Fonte: Auto Esporte

Novas regras para tirar CNH começam a valer em setembro

Entre as mudanças estão o simulador se tornar facultativo e a redução de aulas práticas noturnas

uso facultativo do simulador nas aulas de direção e a obrigatoriedade de apenas uma hora noturna de aula prática são mudanças que começam a ser implementadas em setembro no Brasil. Segundo texto publicado no DOU (Diário Oficial da União) em 17 de junho deste ano, as novas regras entram em vigor meados do mês, 90 dias após a publicação da decisão. 

Simulador

A partir da mudança, os candidatos a condutores vão poder escolher se querem ou não utilizar o simulador durante as aulas. A nova regra determina que, ao optar pelo uso do equipamento, o aluno deve realizar aulas de, no máximo, 50 minutos, antes das aulas práticas em veículo.

Alguns dos temas que devem ser abordados durante o uso do simulador são ligar o motor e controle de faróis. No caso dos alunos que desejam tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) na categoria B, usada na direção de carros de passeio, é possível optar pela realização de até cinco horas/ aula em simulador, desde que disponível no CFC (Centro de Formação de Condutores).

O texto também determina que o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) implemente o “procedimento de acompanhamento do uso de simulador no país, a fim de avaliar sua eficácia no processo de formação do condutor”.

O advogado João Paulo Martinelli afirma que as mudanças nos simuladores não serão tão impactantes, já que considera que a prática na rua é a que traz a experiência necessária. “O simulador poderia ser um complemento, as aulas práticas que são o verdadeiro teste”, afirma.

Em junho, depois do anúncio do governo sobre as mudanças, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse que o equipamento não tem eficácia comprovada.

“O simulador não tem eficácia comprovada, ninguém conseguiu demonstrar que isso tem importância para formação do condutor. Nos países ao redor do mundo, ele não é obrigatório, em países com excelentes níveis de segurança no trânsito também não há essa obrigatoriedade. Então, não há prejuízo para a formação do condutor”, disse.

Aulas noturnas

Segundo a regra atual, os condutores precisam fazer pelo menos 25 horas/aula, sendo pelo menos duas noturnas. A partir de setembro, os brasileiros que vão tirar a CNH pela primeira vez para as categorias A (motos e triciclos) e B precisam fazer, no mínimo, 20 horas/aula, sendo pelo menos uma delas no período noturno.

Para a obtenção de ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor), serão necessárias cinco horas/aula, das quais pelo menos uma deve ser noturna.

Já os condutores que querem adicionar uma categoria na CNH precisam fazer, no mínimo, 15 horas/aula, também sendo uma noturna.

Martinelli considera a redução das aulas noturnas preocupante. “Deveria aumentar o período mínimo noturno, porque a condução a noite é bem diferente [da diurna]”, afirma.

Educação no trânsito

Martinelli diz que a maior parte dos crimes envolvendo trânsito acontecem por falha humana. “É fundamental ter a educação de trânsito. Não só para quem vai tirar a habilitação, mas desde criança, porque o pedestre tem que ter esse cuidado também”, diz.

O especialista diz que “não adianta só naquele curto período que o candidato a condutor frequenta a escola. Ali é um ensino mais focado para conhecer as regras para ser aprovado no teste”, afirma.

Decisão do TRF4

O TRF4 (Tribunal Regional da 4ª Região) determinou no dia 26 de agosto deste ano, em decisão liminar, que o simulador de trânsito deve continuar como obrigatório para as autoescolas do Rio Grande do Sul. 

A liminar atende a um recurso do SindiCFC-RS (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado do Rio Grande do Sul) e  vale apenas para os CFCs filiados. 

Fonte: R7