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Pane elétrica é principal problema registrado em 2018 na Via Dutra

De janeiro a novembro, concessionária responsável pela Via Dutra fez mais de 60 mil atendimentos.

Todo motorista sabe de cor e salteado que é preciso respeitar os limites de velocidade, usar o cinto de segurança, não falar ao celular enquanto dirige, não beber e dirigir, que criança deve fazer uso da cadeirinha etc. Mas o que alguns desconhecem ou não dão muita importância, seja para percorrer pequenas ou grandes distâncias é com a manutenção preventiva do veículo. E esses cuidados são tão importantes quanto às dicas de segurança citadas no começo do texto.

Levantamento da CCR NovaDutra realizado nos 402 km da via Dutra mostra que de janeiro a novembro desse ano, as equipes do SOS Usuário da concessionária fizeram um total de 94.928 atendimentos na rodovia. O número é 11% menor do que o registrado no mesmo período de 2017 (106.674). Mas nem por isso deixa de ser importante. Dentro dos atendimentos prestados ao usuário até novembro desse ano, a pane mecânica lidera o total de ocorrências com 59.978 atendimentos. Na sequência aparecem pneu furado (15.277), pane seca (8.531), superaquecimento do motor (4.704), bateria descarregada (4.017) e pane elétrica (2.967).

“É importante, antes de sair em viagem pela rodovia, o motorista realizar uma manutenção preventiva no seu veículo, verificando os principais itens, como iluminação traseira e dianteira, sistema de freios e arrefecimento do motor e também saber os pontos onde pode abastecer seu veículo para evitar parar no meio da sua viagem. Além de evitar transtornos e até mesmo acidentes, a manutenção preventiva oferece mais vida útil ao veículo. A demora no conserto aumenta o problema e, consequentemente, o custo”, afirma Virgílio Leocadio, Gestor de Atendimento da CCR NovaDutra.

Penalidades
Os cuidados com a parte mecânica devem ser constantes para evitar o surgimento de problemas com o veículo e com o bolso. Por exemplo, você sabia que trafegar com os pneus com data de validade vencida (isso mesmo, pneu tem data de validade) pode render multa? Conforme o artigo 230 do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), trafegar com pneus “em mau estado de conservação ” é uma infração grave e rende multa de R$ 195,23 e perda de cinco pontos na habilitação. O mesmo vale para pane seca, quando o carro deixa de funcionar por falta de combustível. Além da dor de cabeça e do risco de ocorrer um acidente, o descuido é considerado uma infração média e rende ao motorista multa de R$ 130,16 e quatro pontos na carteira.
Cuidados

– Mantenha o veículo sempre em boas condições de uso e circulação, por meio da manutenção preventiva, e tenha atenção, também, ao funcionamento dos acessórios: triângulo, macaco, chave de roda e o bom estado e a calibragem dos pneus, inclusive do estepe, são indispensáveis;
– Antes de sair, verifique os documentos de porte obrigatório;
– Planeje sua viagem: faça um itinerário e busque informações sobre tempo, via e alterações no fluxo do trânsito;
– Mantenha distância segura do veículo à frente;
– Respeite os limites de velocidade;
– Em dias chuvosos ou sob neblina, reduza a velocidade;
– Pare no acostamento somente em caso de emergência;
– Ultrapasse somente com segurança;
– Use o cinto de segurança e oriente os demais ocupantes do veículo a utilizá-lo também. Lembre-se de que a cadeirinha para bebê e o assento para criança também são de uso obrigatório;
– Não faça uso de bebidas alcoólicas ou de medicamentos que causem sonolência. Eles reduzem os reflexos e prejudicam a coordenação motora, aumentando o risco de acidentes.

Tudo culpa da greve dos caminhoneiros? Desvendamos a questão

A greve de caminhoneiros, que durou 11 dias e terminou em maio deste ano, ainda está rendendo muito assunto. Não é incomum encontrar matérias em grandes veículos, que atribuem problemas econômicos às paralisações. Segundo eles, é tudo culpa da greve.

Aqui vão alguns exemplos:

Desde a falta de remédios em hospitais públicos à problemas em companhias aéreas; parece que a greve de caminhoneiros piorou tudo para todos.

Mas afinal, para quê serviu a greve de caminhoneiros? Que problemas motivaram motoristas a começarem uma paralisação? Vamos entender ponto a ponto para respondermos essa questão:

Diesel alto

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O preço do diesel foi, inicialmente, a principal reivindicação dos caminhoneiros durante a greve. Tudo começou devido a alta do combustível, que foi o estopim para que as paralisações começassem em lugares diferentes do Brasil.

Segundo a Exame, em maio deste ano o diesel já estava 15% mais caro se comparado ao preço do combustível em janeiro. A nova política de preços da Petrobrás, prestes a completar um ano na época, fazia com que o preço do diesel refletisse a disparada nas cotações internacionais do petróleo.

Desde que a estatal começou a adotar essa nova política, em 3 de julho do ano passado, até maio deste ano, o preço do óleo diesel em suas refinarias foi reajustado 121 vezes, com aumento de 56,5% no valor, segundo cálculo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Em pouco mais de dez meses, o litro do produto passou de R$ 1,5006 para R$ 2,3488. A informação é do Estado de Minas.

Em abril, o diesel já era vendido a 2,1728 reais por litro nas refinarias da estatal, o maior nível desde julho de 2017, quando a petroleira deu início a uma nova sistemática de formação de preços, com reajustes praticamente todos os dias. E como o frete não era reajustado na mesma proporção, a conta já não fechava para o motorista autônomo e para a empresa.

Depois da greve

Ainda em maio, uma medida provisória foi publicada, obrigando o desconto de R$ 0,46 aos postos de combustível. Alguns estradeiros relataram ter notado a redução de R$ 0,46 no preço do combustível.

Porém, menos de um mês depois da publicação, uma pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) mostrou que ainda não havia tido repasse integral do desconto ao consumidor em nenhum estado brasileiro.

Em 22 estados e no Distrito Federal, a queda no preço do combustível não chegava à metade dos R$ 0,46 por litro prometidos pelo governo. No Acre, o preço médio ainda era maior do que o anterior à medida. Na tentativa de fiscalizar postos, o Planalto até mesmo criou um canal no WhatsApp para denuncias de estabelecimentos que não estavam repassando o desconto no diesel.

No início deste mês, a medida provisória que dá o desconto no diesel foi editada para valer até dezembro. Ou seja, os postos são obrigados a repassar o desconto até essa data. O valor do diesel será reajustado uma vez por mês até o fim deste prazo.

Defasagem do frete

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Segundo levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística) feito em 2016, havia uma defasagem de 24,83% nos fretes de carga lotação e de 11,77% em carga fracionada.

Ainda de acordo com o estudo, houve queda 19,13% no faturamento em mais de 80% das empresas de transporte de carga consultadas em janeiro deste ano pela NTC&Logística e Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT).

Depois da greve

Uma das principais conquistas da greve dos caminhoneiros foi a criação de uma tabela mínima de frete, que estipula um valor mínimo para o transporte de cargas. Neste mês, a medida provisória que regulava a tabela virou lei, o que foi comemorado pela categoria de motoristas.

Com a tabela, o motorista passa a receber o suficiente, o que antes não acontecia. Antes do tabelamento mínimo, os preços de frete muitas vezes não pagavam as despesas das viagens.

Idade da frota

Anuário da CNT

No geral, a idade média dos caminhões em território brasileiro é de 13,3 anos, mas os veículos dos autônomos costumam ser 8 anos mais velhos que os das empresas. A idade média do caminhão de empresa é de 9,8 anos, já a média dos caminhões dos autônomos é de 17,9.

Em alguns segmentos a idade média passa dos 20 anos, como é o caso dos caminhões de 8 a 29 toneladas, que têm média de 24,8 anos quando nas mãos dos autônomos. As informações são da ANTT.

O frete baixo pressiona o autônomo a não fazer a manutenção e a, consequentemente, não ter condições de arcar com um novo caminhão. A idade média do veículo do autônomo reflete a dificuldade de repassar frete e por isso o caminhão em uso vai ficando cada vez mais velho.

Com caminhões mais antigos, as chances de acidentes e problemas durante as viagens ficam maiores, sem contar a qualidade de vida do próprio estradeiro. Um caminhão mais velho necessita de manutenção com mais regularidade que um mais novo, o que aumenta os custos a longo prazo.

E se o frete do motorista de caminhão não é o suficiente para arcar com esses custos, além dos custos da viagem em si, como a manutenção poderá ser feita? Uma coisa liga a outra.

Depois da greve

Faz 2 meses desde que a greve dos caminhoneiros terminou, portanto ainda é cedo para dizer se a idade média da frota melhorará ou não. Mas como uma coisa depende da outra, a tendência é que, se a remuneração dos motoristas autônomos aumentar, fica mais fácil para o profissional comprar um novo caminhão, o que com o tempo abaixará a idade da frota nacional e aumentará a segurança nas estradas.

É culpa da greve?

Quando as pessoas e a grande mídia dão a entender que as dificuldades econômicas do país são culpa da greve dos caminhoneiros, eles não levam em conta o cenário anterior a greve do setor de transporte rodoviário de cargas.

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Esse cenário fez com que o profissional das estradas não conseguisse se manter. O caminhoneiro se encontrava em uma situação insustentável, uma vez que os custos gerais do transporte aumentaram, mas o frete não.

Então a culpa é de quem? Do próprio sistema econômico. Não é de hoje que os combustíveis – incluindo o diesel – sofrem grandes alterações no preço, acompanhando o mercado internacional. Isso aumenta os custos de toda a cadeia logística. Se aumenta o preço do diesel e os custos sobem, o frete também deve aumentar. Esse foi o recado que os motoristas deixaram após as paralisações de maio.

Por Pietra Alcântara

Fonte: Pé na Estrada

Esposas de caminhoneiros sofrem violência silenciosa e pedem atenção para o problema

Um tipo de violência silenciosa e sem proibição legal está acontecendo diariamente com milhares de mulheres, esposas de caminhoneiros de todo o país. Ao acompanhar seus maridos nas viagens, elas são proibidas de entrar nas empresas onde eles realizam operações de carga e descarga.

As mulheres – e também os filhos – são obrigadas a descer do caminhão e ficar na rua, pelas calçadas, praças, nos meios-fios, a noite, à espera do retorno do marido que está na boleia do caminhão esperando a nova carga (ou descarga). Nesse meio tempo – que varia de algumas horas a dias – a família fica do lado de fora, na poeira e no calor, na chuva, no sereno, passando por situações de risco, de assédio, de fome e de humilhação.

“Esse quadro é cotidiano e é grave”, denuncia Ione Estela Pessoa, esposa de caminhoneiro que, cansada de ficar em bancos de praças, está criando um movimento nacional para chamar atenção para o fato. Ione está organizando um abaixo-assinado para ser entregue ao ministro dos Transportes, Maurício Quintella. “Até o momento já temos 3,5 mil assinaturas”, diz Ione, adiantando que vai buscar apoio para as reivindicações nas entidades de defesa da família, nas delegacias, em órgãos de empoderamento feminino e até no Ministério dos Transportes. “Precisamos parar com essa humilhação e o descaso com que somos tratadas”, diz ela.

A luta iniciada pelas mulheres é encampada também pela União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), entidade que defende caminhoneiros de todo o país e que organiza a categoria, inclusive sugerindo leis ao Congresso Nacional. O presidente da Unicam, José Araújo da Silva, o China, confirma as denúncias feitas pelas esposas e defende que elas possam ter acomodações temporárias, mínimas de conforto.

“São milhares de fábricas, indústrias e propriedades rurais pelo país que hoje são atendidas pelos caminhoneiros, sendo que o modal rodoviário movimenta 61% das cargas do país”, lembra China Araújo. “Já existe um tímido início nesse atendimento, mas queremos que as empresas possam se adequar, porque as mulheres realmente passam por situações de risco à saúde, assédio, desconforto e até violência”, assegura.

Ione Estela acrescenta que a viagem da família com um caminhoneiro é, na maioria das vezes, uma necessidade econômica. “Em tempos de crise, às vezes não é possível pagar um aluguel, então a família passa a viver no caminhão com o marido. Da mesma maneira, ao chegar a uma cidade, não é sempre que o caminhoneiro tem dinheiro para hospedar sua família em hotéis ou pensões até que ele seja liberado para nova viagem. Então, ele fica dentro do pátio da empresa e a família do lado de fora passando privações”, relata ela.

“O que nós queremos são apenas condições mínimas de abrigo, com um teto, banheiros para as necessidades básicas e alguns móveis para descanso. Não são condições impossíveis e já há casos no Brasil de empresas que criaram um galpão para as famílias”, apontou ela.

De acordo com Ione, as esposas – chamadas de “cristais” entre os caminhoneiros – entendem as regras de segurança das empresas e não questionam esse fato. “Não queremos entrar onde é proibido. Queremos apenas ser tratadas com dignidade e como ser humano que somos”, resume.

Ione Estela criou também um grupo de Whatsapp onde as “cristais” trocam mensagens e recebem relatos tocantes como o de uma esposa, cujo marido estava em uma empresa na cidade de Triunfo (SP). “Estou na empresa em Triunfo, sentada na rua, num banco, na chuva e sem banheiro”, diz o texto. “Essa situação também é uma de violência contra as mulheres. É uma violência silenciosa e que causa muito constrangimento a todas nós e queremos denunciá-la ao ministro Quintella. Por isso estamos fazendo o abaixo-assinado”, reforça Ione.

Para assinar o abaixo-assinado, CLIQUE AQUI.

Fonte: Repórter AM

4 problemas que atrapalham o dia a dia na estrada

1- Falta de ponto de apoio

Uma das principais reclamações dos motoristas, desde a implantação da lei do motorista, é a falta de locais seguros e com estrutura para parar. Os motoristas alegam que a maioria dos postos de serviços exigem abastecimento ou utilização de serviços para autorizarem as paradas. A ANTT divulgou em seu site uma lista de locais de paradas ao longo dos cerca de 10 mil km de rodovias sob sua responsabilidade. O restante das rodovias federais é de responsabilidade do Dnit.

Os motoristas e as empresas podem ver a relação e suas localizações no link http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/41594/Pontos_de_Parada_e_Descanso.htm

2-  Valor baixo do frete

A desvalorização do frete é um problema que afronta os motoristas de caminhão. Eles afirmam que o valor recebido não acompanhou o aumento dos custos do transporte como o diesel, alimentação, manutenção entre outros. Pesquisa de defasagem dos fretes, apresentado pelo assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdívia identificou uma defasagem de 24,83% nos fretes de carga lotação e 11,77% para carga fracionada. Segundo Valdivia é importante considerar se o valor do frete será suficiente para pagar todos os custos da viagem e se sobrará alguma coisa. E o frete analisado deve ser a soma recebida na ida e na volta.

3- Infraestrutura precária

Pesquisa CNT de Rodovias 2016 avaliou 103.259 km. Desse total,  58,2% apresentam algum tipo de problema no estado geral, cuja avaliação considera as condições do pavimento, da sinalização e da geometria da via. Em relação ao pavimento, 48,3% dos trechos avaliados receberam classificação regular, ruim ou péssimo. Na sinalização, 51,7% das rodovias apresentaram algum tipo de deficiência. De 2015 para 2016, houve aumento de 26,6% no número de pontos críticos (trechos com buracos grandes, quedas de barreiras, pontes caídas e erosões), passando de 327 para 414. De acordo com a pesquisa, somente os problemas no pavimento geram um aumento médio de 24,9% no custo operacional do transporte.

4- Falta de Segurança

roubo de carga é um dos problemas que mais tira o sono do motorista de caminhão. Em 2015, levantamento realizado pela NTC&Logística, apontou crescimento de 10% no total de ocorrências em comparação a 2014. Foram 19.250 registros, ante 14.500 do ano anterior. O dano causado pelas mercadorias perdidas somou R$ 1,12 bilhão. Já em 2016, dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), mostraram prejuízo, com este tipo de ação criminosa, na ordem de R$ 1,4 bilhão. Foram mais de 22 mil ocorrências, número 86% superior aos cerca de 12 mil registrados em 2011.

Fonte: O Carreteiro