VW estuda vender marcas para fazer caixa


Escaldada pelos efeitos do Dieselgate, o escândalo da fraude nos testes de emissões de poluentes em seus motores a diesel, a Volkswagen está revendo suas estratégias de crescimento. O CEO da montadora, Matthias Mueller, está repensando como as 12 marcas do grupo podem efetivamente se encaixar num cenário em que motores elétricos desempenham um papel cada vez maior.
Uma das medidas avaliadas é a possível venda das marcas Ducati, Scania e MAN. As transações significariam uma geração de caixa mais que bem-vinda neste momento em que o grupo sofre sanções financeiras pesadas por conta do Dieselgate. A VW já separou US$ 18,2 bilhões para cobrir os custos com multas e reparação dos 11 milhões de veículos que receberam os softwares fraudulentos.
Um analista do setor comentou à agência Bloomberg que o timing para a venda das marcas Scania e MAN, ambas de caminhões, não poderia ser mais apropriado, já que a demanda de veículos comerciais na Europa está em alta. Além disso, as motos da Ducati são bastante cultuadas, o que também sugere que uma transação envolvendo a marca italiana traria um bom dinheiro aos cofres do grupo.
Outra ideia da Volkswagen é concentrar todos os seus fabricantes de componentes em uma única entidade, como a General Motors fez com a Delphi e a Ford, com a Visteon. Isso resultaria em uma empresa com cerca de 70 mil funcionários em 24 fábricas e traria um ganho sensível de eficiência e economia no processo industrial.
Essa não é a primeira vez que a Volkswagen cogita se desfazer de algumas de suas marcas. Em dezembro do ano passado, um relatório da agência Reuters indicou que o grupo venderia a MAN e mais uma marca entre Bentley, Lamborghini e Ducati, caso não conseguisse honrar o empréstimo de US$ 21 bilhões que havia contraído.

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