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Montadoras cobram promessas de infraestrutura do Governo para reverter crise no setor

Após um início de ano aquém das expectativas nas vendas de veículos e principalmente caminhões e ônibus, as montadoras reforçam sua preocupação.

A expectativa é fechar o ano com alta de 4%, mas atualmente o setor de pesados utiliza 20% da sua capacidade nas fábricas.

O diretor de Relações Institucionais da Mercedes, Luiz Carlos de Moraes, ressaltou que os caminhões estão diretamente ligados ao crescimento do País. “Pouco provável que o consumo vai gerar crescimento, temos nível de desemprego muito alto. Consumo vai demorar um pouco para retomar. A chance para crescer é via investimento”, explicou.

O resultado do primeiro bimestre é classificado como decepcionante, uma queda de 6,4%, em relação as vendas de 2016. Mas a produção nacional registrou alta de 15% em fevereiro, e elevação de 39%, em relação ao mesmo período de 2016.

A maior atividade das fábricas demonstra uma aposta na recuperação das vendas após o segundo trimestre.

O presidente da Anfavea, Antonio Megale, lembrou que os programas de infraestrutura estão sendo anunciados desde o Governo anterior. “Muitas concessões, muitos anúncios são feitos, mas não acontecem. Sabemos que têm tempo de implementação, mas pedimos celeridade na condução de concessões ou mesmo a retomada dos investimentos de infraestrutura”, disse.

Na média, o setor automotivo usa hoje no Brasil 50% da sua capacidade instalada nas fábricas.

As exportações produziram o melhor bimestre da história, mas o mercado externo não consegue suprir o fraco desempenho interno.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Crise econômica chega em transporte de carga em Rondonópolis e caminhoneiros não descartam paralisação

A euforia e os planos de expansão ficaram para trás entre os transportadores de Rondonópolis, conhecida como “Capital Nacional do Bitrem” por conta do grande fluxo de caminhões articulados em circulação nas rodovias federais que cortam a cidade. Os transportadores passaram a vivenciar uma nova realidade: lucros menores, redução de frota e aumento das dispensas de funcionários. A Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC) avalia que o setor de transporte rodoviário de cargas está passando por uma das maiores crises dos últimos 20 anos.

As dificuldades se intensificaram há dois anos, quando houve um aumento significativo do número de caminhões no mercado. Naquele momento, muitas empresas de outros setores e até profissionais liberais se interessaram e acabaram ingressando no transporte rodoviário de cargas. Em consequência, junto com outros imprevistos nas lavouras, as tarifas de fretes começaram a cair, gerando prejuízos.

Segundo o diretor-executivo da ATC, Miguel Mendes, o setor de transporte rodoviário de cargas é o maior gerador de renda, impostos e de empregos diretos e indiretos de Rondonópolis e região, com estimativa de mais de 20 mil trabalhadores atuando em prol do mesmo de forma direta ou indireta.

Quanto aos reflexos desta crise, aponta o aumento do número de desempregados e o enfraquecimento do comércio local, com o fechamento de muitas empresas que dependem do setor.

“Inclusive não está descartada uma Paralisação de caminhoneiros autônomos ainda este mês” afirma o Diretor.

“A crise no segmento não é fruto de mau planejamento por parte do setor e sim por uma política errada do Governo que autorizou há dois anos, o BNDES a financiar, com taxa de juros subsidiadas, a aquisição de caminhões e carretas, com o intuito de fomentar a fabricação e comercialização destes bens. Com isso, reforça que muitos empresários de outros setores acabaram se aventurando no segmento achando que poderiam enriquecer da noite para o dia.” Explica o Diretor.

No Brasil

A Comissão na Câmara Federal definiu a política de preços mínimos a serem praticados para o frete. O projeto de lei 528/2015, que cria a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de cargas, foi aprovado por unanimidade pelos deputados federais que compõe a Comissão de Viação e Transporte na Câmara Federal em dezembro de 2016.

A aprovação era pleiteada pelo setor do transporte de cargas desde 2015 diante à crise pela qual passa. Os transportadores autônomos e frotistas chegaram a ameaçar entrar em greve novamente caso o projeto não fosse acatado pelos parlamentares. O projeto agora encontra-se na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para análise.

A crise econômica fez a atividade de transporte de carga rodoviária cair 7,5% no último ano. Os caminhoneiros reclamam que a oferta de serviço faz o frete cair; além disso, o pedágio e o diesel tiveram aumentos acima da inflação. Em todo o Brasil, 37 motoristas de transportadoras foram demitidos. A expectativa é que a demanda do agronegócio ajude a reverter as perdas do setor.

Projeto de Lei 528

O projeto de lei 528/2015 foi criado após as paralisações realizadas no primeiro semestre de 2015, aonde em Mato Grosso todas as principais rotas de escoamento da produção agropecuária com destino aos portos chegaram a ficar bloqueadas.

O projeto visa o estabelecimento de uma tabela de preço mínimo para o frete, que hoje não cobre os custos de operação do setor de transporte de cargas.

O setor do transporte de cargas, principalmente de grãos, vem passando por uma crise há três anos aproximadamente, tendo o “enterro do segmento” com a quebra da safra 2015/2016, onde somente entre soja e milho foram quase 9 milhões de toneladas a menos produzidas .

Em 2015, os caminhoneiros em Mato Grosso chegaram entre os meses de fevereiro e março a bloquear as principais rotas de escoamento da produção de grãos. Em todo o país foram realizados manifestos em prol de melhores condições de trabalho e um frete que cubra os custos de produção.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Crise afeta setor de transporte, mas há otimismo moderado para 2017

A Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2016, realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostra que a crise na economia do Brasil tem impactado fortemente o setor de transporte. A maioria das empresas (60,1%) teve diminuição de receita bruta em 2016, e 58,8% precisaram reduzir o número total de viagens. Para 74,6%, houve aumento do custo operacional. Foram entrevistados 795 transportadores de todo o país, que atuam nos diferentes modais (rodoviário, ferroviário de cargas, metroferroviário, urbano de passageiros por ônibus, aquaviário e aéreo).

A maioria deles (90,7%) considera que a crise política também os afetou negativamente. Pelo menos 37,4% das empresas do setor reduziram o número de veículos em operação em 2016. Esse cenário refletiu na retenção de mão de obra. De dezembro de 2015 a setembro de 2016, foram demitidos 52.444 trabalhadores no setor. Somente nos últimos seis meses, 58,1% das empresas brasileiras de transporte tiveram de reduzir o quadro de funcionários devido à situação econômica do país.

Para 2017, 47,7% dos empresários esperam obter receita bruta maior e 48,8% confiam que haverá melhor desempenho da atividade econômica. O levantamento da CNT aponta que 53,5% dos transportadores aumentaram a confiança na gestão econômica do governo federal e 60,5% concordam com as medidas fiscais anunciadas. A Sondagem mostra também que 49,3% dos empresários acreditam que a retomada do crescimento na economia do país só será percebida em 2018. Para 23,6%, essa percepção ocorrerá em 2017.

“A crise econômica tem causado impacto negativo no setor de transporte. Acreditamos em um novo momento, com esse novo governo, que está fazendo o ajuste fiscal necessário e fortes investimentos em infraestrutura de transporte”, afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade.

Conforme a Sondagem, a maioria dos entrevistados (83,5%) apoia a participação de investidores internacionais nas novas concessões da área de transporte. A CNT tem trabalhado fortemente com seus escritórios na China e na Alemanha para atrair investimentos estrangeiros para obras de infraestrutura de transporte no Brasil.

Principais dados dos diferentes modais

RODOVIÁRIO
• 77,5% revelam que tiveram aumento do custo operacional em razão da retomada da cobrança da Cide-combustíveis
• Apenas 7,6% da arrecadação da Cide-combustíveis foi convertida em investimentos federais desde 2015
• 45,7% dos empresários do segmento rodoviário de passageiros afirmam que o número de assaltos cresceu
• 48,5% das empresas de transporte rodoviário de cargas registram aumento da quantidade de roubos

FERROVIÁRIO DE CARGAS
• 80% dos entrevistados afirmam que os aportes privados em infraestrutura ferroviária aumentarão em 2017
• 100,0% das concessionárias afirmam que a prorrogação dos contratos é a melhor forma de viabilizar investimentos em ferrovias no curto e médio prazos
• 80,0% têm interesse em prorrogar seus contratos

URBANO DE PASSAGEIROS POR ÔNIBUS
• 83,5% das empresas tiveram queda no volume de passageiros transportados
• 61,5% tiveram queda de receita bruta em 2016
• 83,0% não recebem nenhum tipo de subsídio para operar
• 56,5% dizem não ter faixas exclusivas disponíveis nas cidades onde operam

METROFERROVIÁRIO
• 50,0% revelam queda no volume diário de passageiros transportados nos últimos 12 meses
• Para as que registraram queda, o percentual foi de até 7,0%
• 62,5% aumentaram a quantidades de carros de passageiros ou carros motores em operação

AQUAVIÁRIO
• 36,7% das empresas de navegação avaliam que o porto sem papel não foi capaz de reduzir significativamente a burocracia
• Para empresas de navegação interior, o derrocamento do Pedral do Lourenço aumentará a participação da navegação na movimentação da produção nacional (75,0%)
• Empresas de navegação marítima esperam por manutenção do nível dos investimentos privados nos portos (73,2%) e, também, da condição da infraestrutura (73,1%)

AÉREO
• 75,0% das empresas aéreas apoiam a ampliação da participação de capital estrangeiro no setor
• 100,0% perceberam queda no número de clientes transportados no último ano
• 75,0% declaram que a definição da alíquota máxima de 12,0% para o ICMS incidente sobre o QAV é importante para o setor
• 75,0% têm interesse em aumentar o número de rotas regionais

Fonte: Caminhoneiros do Brasil

Falta de emprego e demissões assombram motoristas de caminhão

O ano começou com o anúncio de resultados negativos obtidos em 2015 sobre 2014 no licenciamento de caminhões (-47,7%) e nas vendas de implementos rodoviários (-45%). O desempenho fraco, porém, não parou por aí, como mostram outros indicadores. Entre janeiro e abril de 2016, o fluxo de veículos pesados nas rodovias concedidas à iniciativa privada diminuiu 4,9% sobre o mesmo período de 2015. É o que aponta o Índice ABCR, divulgado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias. Porém, o pior retrato da recessão econômica, agravada pela crise política que culminou no afastamento da presente Dilma Rousseff, é o desemprego. Em abril, havia no Brasil 11,1 milhões de desempregados, volume que cresceu três pontos percentuais quando comparado ao primeiro trimestre de 2015, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os milhares de desempregados, há muitos caminhoneiros. Sondagem informal do programa Pé na Estrada entre seguidores do Facebook dão uma indicação do problema. Muitos responderam a um post sobre desemprego no trecho, apontando que estão à procura de uma oportunidade. A maioria é formada por carreteiros experientes, com anos de estrada e cursos de qualificação no currículo, como MOPP, direção econômica, de transporte de passageiros e outros. “Sou de Araxá (MG) e está faltando serviço de carreteiro”, relata Denis Wilson Borges. Ele completa dizendo que fez de tudo e não deu nada. “E olha que tenho um currículo de dar inveja, com mais de sete cursos pelo Sest-Senat”, acrescenta.

Além de não contratar, muitas empresas estão demitindo. Só em um sindicato, o Simtratecor – entidade que representa motoristas e trabalhadores de empresas de transporte de carga em 15 cidades próximas a São Paulo – são realizadas de 20 a 25 homologações de recisão de contrato de trabalho por dia desde o início deste ano. “Antes, a gente tinha empresas que todo dia pedia currículo de caminhoneiro, agora o que temos é caminhoneiro mandando currículo”, diz Carlos Olivares, secretário de esportes, lazer e promoção social do sindicato. Ou seja, se antes faltavam motoristas, hoje sobram candidatos em busca de uma recolocação.

Carlos disse que o sindicato oferece cursos em diversas áreas para os dependentes dos associados, mas nos últimos meses tem notado que alguns carreteiros também estão interessados em se qualificar em outras profissões. “É um pessoal com mais idade, já acima dos 50 anos, que busca se especializar em outras áreas, como refrigeração e mecânica de autos e de motos”, diz acrescentando que em 19 anos de sindicato é a primeira vez que ele presencia uma situação como a atual.

“A coisa está feia. Outro dia, uma só empresa desligou 12 motoristas. A justificativa das empresas, segundo o sindicalista, é a perda de contratos, baixa no faturamento e ociosidade de mão de obra. O jeito é reduzir custos. O próprio sindicato, que tem sede em Osasco, foi obrigado a cortar gastos. Das três subsedes que mantinha, fechou uma e adiou planos de abrir outra. “Vamos esperar que dê um arrefecimento e as empresas voltem a contratar”, conta.

Na maioria das vezes, a demissão é o último recurso. Ninguém quer se desfazer de mão de obra qualificada, com muitos anos de casa, mesmo porque é preciso arcar com multas rescisórias, que pesam no caixa da empresa. “A pior parte é quando você vai fazer a recisão”, afirma visivelmente emocionado o microempresário de São Paulo, Márcio Barbosa. Segundo ele, o faturamento vem caindo desde o início do ano passado até chegar a cerca de 60% em maio deste ano. Com este resultado, ele foi obrigado a tomar decisões de contenção de custos, sendo a mais drástica ter de demitir três motoristas de uma só vez.

Para pagar os direitos trabalhistas, Márcio vendeu um caminhão Iveco Tector. De cinco veículos que tinha em meados de 2015, atualmente está com dois. “Já tinha passado por outras crises, mas esta está muito difícil. Está ruim demais. Nunca fiz tanta demissão na minha vida. É muito ruim você ter de desfazer das coisas que batalhou tanto anos para conseguir”, diz. Do quadro de funcionários ele ficou com apenas um motorista. No dia em que concedeu esta entrevista, o empresário teria uma reunião para discutir os trâmites de uma concorrência. Se fechasse o negócio poderia voltar a contratarr, além de manter o único funcionário que restou, o Tony.

Funcionário com 12 anos de empresa, o Tony, apelido do motorista Antonio Marcos da Silva, 34 anos de idade, estava em um momento de grande ansiedade por não saber se continuaria empregado ou se seria mais um a engrossar as estatísticas do IBGE. “Nunca passei por isso”, afirma. Pai de três filhos menores, incluindo um bebê, ele transpirava preocupação e disse que a mulher também estava agoniada. Agonia, aliás, tem sido um estado de espírito presente em muitas famílias brasileiras que dependem do caminhão.

Tony e a esposa torcem pela recuperação da economia, assim como o patrão dele, o secretário do sindicato, além deste jornalista que escreve, os outros motoristas entrevistados, e os milhares de cidadãos brasileiros. “Só queria que os políticos parassem de pensar em si próprios e pensassem no povo”, diz Márcio, com a esperança de que vai recuperar o que perdeu.

A esperança, como diz o ditado, é a última que morre. O baiano de Itabuna, Túlio Santos, jamais a perdeu. Aos 38 anos de idade, casado e pai de dois filhos – de 10 e 6 anos de idade – ele ficou seis meses fazendo bicos, procurando emprego e torcendo para ser chamado. No dia 19 de abril, finalmente foi contratado por uma empresa para a qual havia enviado currículo em janeiro. O salário, no entanto, é um pouco mais baixo, confirmando uma queda no rendimento do brasileiro, conforme pesquisa do IBGE. “Eu trabalhava no truck e ganhava mais, agora me colocaram no caminhão leve, com o salário menor, mas como estava parado não posso questionar”, reconhece.

Frear o desemprego é uma das principais missões do Ministério da Fazenda, mas o ministro da pasta, Henrique Meirelles, já avisou que o resultado não é imediato, vai levar um tempo ainda. Em um de seus pronunciamentos, fez analogia com um veículo em alta velocidade em que o motorista pisa no freio, mas roda ainda por vários metros até parar de vez. Traduzindo as palavras do ministro, o desemprego atual é como um bitrem carregado na descida. Precisa agir rápido, mas com calma. Primeiro se tira o pé do acelerador, aciona o freio motor e depois o freio de serviço. Só então se para com segurança, bem mais à frente.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Transporte fecha mais de 37 mil postos de trabalho no primeiro semestre

O setor de transporte e logística caiu 5,9% no primeiro semestre deste ano. O resultado é produto da retração econômica e gera efeitos ainda mais negativos sobre outros segmentos econômicos. Esse impacto é analisado no novo boletim Economia em Foco deste mês, elaborado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Segundo o boletim, essa contração causou o fechamento de 37.410 postos de trabalho no setor entre janeiro e junho de 2016. Em termos percentuais, o transporte aquaviário é o que mais desligou funcionários (-6,19%). Porém, em termos absolutos, é o que menos demitiu, com 678 vagas a menos. “Esse aparente antagonismo se explica pelo reduzido número de empregados do segmento, que faz com que demissões pontuais ganhem destaque na comparação relativa”. Já o transporte terrestre, que mostra a menor variação relativa entre os segmentos (-4,15%), é o que teve o maior número de desligamentos, com 23.044 postos fechados.
“A prestação do serviço de transporte de uma mercadoria ou passageiro atua de forma interligada a outros segmentos de atividade econômica. Assim, além de impactar o nível de emprego, o menor volume de serviços prestados influencia atividades de prestação de serviços acessórios ou auxiliares ao setor (armazenagem, terminais, operadores, etc) e também as atividades de fornecimento de bens ou serviços (combustíveis, bens de capital, serviços de infraestrutura)”, diz o boletim.
O Economia em Foco destaca, também, os reflexos da crise nos investimentos em infraestrutura de transportes, além dos efeitos causados para a indústria, com redução nas vendas de veículos automotivos, aeronaves, material rodante e, também, na retração da encomenda de embarcações.

Ford concede férias coletivas a 3.000 até o dia 29

A Ford colocou 3.000 dos seus 4.300 empregados em férias coletivas. Os profissionais, em casa desde ontem, devem retornar ao trabalho no dia 29. O motivo do afastamento é a adequação da linha de produção para a nova forma de fabricação dos veículos. A unidade de São Bernardo funcionará, a partir de outubro, de forma alternada. Todos os trabalhadores vão atuar na produção de carros e caminhões, a fim de a otimizar seu sistema de produção para atravessar o período de crise.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, as férias já estavam previstas em acordo coletivo aprovado em junho. À época, o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) foi renovado por mais três meses, a fim de dar tempo para o treinamento dos operários.
Quando a modificação estiver implantada, a empresa reduzirá o número de metalúrgicos no chão de fábrica, e haverá excedente de 850 deles. Então, 450 entrarão em lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) e será aberto PDV (Programa de Demissão Voluntária) com meta de adesão de 300 da produção e 100 do administrativo.

Mercedes irá suspender produção em São Bernardo por tempo indeterminado

A Mercedes-Benz vai suspender a produção da fábrica de caminhões e ônibus de São Bernardo do Campo (SP) por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (15), cerca de 10 dias depois de dizer que haverá demissões na unidade.

Praticamente todos os 10 mil colaboradores terão licença remunerada, com exceção dos que exercem funções essenciais. A Mercedes disse que há um excedente de mais de 2 mil trabalhadores na unidade em virtude da “drástica redução de vendas de veículos comerciais nos últimos anos”.

No último dia 5, a montadora voltou a afirmar que irá demitir funcionários na fábrica do ABC paulista, mas não informou nem uma data e nem o número de cortes.

Carta fala em demissões

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa as fábricas de São Bernardo do Campo, a Mercedes enviou nesta sexta-feira (12) um comunicado aos funcionários, explicando a decisão de parar a produção.

A carta termina com a frase: “Na próxima semana informaremos a data de retorno de nossas atividades e individualmente a todos os envolvidos sobre o encerramento de seus contratos de trabalho”.

Procurada, a montadora afirmou que, durante o período de licença, irá estudar as ações com o excedente de funcionários.

Caso demita, os cortes só podem ser feitos a partir de setembro, pois, devido à adesão de toda a fábrica ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) entre setembro do ano passado e o fim de maio deste ano, os funcionários têm estabilidade até 31 de agosto.

Histórico

Desde junho, cerca de 1,8 mil funcionários da Mercedes já estavam em licença, também por tempo indeterminado.

Na mesma época, a montadora tentou reduzir o quadro de funcionários com um Programa de Demissão Voluntária (PDV), mas a adesão ficou abaixo do que a empresa esperava, chegando a 630 funcionários.

Antes disso, a unidade de São Bernardo passou 6 meses no PPE, com jornada e salários reduzidos. A montadora decidiu não negociar uma prorrogação da medida, diferente do que ocorreu na Volkswagen, por exemplo.

A montadora disse que não há previsão de nenhuma medida restritiva na outra fábrica de caminhões do grupo, em Juiz de Fora (MG). Nas últimas segunda (8) e terça (9), houveparalisações na unidade durante a negociação de benefícios. As conversas serão retomadas em setembro.

Setor em crise

No acumulado entre janeiro de julho deste ano, a venda de caminhões e ônibus caiu 32% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foram emplacadas 39.021 unidades, ante 57.349 nos primeiros sete meses do ano passado.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Montadoras veem vendas do setor no fundo do poço

Após quatro anos seguidos de queda nas vendas, levando o mercado automotivo a perder quase metade do tamanho que chegou a ter em seu auge, a percepção de que o setor finalmente alcançou o fundo do poço ganhou consenso na indústria de veículos.

Entre executivos de montadoras e fabricantes de autopeças, persiste, porém, a dúvida sobre o ponto de inflexão em que o consumo começará a reagir. Ou seja, ainda não se sabe por quanto tempo mais as vendas seguirão em queda, antes de dar a partida na recuperação.

As expectativas mais otimistas – como a previsão anunciada pela Anfavea, entidade que representa as montadoras – apostam em sinais de reação até o fim deste ano. Porém, há entre as associadas da Anfavea projeções mais conservadoras que indicam um mercado estagnado até dezembro. Ainda que as vendas de veículos não deem qualquer indício de melhora, a alta dos índices de confiança de empresários e investidores é visto como um primeiro sinal de melhora do ambiente econômico.

Além disso, a acomodação do ritmo diário de vendas a um ritmo ao redor de 8 mil veículos desde janeiro sugere que o mercado encontrou um piso, ou, numa visão mais pessimista, o “volume morto”, como declarou Marco Borba, vice-presidente da montadora de caminhões Iveco.

Mas mesmo os mais otimistas concordam que, independentemente de quando se iniciar, o ciclo de recuperação será lento. Nas contas do Sindipeças, entidade que representa a indústria nacional de componentes automotivos, a produção das montadoras, após chegar em 2016 ao menor patamar em 12 anos, volta a subir no ano que vem, mas não mais do que 3%.

Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, levou estimativas que indicam um faturamento de R$ 63 bilhões dos fornecedores das montadoras neste ano, R$ 17,1 bilhões a menos do que em 2014, bem como um corte de 35,5 mil postos de trabalho em dois anos.

Com uma cadeia de suprimentos que se encontra fragilizada, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, defendeu medidas de estímulo aos fornecedores na renovação do regime automotivo, conhecido como Inovar-Auto. Para o principal porta-voz das montadoras, os fornecedores de componentes automotivos não tiveram incentivos suficientes na política industrial em curso, cujo prazo vence no fim do ano que vem. “O que poderia ter sido feito melhor e precisa ser trabalhado [no Inovar-Auto] é como fortalecer a cadeia de autopeças, que está bastante fragilizada”, disse Megale.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Daimler Trucks cortará mais postos de trabalho no Brasil

A divisão de caminhões da Daimler cortará mais 2 mil postos de trabalho no Brasil, além dos 1.240 cortes nos Estados Unidos e no México anunciados na terça-feira, buscando lidar com a fraqueza dos mercados na região.
O presidente-executivo da Daimler Trucks, Wolfgang Bernhard, disse em evento com investidores perto de Stuttgart, na Alemanha, que os 2 mil postos de trabalho serão cortados no Brasil a um custo de 100 milhões de euros em pagamentos. Isso eleva o número de postos de trabalho cortados na maior economia da América Latina para quase 5 mil desde o ano passado.
Ele também disse que não descartaria mais layoffs (suspensão de contratos) nos EUA se o mercado de caminhões naquele país encolher mais que os 15 por cento esperados neste ano.
A Daimler Trucks atualmente emprega 13.700 trabalhadores nos EUA e cerca de 11.500 no Brasil, disse uma porta-voz.
No mês passado, a Daimler alertou que as vendas e lucros na divisão de caminhões cairiam significativamente em 2016 devido à demanda mais fraca nos EUA e no Brasil.
No entanto, Bernhard negou que a companhia necessite tomar medidas mais drásticas.
“Não precisamos de um programa adicional, podemos reagir rapidamente e flexivelmente a condições de mercado em transformação”, disse Bernhard, citando passos para reduzir as durações das montagens de caminhões e diminuir seu portfólio de veículos pesados.
“Se queremos permanecer competitivos, precisamos construir mais veículos com menos pessoas”, disse Stefan Buchner, chefe regional da divisão de caminhões para Europa e América Latina.