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Entenda ponto a ponto a lei da tabela mínima de fretes

Depois de 10 dias de paralisações, dois meses de negociações e muita, mas muita, polêmica, a tabela mínima de fretes virou lei. Mais especificamente a Lei 13.703, a Lei de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. A partir de agora, ao contratar ou subcontratar um caminhoneiro autônomo, o embarcador ou transportador é obrigado a pagar um valor mínimo, não pode haver negociação abaixo desse valor.

Mas além disso, a lei traz muito mais, então vamos entender ponto a ponto:

QUEM FARÁ A TABELA MÍNIMA DE FRETES?

A ANTT. Segundo o artigo 4º, a Agência Nacional de Transportes Terrestres definirá e divulgará os valores os valores, priorizando os custos referentes ao óleo diesel e aos pedágios. E segundo o artigo 5º, os cálculos serão feitos com base no quilômetro rodado e na quantidade de eixos do conjunto.

tabela_minima_de_frete_sancionada

A lei da tabela foi sancionada pelo presidente Temer em 8 de agosto de 2018.

O Artigo 6º garante que a definição da tabela deverá ser técnica e que a ANTT deve “contar com a participação dos representantes dos embarcadores, dos contratantes de fretes, das cooperativas de transporte de cargas, dos sindicatos de empresas de transportes e de transportadores autônomos de cargas”.

Para calcular seu frete, clique aqui.

OS VALORES SERÃO ATUALIZADOS?

Sim. Se acordo com o Artigo 5º, inciso 1º, a atualização da tabela deverá ser publicada até os dias 20 de janeiro e julho de cada ano e os valores serão válidos para o todo o semestre. Porém, caso a ANTT não publique nova tabela (a gente bem sabe da dificuldade da agência com prazos), os últimos valores serão atualizados automaticamente pelo IPCA, o índice nacional de preços ao consumidor. Além disso, sempre que o preço do óleo diesel variar mais que 10%, pra mais ou pra menos, a tabela terá que ser revista.

FISCALIZAÇÃO, MULTAS E ANISTIAS

Segundo o Artigo 5º, inciso 6º, “Cabe a ANTT adotar medidas administrativas, coercitivas e punitivas necessárias”, ou seja, a Agência é a responsável por garantir o cumprimento da lei. Hoje, quem deseja reclamar de valores não pagos precisa acionar a justiça, mas o texto dá a entender que será possível reclamar diretamente na ANTT. Lembrando que os canais de contato são:

Aquele que não pagar o piso do frete terá que indenizar o transportador em valor equivalente a 2 vezes a diferença entre o valor pago e o que seria devido de acordo com a tabela. Ou seja, se o frete pela tabela seria de R$ 1.000,00, mas o transportador só pagou R$ 800,00 ao autônomo, então ficou “devendo” R$ 200,00. Esses 200 devem ser pagos em dobro, logo, terá que pagar mais R$ 400,00 ao autônomo.

As multas valem para fretes feitos a partir de 20 de julho. Quem carregou abaixo da tabela antes dessa data não poderá reclamar, porque a lei anistiou as empresas que não cumpriram os valores até 19/07. Até que a ANTT publique nova tabela, continuam valendo os valores da tabela de 20 de maio e você pode fazer os cálculos clicando neste link.

COMO GARANTIR A TABELA?

A lei deveria ser o suficiente para que empresas cumprissem a tabela, mas já se sabe que sem outros mecanismos isso não vai acontecer. Além da fiscalização do próprio motorista, que pode não carregar, entrar com processos ou denunciar as empresas que não pagarem o piso mínimo, a lei exige ainda um novo documento que comprove o pagamento.

Segundo o Artigo 7º, “Toda operação de transporte rodoviário de cargas deverá ser acompanhada de documento referente ao contrato de frete, com informações do contratante, do contratado e do subcontratado, quando houver, e também da carga, origem e destino, forma de pagamento do frete e indicação expressa do valor do frete pago ao contratado e ao subcontratado e do piso mínimo de frete aplicável”.  Ou seja, o documento já deve conter o valor da tabela e o valor efetivamente pago, para que fique claro se a empresa pagou ou não de acordo com o mínimo legal.

Imagem: Divulgação

Não está claro ainda como exatamente será esse documento. A ANTT ainda vai regulamentar seu uso e formato.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE AGREGADOS E AUTÔNOMOS E QUEM TEM SÓ O CAVALO OU O CAVALO + A CARRETA?

A lei não estabelece diferença entre autônomos e agregados, ou seja, ambos precisam receber pelo menos o mínimo da tabela. Caso as partes queiram negociar, só poderão fazê-lo para valores acima do piso. Também não há diferença na lei sobre quem tem só o cavalo ou quem tem cavalo + carreta, ou seja, cabe a quem tem o conjunto completo negociar um valor mais alto.

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Porém essas diferenças podem aparecer posteriormente, quando a ANTT publicar a nova tabela. Essas dúvidas foram enviadas a Agência durante a época de pesquisa pública, então devem ser respondidas nas próximas edições da tabela.

EXISTEM EXCEÇÕES?

Sim. No Artigo 5º, inciso 5º é possível encontrar exceções para a tabela, são elas: “transporte de contêineres e de veículos de frotas específicas, dedicados ou fidelizados por razões sanitárias ou por outras razões consideradas pertinentes pela ANTT”

Segundo explicação do transportador Gilson Baitaca para Pedro Trucão, essas exceções referem-se a veículos que geralmente são obrigados a retornar vazios para suas cidades de origem. Nas instruções dadas pela ANTT em 30 de maio, nesses casos o autônomo ou agregado deveria cobrar o dobro da quilometragem, mas esse inciso indica que a instrução deve mudar. A nova publicação da Agência deve trazer mais detalhes de como ficarão esses tipos de transporte.

QUEM DEVE PAGAR A MULTA PELO FRETE ABAIXO DA TABELA?

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Paralisação em rodovia durante a greve de caminhoneiros, em maio deste ano.

A lei não é explícita, mas a princípio o autônomo vai denunciar a empresa transportadora. Ela, por sua vez, pode denunciar um embarcador. Porém a mudança com a lei é que aplicativos de carga e agenciadores também podem responder pelas indenizações devidas ao autônomo, conforme o Artigo 8º.

JÁ ESTÁ VALENDO?

Sim, a lei já está valendo e no momento vale com a tabela publicada em 30 de maio. Uma nova tabela será publicada em breve, porém não há um prazo definido. Estima-se que a agência leve pelo menos 90 dias para concluir seus estudos e liberar a nova versão.

Por Paula Toco

Fonte: Trucão

WEX e Raízen fecham parceria para explorar setor de frete; segmento movimenta R$ 100 bi por ano no Brasil

Parceria na área de pagamentos eletrônicos de frete levará benefícios a caminhoneiros, transportadores e postos de combustíveis 

A WEX, empresa com mais de 30 anos de experiência no mercado mundial de soluções de pagamentos corporativos, e a Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, celebraram uma parceria para que os postos de combustíveis da rede passem a aceitar o cartão WEX Frete como meio eletrônico de pagamento dos caminhoneiros autônomos. O segmento movimenta R$ 100 bilhões por ano no Brasil, conforme estimativas de mercado.

Com a parceria, a WEX acredita que será capaz de provocar uma redução de custos diretos de transporte rodoviário de cargas em toda a cadeia de logística do país. Por sua vez, a Raízen espera um potencial aumento do volume de vendas de combustível, por meio da revenda da Bandeira Shell, justamente em função dos benefícios oferecidos pela solução da WEX aos motoristas autônomos que, atualmente, representam mais de 50% do volume de consumo nos postos.

A WEX possui uma das mais avançadas plataformas de meios de pagamentos, destacando-se por promover a inclusão financeira de trabalhadores que não têm acesso integral a todos os serviços bancários ofertados pelas instituições financeiras. A partir da parceria, os mais de 60.000 caminhoneiros que já utilizam o cartão WEX Frete poderão também ser atendidos nos novos postos credenciados, além de beneficiados por todas as vantagens da plataforma de relacionamento Clube Irmão Caminhoneiro Shell, que este ano completa 30 anos.

 A parceria foi lançada na Convenção de Vendas da Raízen, que ocorreu entre os dias 10 e 13 de abril, envolvendo mais de 2.000 revendedores da Bandeira Shell, reunidos na Praia do Forte, na Bahia. 

 Para o CEO da WEX na América Latina, José Roberto Kracochansky, o Brasil é um dos maiores mercados com potencial de migração dos meios de pagamentos tradicionais para o eletrônico e, no caso de pagamentos de frete, essa migração ainda está em um estágio muito inicial. “Desde a sua regulamentação, o pagamento eletrônico de frete teve uma adoção muito lenta, pois ainda não havia sido encontrado o equilíbrio na relação comercial entre caminhoneiros, transportadores e postos de combustíveis. Acreditamos que, com esta parceria, atinjamos exatamente esse objetivo”.   

Para Andreas Lips, gerente de Rodovias e Diesel da Raízen, a parceria representa uma forte vantagem competitiva, além de uma excelente oportunidade de melhoria no controle de pagamento e relacionamento entre caminhoneiro e a rotina de parada no posto. “Com essa novidade, esperamos proporcionar maior rentabilidade aos nossos revendedores da marca Shell, mais controle sobre as vendas e maior volume. O objetivo é trazer também agilidade, redução de custos e ainda mais segurança para o caminhoneiro na hora de abastecer”, completa Andreas.

Diagnóstico do Mercado

Estimativas de mercado apontam que grande parte das embarcadoras e transportadoras de frete ainda não utilizam meios de pagamento eletrônicos, dependendo ainda da carta-frete tradicional ou cheques, em desencontro com a regulamentação atual da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

E ainda, outros mercados mais maduros possuem números crescentes de aumento no uso de cartões como meios de pagamento destes serviços, como nos EUA, onde aproximadamente 90% da operação é conduzida desta forma. Isto gera um controle muito mais efetivo e prático no gerenciamento dos processos financeiros destas empresas.

Sobre a WEX

A WEX, uma das empresas líderes globais em soluções de pagamentos corporativos, atua há mais de 30 anos nos segmentos de frota, frete, benefícios, viagem e saúde, com movimentação anual superior a US$ 40 bilhões. Emprega mais de 3.300 colaboradores em seus escritórios distribuídos entre o Brasil, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Itália, França, Alemanha, Noruega, Holanda e Singapura.

A WEX tem sólida e comprovada expansão nos segmentos em que atua, possui presença global e tem ditado as tendências mais inovadoras no mercado de meios de pagamento para o atendimento do público em geral. O grupo WEX tem ações publicamente negociadas desde 2005 na New York Stock Exchange (NYSE: WEX). Para mais informações, visite www.wex.com.br.

Sobre a Raízen

 A Raízen, companhia licenciada da marca Shell no Brasil, desde 2011, se destaca como uma das empresas de energia mais competitiva do mundo e uma das maiores em faturamento no Brasil, atuando em todas as etapas do processo: cultivo da cana, produção de açúcar, etanol e energia, comercialização, logística interna e de exportação, distribuição e varejo de combustíveis. Atividades que empregam mais de 30 mil pessoas e envolvem mais de 6.000 postos de serviço com a marca Shell, mais de 950 lojas de conveniência Shell Select, 68 bases de abastecimento em aeroportos e 68 terminais de distribuição de combustíveis, 26 unidades produtoras, e produção anual de cerca de 2,1 bilhões de etanol, 4,5 milhões de toneladas de açúcar e capacidade de gerar cerca de 940 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. 

Operação fiscaliza uso da carta-frete no transporte de cargas em Goiás

Uma operação deflagrada ontem (18) para fiscalizar empresas de transporte de cargas em Goiás constatou irregularidades cadastrais em 10 empresas, das 23 fiscalizadas.

A operação Operação Carta Marcada foi realizada em conjunto pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Secretaria Estadual de Fazenda de Goiás (Sefaz), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias Civil e Militar de Goiás e constatou omissão no pagamento de tributos, além de autação na clandestinidade.

O balanço da operação foi divulgado nesta quarta-feira em coletiva de imprensa. Os dados foram publicados pela Polícia Civil. Agora, as investigações continuam em parceria com as auditorias da Sefaz e ANTT.

Carta-Frete

A Operação, realizada em apoio aos caminhoneiros, reuniu um efetivo de aproximadamente 100 agentes no Posto Marajó, na Grande Goiânia, onde haviam sido constatados fortes indícios de irregularidades, entre elas o pagamento dos caminhoneiros com a carta-frete.

Proibida desde 2010, a carta-frete é um papel que o caminhoneiro recebe que descreve o tipo de frete e a embarcadora ou transportadora que o contratou. Para abastecer seu veículo, o motorista precisa trocar este papel, em postos de gasolina previamente selecionados, por combustível, alimentação e hospedagem.

Na hora de fazer a troca, os postos exigem que seja gasto de 30% a 50% do valor da carta em produtos. Além disso, os preços cobrados dos caminhoneiros costumam ser mais altos do que os cobrados do consumidor comum.

Segundo o presidente da Associação das Administradoras de Meios de Pagamento Eletrônico de Frete (Ampef), Alfredo Peres da Silva, apesar de proibida, a prática ainda é muito comum. “Mesmo com a lei [Lei 12.249/2010], isso ainda continua no Brasil e é difícil de acabar justamente por falta de fiscalização efetiva nos postos de gasolina”.

“Tem caminhoneiro que abastece usando 40% do valor [da carta-frete] e às vezes recebe do posto o restante em um cheque, que muitas vezes é sem fundo. O caminhoneiro é o mais sacrificado”, diz.

Os valores recebidos e trocados com a carta-frete, não são declarados e geram uma sonegação de cerca de R$ 12 bilhões em frete, de acordo com pesquisa realizada pela Consultoria Deloitt, divulgada pela Ampef.

O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo, disse que, apesar da lei em vigor desde 2010, atualmente 80% dos fretes ainda estão sujeitos a essa prática. “Eu chamo de frete de cabresto, uma espécie de escravidão, em que o caminhoneiro é obrigado a gastar grande parte do que ganha em determinado local”.

Carta-Cheque

Tanto o presidente da Ampef quanto o presidente da Unicam alegam ainda que os postos de gasolina muitas vezes cobram valores superiores dos caminhoneiros por meio da carta-cheque. Em alguns locais, cobra-se R$ 0,20 a mais por litro de diesel, gerando uma espécie de caixa dois para o posto.

Por lei, todo transportador autônomo de cargas deve receber o valor do frete por uma forma de pagamento aprovada pela ANTT, ou seja, por meio eletrônico, seja cartão de débito ou crédito ou em conta de depósito de instituição bancária.

O presidente da NTC&Logística, José Helio Fernandes, entidade que representa os empresários do transporte de cargas em âmbito nacional, diz que atualmente as empresas que fazem uso da carta-frete são minoria.

“Isso há muito tempo não era para existir. Quem não está cumprindo, tem que ser fiscalizado mesmo”, disse ao acrescentar que algumas transportadoras ainda usam o meio por ser uma maneira mais prática e rápida. “Facilita a liberação do caminhão, no intuito de ganhar produtividade, por não ter formalidade. Mas o que defendemos é o que está na lei. Pagar na conta de quem realmente prestou o serviço”.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Relato do motorista sobre o “CLUBE CARGA CERTA”

Amigo Motorista,

Olhem como foi a  experiência que o Renato Isser, teve conosco no carregamento direto com a indústria no ” Clube Carga Certa”, queremos repassar para todos os nossos usuários do aplicativo a mesma experiência.

 

Renato Isser:
37 anos
Carreta Toco- Baú

“Estou passando a situação entre TruckPad, Indústria e o Motorista. O  contato foi direto com carga,sem atravessadores enviei toda  documentação sem nenhum contratempo  e acompanharam a qualidade do carregamento junto a Indústria durante o processo. 
Essa carga teve uma qualidade diferenciada. Já carreguei  no mesmo lugar outras vezes através de uma outra transportadora, mas acabei pernoitando nessa oportunidade,  dessa vez foi sem burocracia e rápido. 
A parte da TruckPad e Indústria, não houve nenhum atraso.
 Gostei da parte de apoio e assistência, e  gostei que durante todo  o processo não tive nenhum problema, inclusive o saldo do frete foi garantido pelo TruckPad. 
Pelo menos alguém ta fazendo alguma coisa e lutando pela gente, espero que possamos continuar com essa parceria. e feliz com os parceiros da TruckPad.”

Amigos, é por situações como essas que sabemos que estamos no caminho certo. E vamos acelerar esse projeto para todos os amigos da estrada.

Caso também queira participar. Olhem o que é o    “Clube Carga Certa”

O TruckPad  lançou o Clube Carga Certa, que tem como objetivo colocar cargas  EXCLUSIVAS  da indústria  diretamente para o motorista autônomo. Com total assessoria da equipe TruckPad do embarque ao desembarque. Garantimos 100% o recebimento do seu saldo.

Nesse primeiro momento estamos operando com…
Veículo:Truck, Bi-Truck e Carreta
Carroceira:
Baú

Em breve estaremos operando com outros modelo de veículos, mantenha-se conectado.

Caso tenha interesse ou conheça alguém com essas características, clique no link abaixo para se cadastrar e entraremos em contato com você!

Mas atenção pois as vagas são limitadas.

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Fretes: Avanço da colheita ainda pode elevar os preços

Com o avanço da colheita da soja no Brasil, mesmo que de forma mais lenta nesta temporada 2015/16, os produtores começam agora a colocar em prática suas estratégias de logística para que a entrega de seu produto seja efetivada. E a variação dos preços dos fretes é acompanhada dia a dia, principalmente porque a oleaginosa disputa a oferta do serviço com outros itens que seguem sendo direcionados para os portos.

A dinâmica da movimentação da produção agrícola brasileira mudou a partir de 2012, quando a segunda safra de milho passou a ser maior do que a primeira, como epxlica o economista e pesquisador da Esalq/LOG, Samuel da Silva Neto. E a divisão clara que existia antes, com a soja sendo escoada no primeiro semestre e o açúcar no segundo, acabou comprometida.

Assim, a virada de 2015 para 2016 foi marcada por preços bastante elevados dos fretes, já que as exportações nacionais de milho vinham registrando níveis recordes, uma vez que o dólar alto contribuiu para os negócios, aumentando a demanda internacional pelo cereal brasileiro.

Ainda segundo Neto, os volumes de milho chegando aos portos em janeiro eram bastante elevados. E para todo o ano comercial atual, a perspectiva é de que o Brasil exporte mais de 30 milhões de toneladas, com volumes saido ainda entre os meses de fevereiro e março, movimento que não era comum há alguns anos. Na temporada comercial 2014/15, o país exportou 30,2 milhões de toneladas do grão.

Entretanto, o pico da temporada de fretes ainda não chegou e, portanto, a tendência é de que os preços passem por alguma acomodação. Como explicou Edeon Vaz, coordenador executivo do Movimento Pró-Logística, da Aprosoja MT, esse período deve acontecer entre os meses de março e abril, com um volume maior de soja chegando ao mercado. “Como acontece em todos os anos, janeiro é uma repetição do que acontece entre os meses de outubro e novembro”, diz.

Dessa forma, com uma oferta maior do serviço nesse momento, apesar de terem iniciado o novo ano em alta, os preços devem ceder ligeiramente. “Temos 300 mil caminhões a mais do que o necessário, e o frete, como outros itens, obedece a lei de oferta e demanda”, explica o especialista.

Valores x Clima x Colheita

Números do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) mostram um avanço significativo nos valores de frete para as principais rotas da soja que sai do estado. De Sorriso a Santos, por exemplo, na primeira semana de janeiro, o preço do serviço era de R$ 322,50 e, na última, estava próxima de R$ 295,00, ou seja, uma baixa de 8,53%. Já em relação ao ano passado, o aumento é significativo. A mesma rota, no início de 2015, tinha preço de R$ 230,00.

Essa acomodação dos valores, como explica o superintendente do instituto, Daniel Latorraca, se dá, além da maior oferta de serviço, pela ligeira queda natural no volume de milho enviados aos portos nos meses seguintes, apesar de ainda ocorrerem. “Temos uma baixa natural da saída do milho, e o pico mesmo, para a soja, vai ocorrer quando ocorrer o pico da colheita”, explica.

E, ainda de acordo com o último levantamento do Imea, os trabalhos de campo em Mato Grosso estão atrasados em relação a 2015 e à média dos últimos anos. Até o final de janeiro, apenas 8,2% da área cultivada no estado havia sido colhida, contra 10,3% do mesmo período do ano passado.

Em um ano, de dezembro de 2014 a dezembro de 2015, segundo informou o Sifreca (Sistema de Informações de Frete) da Esalq-LOG, o valor do frete para a rota Sorriso/MT – Porto de Paranaguá subiu 34,09%, passando de R$ 220,00 para R$ 295,00 por tonelada.

No Paraná, os produtores também têm dificuldade de dar melhor andamento aos trabalhos de campo dado o excesso de chuvas e, consequentemente, cresce a preocupação com a logística. Em Londrina, por exemplo, a colheita deve ganhar mais ritmo nos próximos 10 a 15 dias. “Pelas previsões, na região terá muita chuva ainda até o mês de abril, o que pode atrapalhar e prejudicar a qualidade do grão”, explica Narciso Pissinati, presidente do Sindicato Rural local.

Os problemas causados pelo clima no sistema logístico do Brasil, no entanto, já são conhecidos. Se os preços não disparam em função da elevada oferta atual de fretes no país, as condições para que eles ocorram podem inflacionar os valores. Atualmente, essas preocupações já atingem produtores, além do Paraná, de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Piauí.

E nesse caso, não só os grãos sentem o impacto, mas os alimentos de uma forma geral, que chegam mais caros aos consumidores finais. Em entrevista ao jornal da Globo, o comerciante de hortifrutis Josiel Lopes, os valores do frete subiram perto de 15% e o valor tem de ser repassado.

No Piauí, a principal rodovia para o escoamento da safra, a Transcerrad, está em péssimas condições e os produtores locais esperam pela conclusão das obras há mais de 20 anos, como mostrou uma reportagem do Jornal Nacional nesta quinta-feira (4). No Mato Grosso do Sul, a situação é bem semelhante. O excesso de chuvas no estado tornou as saídas ainda mais complicadas e o escoamento da soja, entre outros produtos, está comprometida e pode se atrasar.

Em Mato Grosso, segundo explica o representante da Aprosoja MT, há cerca de 24 mil quilômetros sem pavimentação e as que estão pavimentadas, em grande parte, estão em condições ruins, não adequadas para um bom transporte. As perdas com o escoamento de grãos no Brasil, segundo mostram estudos, são milionárias.

Pedágio e Óleo Diesel

O aumento das praças de pedágio – só a BR-163 ganhou nove delas – e do óleo diesel são outros fatores agravantes e devem contribuir para o aumento dos preços. O combustível corresponde, ainda segundo explica Edeon Vaz, por 53% do valor do frete e “é natural que esta alta seja repassada para o valor do serviço, mas nem sempre esse repasse é integral”.

No início deste ano, a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) sobre o diesel, reduzida para 12% em 1º de julho de 2015, retornou para 17% e teve impacto direto sobre os preços do produto, portanto.

Mudanças

Apesar de ainda deficiente e insuficiente, o sistema logístico do Brasil tem apontado algumas melhoras nos últimos anos, como o sistema de agendamento da chegada dos caminhões aos portos e a migração de parte desse escoamento para os portos do chamado Arco Norte. No ano comercial anterior ao atual, cerca de 12,6 milhões de toneladas de soja do total exportado, ou 23%, deixaram o país pelos terminais da região – Ilhéus/BA, São Luís/MA, Itacoatiara/AM, Barcarena e Santarém,PA. “Isto reflete um aumento de 21% em relação à temporada anterior”.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Com mercadoria avaliada em R$ 5 milhões, caminhoneiros param na BA

Nove caminhoneiros que saíram do Ceará para entregar uma carga em uma fazenda em Campo Formoso, norte da Bahia, estão parados há três semanas em um posto de gasolina da BR-407, em Juazeiro. Eles viajaram cerca de 1.100 quilômetros com peças usadas na construção de torres eólicas para geração de energia com o vento, mas a empresa que contratou o serviço não pagou.
Os motoristas estão sem saber como irão descarregar a mercadoria, que é avaliada em R$ 5 milhões. A viagem, que deveria durar dois dias, se transformou em um drama. De acordo com os caminhoneiros, todo esse problema começou porque a empresa contratante teria atrasado as operações de transporte, não teria feito o pagamento do frete e nem dado condições para descarregar as peças. Com isso, gerou diárias, que também ainda não foram pagas.
O diretor comercial da empresa Tomé Equipamentos e Transportes, que contratou os caminhoneiros, informou que pagou 60% do valor do frete e que o restante será repassado quando a carga for entregue. Ele disse ainda que, depois de um acordo, a empresa vai pagar os adicionais por esses dias parados.
Porém, de acordo com o advogado Eduardo Madureira, ainda não houve acordo com a empresa. “Todas as tentativas de acordo foram sem êxito porque a empresa, apesar de apresentar propostas, ela mesmo se retrai ao cumprí-la”, disse.
Drama
Eduardo Pereira, caminhoneiro de Betim, Minas Gerais, está longe de casa há dois meses e não sabe quando irá rever a família. Os mantimentos que ele possui já estão acabando e ainda não há solução para o problema. “Está precária a situação. Não tem nenhum acordo. A gente está dormindo mal e não tem como tomar banho porque é cobrado o banho e o dinheiro já acabou. Aguardamos a resposta da empresa e até hoje nada”, disse o caminhoneiro.
O motorista André Voelkl também está passando por dificuldades. Na cozinha improvisada no caminhão, os alimentos também estão acabando. Tudo que ele queria era rever a família. “A gente está aqui trabalhando, tentando trabalhar, a gente não está conseguindo. Se eu for lembrar das minhas crianças em casa, dá vontade até de chorar”, disse o caminhoneiro.
André, Eduardo e outros sete caminhoneiros não sabem o que fazer para voltar para casa. “Estamos aguardando que eles pelo menos se manifestem e digam ‘olha, a partir de tal data vai ser acertado’. E cumpra!”, disse indignado o caminhoneiro Flávio Santos. Apenas um dos nove motoristas conseguiu autorização para descarregar as peças, mas até agora o dono do caminhão também não recebeu pelo serviço.
“O acordo foi de pagar umas diárias e depois fazer um depósito na conta após a descarga desse caminhão. Foi feito a descarga, mas até agora nada”, disse o caminhoneiro Marcos Barros. “É muito complicado. Espero que resolva o mais rápido possível para cada um seguir o seu caminho”, concluiu o caminhoneiro Eduardo Pereira.