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Homens são presos por sequestro de motorista e roubo de carga de óleo diesel

Fugitivos foram identificados e o grupo integra a maior quadrilha de roubo de combustível em Goiás

Um idoso de 74 anos e o filho dele, de 34, foram presos, na terça-feira (3), por participar do sequestro do motorista de um caminhão de transporte de combustível para roubar a carga, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, quatro homens participaram do assalto.

Para cometer o crime, o grupo se dividiu em dois: metade estava em um cavalo que foi trocado pelo da outra carreta, e o restante invadiu o original para levar a vítima para outro local.

O caso foi denunciado por uma pessoa que viu a troca dos cavalos, na BR-060, e suspeitou que havia algo de ilícito. Pouco tempo depois, os dos veículos passaram pelo posto da polícia em Anápolis. Eles receberam ordem de parar, mas apenas o que levava a carreta parou. O outro, onde a vítima era levada, acabou fugindo.

Cabine que teria sido trocada por suspeitos para roubar carga de óleo diesel de carreta, em Goiás (Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)

Na abordagem, o motorista não tinha documento do carreta nem a dele e do passageiro. Ainda de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, instantes depois o outro veículo voltou. Ele era dirigido pelo caminhoneiro que havia sido sequestrado.

O homem, que tem 46 anos, contou que os ladrões decidiram abandoná-lo e entrar em um matagal por medo de serem presos. A vítima conduzia, desde Recife (PE), uma carga de 46 mil litros de óleo diesel com destino a Senador Canedo (GO), avaliada em R$ 140 mil. O assalto aconteceu na saída de Brasília.

Os dois presos foram encaminhados à Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), que realizou a prisão em parceria com a PRF. De acordo com o inspetor Newton Morais, os fugitivos já foram identificados e o grupo integra a maior quadrilha de roubo de combustíveis em Goiás.

Fonte: Brasil Caminhoneiro

Operação fiscaliza uso da carta-frete no transporte de cargas em Goiás

Uma operação deflagrada ontem (18) para fiscalizar empresas de transporte de cargas em Goiás constatou irregularidades cadastrais em 10 empresas, das 23 fiscalizadas.

A operação Operação Carta Marcada foi realizada em conjunto pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Secretaria Estadual de Fazenda de Goiás (Sefaz), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias Civil e Militar de Goiás e constatou omissão no pagamento de tributos, além de autação na clandestinidade.

O balanço da operação foi divulgado nesta quarta-feira em coletiva de imprensa. Os dados foram publicados pela Polícia Civil. Agora, as investigações continuam em parceria com as auditorias da Sefaz e ANTT.

Carta-Frete

A Operação, realizada em apoio aos caminhoneiros, reuniu um efetivo de aproximadamente 100 agentes no Posto Marajó, na Grande Goiânia, onde haviam sido constatados fortes indícios de irregularidades, entre elas o pagamento dos caminhoneiros com a carta-frete.

Proibida desde 2010, a carta-frete é um papel que o caminhoneiro recebe que descreve o tipo de frete e a embarcadora ou transportadora que o contratou. Para abastecer seu veículo, o motorista precisa trocar este papel, em postos de gasolina previamente selecionados, por combustível, alimentação e hospedagem.

Na hora de fazer a troca, os postos exigem que seja gasto de 30% a 50% do valor da carta em produtos. Além disso, os preços cobrados dos caminhoneiros costumam ser mais altos do que os cobrados do consumidor comum.

Segundo o presidente da Associação das Administradoras de Meios de Pagamento Eletrônico de Frete (Ampef), Alfredo Peres da Silva, apesar de proibida, a prática ainda é muito comum. “Mesmo com a lei [Lei 12.249/2010], isso ainda continua no Brasil e é difícil de acabar justamente por falta de fiscalização efetiva nos postos de gasolina”.

“Tem caminhoneiro que abastece usando 40% do valor [da carta-frete] e às vezes recebe do posto o restante em um cheque, que muitas vezes é sem fundo. O caminhoneiro é o mais sacrificado”, diz.

Os valores recebidos e trocados com a carta-frete, não são declarados e geram uma sonegação de cerca de R$ 12 bilhões em frete, de acordo com pesquisa realizada pela Consultoria Deloitt, divulgada pela Ampef.

O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo, disse que, apesar da lei em vigor desde 2010, atualmente 80% dos fretes ainda estão sujeitos a essa prática. “Eu chamo de frete de cabresto, uma espécie de escravidão, em que o caminhoneiro é obrigado a gastar grande parte do que ganha em determinado local”.

Carta-Cheque

Tanto o presidente da Ampef quanto o presidente da Unicam alegam ainda que os postos de gasolina muitas vezes cobram valores superiores dos caminhoneiros por meio da carta-cheque. Em alguns locais, cobra-se R$ 0,20 a mais por litro de diesel, gerando uma espécie de caixa dois para o posto.

Por lei, todo transportador autônomo de cargas deve receber o valor do frete por uma forma de pagamento aprovada pela ANTT, ou seja, por meio eletrônico, seja cartão de débito ou crédito ou em conta de depósito de instituição bancária.

O presidente da NTC&Logística, José Helio Fernandes, entidade que representa os empresários do transporte de cargas em âmbito nacional, diz que atualmente as empresas que fazem uso da carta-frete são minoria.

“Isso há muito tempo não era para existir. Quem não está cumprindo, tem que ser fiscalizado mesmo”, disse ao acrescentar que algumas transportadoras ainda usam o meio por ser uma maneira mais prática e rápida. “Facilita a liberação do caminhão, no intuito de ganhar produtividade, por não ter formalidade. Mas o que defendemos é o que está na lei. Pagar na conta de quem realmente prestou o serviço”.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Furto e roubo de cargas crescem 30% em 2016 em Goiás; Anápolis é alvo

O roubo e furto de cargas aumentaram quase 30% em Goiás, no ano passado, em comparação com 2015, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) aos quais o G1 teve acesso. Segundo a Polícia Civil, a cidade de Anápolis, a 55 km de Goiânia, é onde se concentra a maior incidência desse tipo de crime.

Conforme os números, somando furtos e roubos, em 2015 foram registrados 757 casos. Já em 2016, foram 981. Nesse período, Anápolis concentrou cerca de 11% dos crimes. Caminhoneiros, donos de transportadoras e até empresas de seguro relataram ao G1 que as quadrilhas estão agindo constantemente e que os prejuízos só aumentam.

Quem precisa transportar cargas passando pela região diz que teme pela segurança e que as histórias de criminosos assaltando caminhoneiros são comuns. Um motorista de 34 anos, que prefere não ter a identidade divulgada, foi vítima de roubo em Anápolis, em 2015. Ele transportava um carregamento de leite avaliado em cerca de R$ 40 mil.

“Eu estava em uma subida na BR-153, a 20 km/h. Um carro entrou na minha frente, deu tiro para cima e me obrigou a parar. Mandaram eu abrir a porta e um homem armado entrou no caminhão. Colocaram um capuz na minha cabeça e me colocaram no carro em que eles estavam”, relatou a vítima ao G1.

O caminhoneiro conta que viveu momentos assustadores. “Passou um filme na minha cabeça, lembrava da minha família a toda hora. Achei que não fosse sair vivo. Rodaram comigo no carro, fiquei a noite toda ajoelhado e com a cabeça coberta. No dia seguinte, me deixaram debaixo de uma ponte”, relembra.

Ele se recorda ainda que os criminosos tinham várias informações sobre sua vida. “Sabiam toda minha rota, pegaram meus documentos e disseram que conheciam meus filhos. Na época, eu morava em Anápolis. Depois disso, me mudei de cidade. Até hoje carrego esse trauma”, concluiu.

Cidade alvo
O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Roubo de Cargas (Decar), Alexandre Bruno Barros, explica que Anápolis é visada por quadrilhas especializadas nesse tipo de crime devido às características geográficas e econômicas.

“Tem a proximidade com a capital, é uma cidade grande, que cresce muito, cheia de galpões. Ela é cortada por grandes rodovias, inclusive federais, onde há um maior fluxo de caminhões. Também tem o porto seco, com fluxo enorme de carga e descarga de produtos, principalmente gêneros alimentícios”, disse.

Furto e roubo de cargas aumenta em Goiás e Anápolis é um dos principais alvos em Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)Número de furto e roubos de cargas aumentou quase 30% em 2016 (Foto: Vitor Santana/G1)

O delegado confirma que houve um aumento na quantidade de furtos e roubos de carga no estado. Porém, ele revela que em grande parte há o envolvimento direto ou indireto dos motoristas dos caminhões.

“De cada 100 registros, em 70 houve participação do motorista. Eles são aliciados pelos líderes da quadrilha para que levem a carga para um ponto específico e depois registrem o roubo. O valor do frete, às vezes, é de R$ 3 mil, e os criminosos oferecem R$ 10 mil para que eles desviem a mercadoria”, contou.

Em outros casos, as quadrilhas investigam a vida dos caminhoneiros e os chantageiam, ameaçando sequestrar ou matar algum familiar, como esposa ou filhos. Com medo, os motoristas obedecem às ordens dos criminosos, entregando a mercadoria.

Evolução do crime
Givaldo Pacheco, diretor da corretora de seguros Gpax, que atende transportadoras de vários tipos de carga, conta que a quantidade de furtos e roubos de mercadoria tem crescido a cada ano. Para combater a ação dos criminosos, a empresa está implementando várias técnicas diferentes de segurança.

“No início, na década de 90, eram roubos amadores, as pessoas cometiam o crime sem planejar. Para coibir isso, dávamos cursos aos motoristas e colocamos escoltas armadas. Algumas quadrilhas viram que esse crime era lucrativo, fácil de cometer, então começaram a atuar com mais força, com mais planejamento e nas rodovias. A partir daí, as seguradoras começaram a exigir outros itens, como rastreadores, tanto no caminhão quanto nas mercadorias, investigação da ficha do motorista, entre outras exigências”, explicou.

O diretor conta que são roubados todos os tipos de carga, de eletrônicos a gêneros alimentícios, passando por combustíveis e medicamentos. “Tem carga que vai desde R$ 60 mil a R$ 1,2 milhão. E esses produtos são revendidos por até 40% do valor da nota”, contou Pacheco.

Enquanto não houver uma ação junto aos receptadores, o roubo de carga só vai aumentar”, Givaldo Pacheco, diretor da Gpax

Segundo o representante da seguradora, outro grande problema são os receptadores das cargas. O diretor explica que os crimes já são cometidos com destinatários certos para as mercadorias roubadas.

“Enquanto não houver uma ação junto aos receptadores, o roubo de carga só vai aumentar. Porque é um crime que compensa, já tem a carga encomendada, o lucro é certo, não vai ter trabalho quase nenhum e o risco é baixo”, disse.

Já o analista de risco da corretora de seguros, Vinicius Santos, aponta que é necessário ter uma polícia que faça a repreensão desse tipo de crime. “Temos uma delegacia, que é a de Furtos e Roubos, que só vem depois do roubo. É uma delegacia investigativa, não temos uma unidade de repressão”, disse.

Ele ainda reforça que é preciso fazer mais fiscalização, atuando na prevenção aos delitos. “Falta um policiamento específico para o roubo de cargas. Tinha que haver mais abordagem de veículos, conferência de notas fiscais, se veículo está regulamentado”, sugere Santos.

Combate e monitoramento
O delegado Alexandre Bruno explicou que existe um trabalho constante de fiscalização da Decar para tentar coibir esse tipo de crime, incluindo parcerias com outros setores da segurança pública. Diante do alto índice de roubos em Anápolis, por exemplo, a polícia começou a monitorar todos os galpões da cidade. “A pessoa pode até pegar a carga em Anápolis, mas agora ela vai ter que deixar guardada em outro lugar, vai dificultar para as quadrilhas”, disse.

Além disso, em Anápolis foi criado o Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri), para auxiliar no combate aos grupos especializados. Periodicamente também são feitas reuniões entre as polícias para estabelecer estratégias de ação.

Segundo o delegado, com essas operações e parcerias, 112 pessoas foram presas em 2016. Este ano, 18 suspeitos já foram presos. “Acreditamos que conseguimos já desarticular algumas quadrilhas de furto e roubo de cargas que atuavam no estado. E, à medida que você vai atuando, o foco vai mudando. Hoje essas quadrilhas já estão agindo mais no Mato Grosso, Tocantins e Minas Gerais”, explicou.

Porém, o titular da Decar admite que o maior desafio é atuar em cima de quem compra os produtos roubados. “É difícil pegar o receptador, tem carga que são bem específicas, como implementos agrícolas, combustível, são mais difíceis de localizar. A primeira porque vendem diretamente para o fazendeiro, produtor rural, então a mercadoria é rapidamente utilizada. Com os combustíveis, a mesma coisa. Coloca dentro do reservatório e não tem como saber se aquela carga foi ou não produto de roubo”, explicou.

Mesmo com as dificuldades, Barros garante que a polícia segue atuando no combate aos receptadores. “Há seis meses, a região de Aparecida de Goiânia era muito crítica em relação a isso. Donos de supermercados contratavam os agentes delitivos para roubar essas cargas de gêneros alimentícios e produtos de limpeza. Eles tinham até estrutura de galpão para esconder a carga. Prendemos nove donos de supermercados e hoje não temos mais tanto esse problema”, concluiu.

Fonte: G1

Estradas ruins deixam frete mais caro para escoar produção de soja em GO

O agricultor de Goiás deve colher nesta safra mais de dez milhões de toneladas de soja, mas escoar a produção é um desafio já que várias rodovias estão em péssimas condições.

Em uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte, no fim do ano passado, duas estradas de Goiás apareceram na lista das dez piores do país, a GO-174 entre Rio Verde e Iporá e a BR-158 no trecho entre Jataí e Piranhas. Elas são utilizadas principalmente para o escoamento de produtos agrícolas.

Por conta da situação ruim das estradas, os produtores rurais já estão pagando mais caro pelo transporte dos grãos que estão sendo colhidos na lavoura para serem levados para os armazéns. Isso por que quem trabalha com o transporte, já faz o frete há muito tempo sabe que fazer a manutenção de um caminhão é cara.

Como no campo tempo é dinheiro, os produtores estão no corre-corre para encaminhar a produção Para os armazéns e pras industrias. O agricultor Atílio Gorgem planta soja em Jataí há mais de 30 anos. Ele diz que o custo com o transporte, que antes não chegava a 3% dos gastos com a produção, agora já chega a 15% .

O agricultor conta que 40% do que é produzido na fazenda é transportado por caminhões próprios, o restante ele precisa contratar terceiros. Só que não tá fácil encontrar quem se arrisque pelas estradas esburacadas. “Você tem fazer jogo de cintura para encontrar alguém”, conta Atílio.

A Agência Goiana de Transportes e Obras informou, em nota, que vai fazer os serviços de reparos nas rodovias estaduais mostradas na reportagem. Em relação a BR-158, que é federal, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes disse que a rodovia já está recebendo o serviço de manutenção.