Daimler Trucks cortará mais postos de trabalho no Brasil

A divisão de caminhões da Daimler cortará mais 2 mil postos de trabalho no Brasil, além dos 1.240 cortes nos Estados Unidos e no México anunciados na terça-feira, buscando lidar com a fraqueza dos mercados na região.
O presidente-executivo da Daimler Trucks, Wolfgang Bernhard, disse em evento com investidores perto de Stuttgart, na Alemanha, que os 2 mil postos de trabalho serão cortados no Brasil a um custo de 100 milhões de euros em pagamentos. Isso eleva o número de postos de trabalho cortados na maior economia da América Latina para quase 5 mil desde o ano passado.
Ele também disse que não descartaria mais layoffs (suspensão de contratos) nos EUA se o mercado de caminhões naquele país encolher mais que os 15 por cento esperados neste ano.
A Daimler Trucks atualmente emprega 13.700 trabalhadores nos EUA e cerca de 11.500 no Brasil, disse uma porta-voz.
No mês passado, a Daimler alertou que as vendas e lucros na divisão de caminhões cairiam significativamente em 2016 devido à demanda mais fraca nos EUA e no Brasil.
No entanto, Bernhard negou que a companhia necessite tomar medidas mais drásticas.
“Não precisamos de um programa adicional, podemos reagir rapidamente e flexivelmente a condições de mercado em transformação”, disse Bernhard, citando passos para reduzir as durações das montagens de caminhões e diminuir seu portfólio de veículos pesados.
“Se queremos permanecer competitivos, precisamos construir mais veículos com menos pessoas”, disse Stefan Buchner, chefe regional da divisão de caminhões para Europa e América Latina.

Crise do milho também já preocupa caminhoneiros

Não são apenas os confinadores de bovinos e criadores de suínos e aves que estão alarmados com a quebra da segunda safra de milho. A crise de abastecimento do cereal também é motivo de preocupação dos caminhoneiros, que temem ter diminuição de renda em função da escassez do cereal.
Boa parte da renda anual da categoria está ligada ao agronegócio. De acordo com o diretor da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, Alziro Filho, a quebra da safra de milho pode agravar a situação do setor. Ele afirma que o valor do frete não varia há uma década, apesar de sucessivos aumentos no preço do diesel e da evolução da inflação.
“O que alivia um pouco a categoria é a remuneração um pouco mais elevada durante a safra”, afirma o dirigente.
Alziro Filho esteve nesta quarta, dia 8, na reunião da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística, no Ministério da Agricultura, em Brasília. Um dos temas tratados no encontro foi o Programa de Parcerias e Investimento, anunciado no último mês pelo governo interino. De acordo com o presidente do colegiado, Edeon Vaz, a medida vai contribuir para resolver entraves nas concessões de portos e ferrovias.
A Câmara Temática também discutiu um projeto de lei que tramita no Senado, prevendo o fim da taxa de 10% sobre o frete de mercadorias movimentadas por cabotagem (transporte entre portos brasileiros). Para o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Luis Fernando Resano, a medida pode resultar em um aumento no custo do frete.
“Vai ser uma diminuição na arrecadação das empresas de navegação marítima. E, portanto, nós teremos que subir o valor do frete para os usuários do transporte marítimo”, diz Resano.

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