O governador de São Paulo, João Dória, do PSDB, disse que o governo do estado vai ajudar a Ford a encontrar um comprador para a fábrica de São Bernardo do Campo.
Ele se reuniu com o presidente da Ford da América Latina, Lyle Watters, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, para discutir a decisão anunciada pela montadora na última terça-feira (19) de encerrar as atividades na fábrica de São Bernardo.
Segundo o governador, com o fechamento, até o final de 2019, 2 mil funcionários da montadora podem ficar desempregados.
O esforço para encontrar um comprador é uma tentativa de preservar os empregos, mas o governo não vai fazer exigências para um eventual futuro comprador.
“Há a livre iniciativa. O governo não pode e nem fará imposições ao comprador: compra se mantiver os empregos, compra se garantir que todos os 2 mil funcionários ali permanecerão. Nós vamos buscar uma solução de mercado, ao lado da Ford, não é uma ação de governo. É uma ação do setor público e setor privado na proteção de empregos,” disse João Dória.
A fábrica de São Bernardo é responsável pela produção de caminhões e além dos funcionários com contratos diretos, outros mil trabalhadores terceirizados também podem ficar sem emprego.
Levando em conta toda a cadeia de produção, a estimativa é de que 27 mil pessoas sejam impactadas pela decisão da montadora de interromper a produção da planta.
Pelo twitter, o sindicato dos metalúrgicos do ABC criticou a reunião que aconteceu sem a presença de representantes dos trabalhadores.
Para o presidente do Sindicato, Wagner Santana, a fábrica só vai ser fechada por uma decisão de mercado da Ford e não em função do prejuízo. ”Uma empresa não sustenta com um único veiculo ou com um único segmento que ela já disse que quer abrir mão que é o setor de caminhões. Portanto, pra nós, essa questão do prejuízo ela é só uma desculpa. Há aqui uma decisão estratégica. Não se abre mão de um mercado desses atoa e também pelas condições de trazer novos veículos para essa fábrica e manter os empregos aqui.”
Logo depois de anunciado o fechamento, os trabalhadores da fábrica entraram em greve. Uma nova assembleia foi marcada par ao dia 26.
As atividades da Ford na fábrica de Taubaté, no campo de testes em Tatuí, no centro de distribuição de Barueri e no Centro administrativo da montadora, que também fica em São Bernardo do Campo, serão mantidas.
Além de São Paulo, a Ford também tem uma fábrica em Camaçari na Bahia, onde fechou um acordo de isenção do ICMS por 30 anos e também mantém as atividades.
Fonte: Agência Brasil