A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) acaba de divulgar a 7ª edição da Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros com dados sobre a rotina, dificuldades e principais demandas desses profissionais. Participaram da pesquisa – realizada entre os dias 28 de agosto e 21 de setembro de 2018 – mais de mil motoristas do todo o Brasil. Desse total, 714 são autônomos e 352 empregados de frota.
A pesquisa revelou que o mercado de trabalho ainda é predominantemente masculino, 99,5% dos profissionais são homens e com idade média de 44,8 anos. Eles ganham cerca de R$ 4.600 por mês e trabalham há 18,8 anos. Os caminhões utilizados têm idade média de 15,2 anos, sendo que, dentro do universo dos autônomos, 47% adquiriram os seus veículos através de financiamento.
Em relação a rotina, a pesquisa revelou que os motoristas chegam a rodar mais de nove mil quilômetros por mês, trabalham 11,5 horas por dia e entre 5 e 7 dias por semana. Apesar do desgaste da profissão, motoristas parecem estar mais preocupados com a saúde, já que e 42,6% buscam profissionais da área em busca de prevenção. Além disso, os profissionais do volante estão mais conectados, pois a pesquisa indicou que 87% utilizam a internet.
Outro dado bastante relevante diz respeito ao ano de 2018, que , segundo relatou a maioria, foi um ano bem negativo. Do total de entrevistados, 62,9% disseram que a demanda de trabalho diminuiu. Entre os pontos negativos da profissão, estão o fato de ela ser perigosa/insegura (65,1%) e desgastante (31,4%) e de comprometer o convívio familiar (28,9%).
Os assaltos e roubos também aparecem na lista de dificuldades de pelo menos 64,6% dos caminhoneiros entrevistados. Cerca de 7% deles relataram que já tiveram o veículo roubado pelo menos uma vez nos últimos dois anos. Além disso, 49,5% desses profissionais recusaram a viagem por conta do risco de roubo/assalto durante o trajeto.
Os trabalhadores também destacam como ameaças à profissão no futuro o baixo ganho (50,4%), a baixa qualidade da infraestrutura (20,9%) e a ausência de qualificação profissional adequada (15,6%).
O custo do combustível aparece como o segundo maior entrave vivenciado pelos motoristas (35,9%). A queda no preço dos combustíveis continua a ser o maior pleito dos caminhoneiros. No total, 51,3% consideram essa a maior demanda da categoria. Em segundo lugar, está a necessidade de mais segurança nas rodovias (38,3%), seguida de financiamentos oficiais a juros mais baixos para a compra de veículos (27,4%) e do aumento do valor do frete (26,2%).
Apesar de todas as dificuldades inerentes a profissão, os motoristas ainda relatam pontos positivos como conhecer cidades e países (37,1%), ter a possibilidade de conhecer pessoas (31,3%) e possuir o horário flexível (27,5%).
Fonte: O Carreteiro