Arquivo da tag: bafômetro

Etilômetro passivo: entenda o novo bafômetro que aumentou multas em 38%

O uso de um novo bafômetro ajudou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a ampliar em 38% entre 2017 e 2018 o número de motoristas que foram flagrados dirigindo embriagados pelas rodovias federais de São Paulo. Se trata do etilômetro passivo, que passou a ser usado no ano passado.

O equipamento é um pequeno bastão que capta a presença de álcool no ar e não exige do motorista assoprar um bocal. A ponta é luminosa e brilha na cores vermelha, se houver presença de álcool, e verde, se não houver.

Porta-voz da PRF em São Paulo, Tibério Freitas explicou que o bafômetro passivo é um “coadjuvante”, mas que tem garantido mais eficiência e agilidade às fiscalizações.

“A vantagem é que o aparelho é muito rápido e permite que seja utilizado novamente de forma quase imediata, sem que o policial precise fazer um autoteste ou a limpeza do bocal. Com isso, conseguimos fazer uma triagem e, nos casos indicados, submetemos o motorista ao etilômetro convencional, que é mais preciso e imprime o resultado.”

Em 2017, a PRF multou 1.397 motoristas que foram flagrados bêbados nas rodovias federais paulistas. No ano passado, o primeiro com o “novo bafômetro”, o número saltou para 1.930.

Dá para recusar o teste?

O teste com o etilômetro convencional pode ser recusado. Mas é considerada uma infração gravíssima. Segundo os advogados Andrea Venerando e Cid Barcellos, especialistas em direito de trânsito, que falaram ao Portal UOL, o motorista recebe as mesmas punições administrativas do motorista embriagado que aceita fazer o teste.

Além disso, o veículo é apreendido caso não haja outro motorista habilitado e autorizado a conduzi-lo no momento. Caso haja a condenação administrativa, o motorista passa a responder a um inquérito criminal por crime de trânsito.

Multa

O condutor embriagado recebe multa de R$ 2,9 mil e responde a processo administrativo para a suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Os que excedem os 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido cometem crime de trânsito e podem ser presos por até três anos.

A PRF tem hoje 18 etilômetros passivos, número ainda insuficiente para todas as equipes em São Paulo. “É um recurso novo e que aumenta o número de fiscalizações possíveis dentro de uma blitz. Com mais pessoas fiscalizadas, aumentamos a chance de encontrarmos os motoristas que não cumprem a Lei Seca”, afirmou o porta-voz.

Fonte: Trucão Com Pé na Estrada

Mitos e verdades sobre o teste do bafômetro

Quando o assunto é beber e dirigir, não adianta tentar driblar o teste do bafômetro

Quem já ouviu falar sobe as soluções populares para burlar o resultado do teste do bafômetro? Pois é, quando o assunto é beber e dirigir, não adianta tentar driblar o bafômetro com vinagre, antisséptico bucal, refrigerante, chiclete e outras dicas que rolam por aí.

E como a internet é muito utilizada para difusão destas falsas notícias, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) esclarece que todas essas receitas não passam de mitos.

Vinagre e Metadoxil?

Dentre as informações absurdas que circulam nas redes sociais é que supostamente tomar vinagre depois de ingerir bebida alcoólica livra a pessoa de um possível resultado positivo no teste do etilômetro.

Outro “truque” que ganhou fama recente na internet é o Metadoxil (piridoxina ou vitamina B6), um medicamento que acelera a metabolização do álcool do fígado e é mais utilizado no tratamento de alcoolismo e alterações hepáticas.

Não se engane!

O bafômetro mede o álcool ingerido que passou para a circulação sanguínea e para o sistema respiratório. Desta forma, “o vinagre não consegue interferir no etanol exalado pelos pulmões. Além disso, se o vinagre contiver álcool, isso pode até agravar o resultado positivo do teste”, explica o gastroenterologista José Luiz Capalbo, médico responsável pelo Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho.

No caso do uso o medicamento para camuflar o resultado, este também não surte efeito já que “não interfere na concentração do álcool que está no sangue e tão pouco no ar medido pelo etilômetro”, rebate o médico.

Bombom de licor e antisséptico bucal?

Há ainda quem insista que foi pego no bafômetro depois de comer um bombom com licor ou de ter usado antisséptico bucal. Neste caso, pela baixa concentração alcoólica nesses produtos, o álcool fica presente apenas na mucosa bucal e some rapidamente.

Assim, não adianta alegar que comeu só um bombom com licor, por exemplo. Quando for o caso, o motorista, no momento da abordagem, pode fazer bochecho com água e aguardar alguns minutos para fazer o teste.

Portanto, se a pessoa não tiver realmente ingerido bebida alcoólica, apenas o bombom, não será detectado álcool vindo do ar dos pulmões.

Processo lento

Pelo organismo, a absorção de álcool é feita em poucos minutos. “O pico de concentração etílica no sangue ocorre cerca de 30 a 45 minutos após ser ingerido”, comenta Capalbo.

Em contrapartida, demora um tempo maior para sair do organismo. Segundo o especialista, pode levar até dez horas para que o álcool não seja mais detectado no sangue.

“Depende da quantidade ingerida, do tipo de enzima que o fígado do indivíduo possui [há diferentes padrões genéticos], sendo mais rápido se a pessoa consome grandes quantidades de álcool regularmente, ou mais lento se o fígado não estiver totalmente saudável”, finaliza o médico.

Mas nem uma latinha?

Pela Lei Seca, conhecida como “Tolerância Zero”, não existe qualquer quantidade de bebida alcoólica aceitável, nem mesmo uma ou duas latinhas de cerveja. Por isso, vale lembrar que a multa para quem é autuado por misturar bebida e direção é alta, de R$ 2.934,70.

Além disso, o motorista responde a um processo de suspensão do direito de dirigir junto ao Detran.SP e pode ficar impedido de pegar o volante por um ano.

Recusa e crime

Não se submeter ao exame também é uma infração. Da mesma forma como quem tem a embriaguez atestada no exame, quem se recusa a soprar o aparelho também é multado em R$ 2.934,70 e notificado a responder processo de suspensão do direito de dirigir pelo período de um ano.

Para quem se submete ao teste do bafômetro, o índice que corresponde a crime é superior a 0,33 miligrama de álcool por litro de ar expelido.

O mesmo vale para o condutor que se recusa a soprar o etilômetro e o perito da Polícia Técnico-Científica identifica nele atitudes como cambalear, apresentar problemas de coordenação motora ou falar coisas sem sentido.

Entre as penalidades para o crime de trânsito estão: prisão; multa (de R$ 2.934,70); e a suspensão da habilitação por doze meses.

“As pessoas precisam se conscientizar que misturar bebida e direção coloca em risco a vida do motorista e das demais as pessoas no trânsito. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do condutor. Dirigir não é brincadeira”, destaca Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran.SP.

Quem for reincidente nesse tipo de infração em um período de 12 meses é multado em R$ 5.869,40 e responde a processo de cassação do direito de dirigir por dois anos.

Conforme determina a legislação federal, os condutores autuados pela Lei Seca têm direito à defesa antes da conclusão do processo de suspensão ou cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Fonte: Brasil Caminhoneiro