Como fica o caminhoneiro na Reforma da Previdência

A idade mínima de 65 anos tende a prejudicar mais os trabalhadores braçais do que os trabalhadores cuja atividade não depende tanto de força e habilidades físicas. Um médico, um advogado, um jornalistas podem chegar a essa idade perfeitamente aptos a exercer suas funções. Mas uma empregada doméstica, um pedreiro, ou mesmo um caminhoneiro têm as mesmas condições para exercer suas profissões após os 60 anos?

De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), dos 889,4 mil caminhoneiros empregados no Brasil, apenas 7%, ou 61.190 tinham 60 anos ou mais. E os outros 93%? Será que eles conseguiram se aposentar? Saíram da profissão porque não encontraram mais emprego? Ou não aguentaram mais trabalhar?

A reportagem não encontrou dados precisos sobre a idade dos caminhoneiros autônomos. Mas, de acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apenas 16,2% têm 60 anos ou mais. “Ter de esperar 65 anos para um caminhoneiro se aposentar é muito tempo. A categoria já faz jornadas excessivas, muitas vezes tem de usar estimulantes para não dormir na estrada. Trabalhar até 65 anos é muito difícil”, afirma Epitácio Antônio dos Santos, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Paraná (Fetropar) e integrante do Comitê Executivo da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte.  “Nossa luta é para que a profissão de caminhoneiro seja inserida como insalubre, perigosa ou penosa na lei que vai tratar dessa questão”, conta.

Ele explica que emenda apresentada pelo senador Paulo Paim (PT/RS) à Reforma da Previdência estabeleceu que uma lei específica vai tratar dessa questão.  “Vamos tentar incluir os motoristas de caminhão e de ônibus”, diz Epitácio.

Com isso, a aposentadoria poderia ser concedida mais cedo para essas categorias. De acordo com o sindicalista, todos que trabalham com produtos perigosos já estão garantidos na lei. “Queremos colocar os demais também porque a vibração do veículo é danosa à saúde. Todos os motoristas precisam de aposentadoria especial.”

TEM DE PROCURAR A JUSTIÇA

Atualmente, segundo o vice-presidente da Fetropar, é possível, por meio judicial, obter o reconhecimento da insalubridade da profissão para motoristas que não atuam no transporte de produtos perigosos. Vale a pena tentar. Mas é preciso lembrar um detalhe: depois da Reforma Trabalhista, em vigor desde 11 de novembro de 2017, quem perde o processo paga todas as custas, risco que intimida os trabalhadores.

Epitácio Santos chama atenção também sobre as pensões por mortes, que, para os futuros pensionistas, não serão mais integrais. “Imagine que o marido e a mulher ganham juntos dois mil reais. Na hora que um dos dois falece, você corta a pensão pela metade”, reclama.

Quando a reforma for promulgada, os futuros viúvos e viúvas vão receber 50% da pensão do cônjuge mais 10% para cada filho dependente com até 21 anos. Se não houver filho dependente, o benefício será no valor de 60%.

Fonte: Carga Pesada

Petrobras anuncia alta no valor do diesel

A Petrobras anunciou, nesta terça-feira, 19, alta de 1,18% (ou R$ 0,026) no preço médio do litro da diesel nas refinarias. Com a mudança, o valor foi para R$ 2,229 o litro. A estatal anunciou ainda alta de 2,77% (ou R$ 0,05) no preço médio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias. Com a mudança, o valor foi para R$ 1,855 o litro.

O ajuste veio após as empresas importadoras acusarem a Petrobras de controlar o mercado e impedir a concorrência. Pelas contas da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a estatal estava há 53 dias sem reajustar a gasolina e há 18 dias no caso do óleo diesel. Com isso, diz a entidade, a tabela da estatal se mantém desalinhada do mercado externo, o que impossibilitaria outras empresas de adquirir os dois produtos no exterior para atender ao mercado interno.

Em julho de 2019, a Petrobras divulgou mudança na política de reajustes nos combustíveis, que passaram a ser realizados sem periodicidade definida. A estatal também começou a publicar em seu site os preços de venda da gasolina e do diesel divididos em mais de 30 pontos espalhados pelo País. A mudança segue na direção do esforço da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) de oferecer mais transparência aos preços dos combustíveis por região.

Segundo a Petrobras, o combustível entregue às distribuidoras tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, além de uma margem que cobre os riscos (como volatilidade do câmbio e dos preços).

Fonte: Blog do Caminhoneiro

O cuidado com o seu caminhão começa com um bom lubrificante

Seu caminhão é a sua casa na estrada. Por isso, é importante cuidar dele em todos os detalhes, especialmente o motor. 

Os óleos Shell Rimula foram desenvolvidos especialmente para proteger o motor de caminhões e veículos pesados, ajudando a reduzir os custos de manutenção e de combustível e a aumentar a confiabilidade. 

Shell Rimula R6MS é o lubrificante sintético da família. Ele foi formulado com aditivos multifuncionais de tecnologia avançada que, combinados com óleos básicos 100% sintéticos, proporcionam alto desempenho e proteção para você encarar as mais diversas condições. 

O Shell Rimula RT4X é um lubrificante mineral que proporciona tripla proteção aumentando a durabilidade do óleo e do motor em três áreas críticas: controle de ácidos e corrosão, desgaste do motor e controle de depósitos.

Já o Shell Rimula R3 Multi é um lubrificante multiviscoso pensado para o caminhoneiro brasileiro. O óleo mantém o motor limpo e protegido contra a formação de depósitos nos pistões e o acúmulo de fuligem.

Quem vive enfrentando distâncias, precisa de bons parceiros. E com Shell Rimula, seu caminhão ainda vai ter muita estrada pela frente. 

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Dicas para evitar tombamento e capotamento na estrada

De acordo com dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em 2018, foram registradas 5.269 mortes em rodovias federais, o que equivale a 14 óbitos por dia, segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Além do problema de má conservação das vias, está também a desatenção e despreparo de motoristas, sejam eles de caminhões ou veículos menores.

Confira as orientações de Alexandre Fagundes, gerente de Marketing e Produtos da Mix Telematics:

1-Tombamentos

Já ouviu falar na Força G? É a unidade de medida que determina a aceleração lateral de um veículo em uma curva. Quando a gravidade atua e se desloca, ocorre um tombamento, principalmente de caminhão, em função de seu tamanho. Para se prevenir, o motorista não pode entrar com velocidade em excesso nas curvas e manter 10km/h abaixo do indicado na sinalização, ou seja, se a rodovia tiver limite de 80 km/h, é necessário rodar em torno de 70 km/h.

2-Capotamento

cerca de 55% das mortes de caminhoneiros ocorrem por capotamentos. Como caminhões são mais altos e estreitos, se trafegarem em alta velocidade e com carga pesada, o risco de capotar aumenta muito. Por isso, o motorista deve dirigir com prudência, sempre mantendo distância do veículo da frente. Algumas cargas também aumentam o risco, como tanques de carga seca, líquidos e a granel, refrigeradas, bem como de gado ou outros animais vivos.

“Além de todos os cuidados, é fundamental que os motoristas respeitem as horas de descanso, não ingiram bebidas alcoólicas ou drogas e façam sempre check up. Muitas vezes, é necessário o uso de óculos para dirigir ou outras recomendações médicas, que farão diferença. O importante, no fim das contas, é manter sempre os olhos abertos e dirigir pensando não só em si, mas em todos ao redor”, diz Fagundes.

3-Veículos grandes

Já cruzou com caminhões transportando cana de açúcar? São os famosos treminhões, muito comuns durante a safra, além de tratores e colheitadeiras. Para quem transporta o produto, a dica é não exceder as partes laterais e superiores do treminhão, além de não exceder o limite de velocidade. Para os demais motoristas, acendam sempre o farol para serem vistos com facilidade, não ultrapassem sem segurança e mantenham distância segura desses veículos.

4-Caminhões betoneiras

como elas transportam concreto, que é um produto perecível e com muito peso, o motorista precisa tomar muito cuidado nas curvas, pois o centro da gravidade da carga é alto e ela está em movimento, ou seja, jogando peso de um lado para outro. Portanto, para o motorista da betoneira, é necessário sempre respeitar os limites de velocidade e seguir as orientações do equipamento, como 14 giros por minuto para giros do tambor, entre outras regras.

5-Ponto cego

Muitos acidentes ocorrem por conta do ponto cego, ou seja, áreas em que o motorista fica sem visibilidade do que acontece ao lado de todos os veículos. Porém, ele pode ser reduzido se o motorista se sentar corretamente no banco, com os pés alcançando os pedais e com joelhos semiflexionados. Nessa posição, ajuste o retrovisor interno para visualizar a maior parte do vidro traseiro; depois, alinhe os espelhos externos para eles mostrarem mais a via e menos o veículo. Mesmo assim, fique atento a motos e bicicletas, que somem com facilidade dos retrovisores. No caso de caminhões, os mais modernos já contam com retrovisores panorâmicos, que deixam as laterais mais visíveis. Mesmo assim, é bom ficar sempre atento. Inclusive, hoje, já existem câmeras e demais sensores, que ajudam muito motoristas a terem mais segurança.

Fonte: O Carreteiro

ANTT republica tabela de frete e inclui pedágio no cálculo do preço mínimo do transporte de carga

Resolução publicada na semana passada restabelece texto de julho e faz algumas alterações. Tabela de frete foi criada após greve dos caminhoneiros.

A Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) restabeleceu a vigência da resolução de julho deste ano que fixou novas regras para o cálculo do frete mínimo de transporte de cargas. A resolução publicada na semana passada, no entanto, traz algumas alterações com relação ao texto de julho.

O frete é o preço pago pelo transporte de cargas. A tabela instituída pela ANTT é apenas para o transporte rodoviário. O frete varia de acordo com o produto transportado, com o trajeto realizado e com as condições enfrentadas pelo motorista para fazer o serviço.

A principal alteração é a obrigatoriedade de adicionar o custo com pedágio ao valor mínimo do frete que deve ser pago ao caminhoneiro pelo transporte de cargas. “O valor do pedágio, quando houver, deverá ser obrigatoriamente acrescido aos pisos mínimos”, afirma a resolução aprovada pela diretoria da ANTT.

O novo texto também prevê que o valor do frete a ser pago ao caminhoneiro deve considerar a negociação com relação ao lucro dele, despesas relacionadas ao uso de contêineres, por exemplo, e gastos com itens como alimentação, pernoite, tributos e taxas.

Um dos pontos criticados pelos caminhoneiros era o fato de a tabela não incluir expressamente, no cálculo do frete mínimo, a remuneração do caminhoneiro.

A resolução de julho prevê que 11 categorias de cargas serão usadas no cálculo do frete mínimo e amplia os itens considerados no cálculo. Além da distância percorrida, o cálculo do frete mínimo também passou a considerar o tempo de carga e descarga do caminhão, custo com depreciação do veículo, entre outros.

O texto foi alvo de muitas críticas por parte dos caminhoneiros o que levou o governo a suspender a aplicação da tabela e a abrir uma nova rodada de negociação com a categoria.

A tabela de fretes foi criada no ano passado pelo governo Michel Temer, após a greve dos caminhoneiros que bloqueou estradas e comprometeu o abastecimento de combustível, de medicamentos e de alimentos em todo o Brasil. O tabelamento era uma das reivindicações da categoria.

O que mudou

Saiba o que mudou das regras publicadas em julho para as que agora estão em vigor:

Resolução de julho

  • lucro, pedágio, valores relacionados às movimentações logísticas, despesas de administração, alimentação, tributos e taxas não integravam o cálculo do piso mínimo;
  • lucro, valores relacionados às movimentações logísticas, despesas de administração, alimentação, pernoite, tributos e taxas poderiam ser incluídos mediante acordo entre as partes;
  • o texto só incluía que o pagamento do pedágio deveria ser realizado na forma da lei que criou o vale-pedágio, segundo a qual o pagamento de pedágio, por veículos de carga, passa a ser de responsabilidade do embarcador.

Resolução em vigor

  • para definir o valor final do frete deverão ser negociados os valores do lucro, valores relacionados às movimentações logísticas, despesas de administração, alimentação, pernoite tributos e taxas;
  • o texto cita de forma expressa que o valor do pedágio, quando houver, deverá ser obrigatoriamente acrescido aos pisos mínimo cobrados pelo transporte.

Caminhoneiros

Wallace Costa Landim, conhecido como Chorão, é um dos caminhoneiros que conduziram a greve de 2018. Ele afirmou que as mudanças incluídas na resolução atendem de forma paliativa as demandas da categoria e que, agora, está “de olho” na publicação do reajuste da tabela previsto para janeiro.

Segundo Landim, com o texto antigo muitos embarcadores acabavam maquiando o valor do pedágio dizendo que estava incluso no frete.

Agora, com a determinação de que o pedágio deve compor o piso, o valor do pedágio deve estar expressamente descrito no cálculo do frete mínimo.

O caminhoneiro afirma que o maior desafio agora é fazer com que a tabela seja cumprida.

Fonte: G1

Carteira Digital de Trânsito (CDT) ganha recurso de vencimento de CNH

Aplicativo gratuito serve como substituto da CNH e do documento do veículo

O Denatran anunciou novas funcionalidades para o app Carteira Digital de Trânsito (CDT). Em breve, o aplicativo para Android e iPhone (iOS) passará a alertar quando a CNH está próxima do vencimento, além de avisar o condutor em caso de recall do automóvel para que ele adote as devidas providências. Segundo o órgão, vinculado ao Ministério da Infraestrutura, o app também permitirá consultar infrações registradas no nome do usuário. As novidades serão apresentadas em evento agendado para esta segunda-feira (18), em São Paulo.

O CDT é um aplicativo que reúne as versões digitais tanto da habilitação quanto do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), conhecido popularmente como “documento do veículo”. Desenvolvido pelo Serpro, o app grátis substitui as versões em papel dos dois documentos e está disponível em todos os estados e no Distrito Federal para qualquer pessoa que já tenha a documentação no formato tradicional.

Entre as vantagens do aplicativo está a possibilidade de substituir a versão impressa, já que tem o mesmo valor legal. Os documentos ficam sempre offline e podem ser usados em blitz, o que pode salvar o usuário de pagar multa de R$ 88,38, tomar três pontos na carteira e ter o veículo retido por dirigir sem portar a habilitação.

A autenticidade pode ser verificada pelo aplicativo Vio (antes chamado de Lince), que é capaz de ler o QR Code gerado pelo app Carteira Digital de Trânsito. A CDT também pode gerar uma versão em PDF dos documentos do motorista e do veículo assinados digitalmente e que têm a mesma validade de uma cópia física autenticada em cartório.

Fonte: Tech Tudo

Bolsonaro assina medida provisória que extingue o Dpvat

O presidente Jair Bolsonaro assinou hoje (11) medida provisória (MP) extinguindo, a partir de 1º de janeiro de 2020, o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, o chamado Dpvat. De acordo com o governo, a medida tem por objetivo evitar fraudes e amenizar os custos de supervisão e de regulação do seguro por parte do setor público, atendendo a uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Pela proposta, os acidentes ocorridos até 31 de dezembro de 2019 continuam cobertos pelo DPVAT. A atual gestora do seguro, a Seguradora Líder, permanecerá até 31 de dezembro de 2025 como responsável pelos procedimentos de cobertura dos sinistros ocorridos até a da de 31 de dezembro deste ano.

“O valor total contabilizado no Consórcio do Dpvat é de cerca de R$ 8,9 bilhões, sendo que o valor estimado para cobrir as obrigações efetivas do Dpvat até 31/12/2025, quanto aos acidentes ocorridos até 31/12/2019, é de aproximadamente R$ 4.2 bilhões”, informou o Ministério da Economia.

De acordo coma pasta, o valor restante, cerca de R$ 4.7 bilhões, será destinado, em um primeiro momento, à Conta Única do Tesouro Nacional, em três parcelas anuais de R$ 1.2 bilhões, em 2020, 2021 e 2022.

“A medida provisória não desampara os cidadãos no caso de acidentes, já que, quanto às despesas médicas, há atendimento gratuito e universal na rede pública, por meio do SUS [Sistema Único de Saúde]. Para os segurados do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], também há a cobertura do auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente e de pensão por morte”, acrescentou o ministério.

A MP extingue também o Seguro de Danos Pessoais Causados por Embarcações, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não (DPEM). Segundo o ministério, esse seguro está sem seguradora que o oferte e inoperante desde 2016.

Fonte: Brasil Caminhoneiro

Vendas de caminhões disparam e confirmam aquecimento econômico do setor

Com alta de quase 40% no acumulado desde janeiro, comercialização de veículos de transporte de carga simboliza virada de página no setor com perspectivas mais positivas nos próximos anos

São Paulo – Uma das atividades que mais sentiram os efeitos da crise econômica nos últimos anos, o setor de caminhões vive agora uma situação antagônica – e simboliza o reaquecimento do ritmo industrial e das perspectivas mais positivas para o país nos próximos anos.

No acumulado de 2019 até outubro, as entregas alcançaram 83,6 mil unidades, alta de 37,9% em comparação ao contabilizado no ano anterior, quando houve 60,7 mil emplacamentos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

De acordo com a entidade, há uma clara trajetória de recuperação do mercado. “O setor de caminhões mostra crescimento robusto, que cria boas expectativas para o futuro”, diz Marco Antonio Saltini, vice-presidente da Anfavea para o segmento de pesados. “O desempenho até aqui confirma nossa projeção para 2019, de uma evolução de 35%, e indica claramente a mudança de patamar ocorrida nos últimos dois anos, em um ambiente de negócios que está melhorando pouco a pouco.”

Segundo Saltini, a melhora geral é resultado das recentes mudanças na economia, impulsionadas principalmente pelas reformas que estão sendo apresentadas pelo governo. “O que a gente percebe é um movimento muito grande no setor de caminhões e veículos comerciais, de modo geral. Os clientes estão procurando negócios, e isso mostra uma mudança de patamar, com vendas que estão muito acima dos resultados do ano passado”, afirma Saltini. “Há uma retomada ainda lenta da economia, mas o mais importante é a expectativa de que o próximo ano ainda possa ser melhor, continuar crescendo em níveis sustentáveis e que permitam avanços”, observa o executivo da Anfavea.

O mercado deve fechar o ano com 102 mil caminhões vendidos. O último registro acima de 100 mil pesados ocorreu em 2014, com 137 mil emplacamentos. A previsão inicial dos revendedores era de 88 mil unidades licenciadas, o que corresponderia a uma alta de 15%. Já no mês passado, as vendas fecharam com pouco mais de 9,4 mil unidades, volume 19,3% superior ao anotado no mesmo mês de 2018, quando os licenciamentos somaram 7,9 mil caminhões.

O bom desempenho no mercado interno ajudou a amortecer os impactos da crise na Argentina, o maior comprador de veículos do Brasil. As exportações brasileiras para lá continuam preocupando as montadoras. Pelos cálculos da Anfavea, apesar de o embarque de 1,5 mil caminhões em outubro ter gerado alta de 52% em relação ao volume de setembro, os resultados nas comparações anuais seguem muito ruins, com quedas de 13,4% sobre outubro de 2018 (1,7 mil unidades) e de 48,9% no acumulado do ano, de 22,1 mil veículos embarcados no ano passado.

Ano forte 

Embora persistam as incertezas no cenário externo, os principais fabricantes de caminhões do Brasil se dizem otimistas com as perspectivas de crescimento da economia brasileira, o maior mercado consumidor da América Latina. “Depois de superadas as dificuldades causadas pela crise a partir de 2015, estamos respirando otimismo novamente”, disse Martin Lundstedt, presidente-executivo do Grupo Volvo, em encontro com jornalistas durante a Fenatran, o maior evento de caminhões do país. “A América Latina, mesmo com as recentes turbulências políticas, está voltando a crescer. Não temos do que reclamar. O ano está muito forte.”

Esse ambiente positivo, que inspira o otimismo das montadoras, pode ser ainda melhor se as projeções de alta do PIB se confirmarem. “O crescimento econômico projetado para 2019, ainda abaixo de 1%, pode gerar um efeito exponencial, se atingir algo entre 1,1% e 1,2%”, afirma o economista Marco Antônio Piovesani, especialista em políticas industriais da Fundação Getulio Vargas (FGV).

De fato, as previsões têm sido revisadas para cima, inclusive pela própria Anfavea. A expectativa agora é de que as vendas domésticas de caminhões no Brasil cresçam 35%, enquanto a produção avance 8%, prejudicada pela crise na Argentina. “Historicamente, o mercado de caminhões sinaliza os rumos da economia. Está sempre à frente da curva e à frente do crescimento econômico”, diz Wilson Lirman, executivo da Volvo na América Latina.

Líder de mercado no Brasil, com cerca de 30% de participação de mercado, a Mercedes Benz também aposta que 2020 será um ano ainda melhor para o mercado de caminhões. Além da volta da confiança, as boas perspectivas são alimentadas pela queda na taxa básica de juros – que reduz o custo dos financiamentos e reativa a economia como um todo – e pelas projeções de bom desempenho para o agronegócio, o grande motor da indústria de cami- nhões. “Temos taxas de juros significativamente reduzidas, além de um cenário de reaquecimento do setor de construção civil e do varejo”, afirma Philipp Schiemer, presidente da Mercedes -Benz na América Latina.

Bom momento também para usados

Embora em ritmo mais discreto, as vendas no mercado de veículos usados também estão em alta. A demanda apresentou leve aumento, de 2,1%, no acumulado do ano até outubro, com um total de 9,44 milhões de unidades transferidas, de acordo com dados divulgados pela Fenabrave, que reúne o setor de distribuição. O volume considera a soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Na média, para cada veículo novo vendido ao longo dos 12 meses acumulados deste ano, o segmento usado vendeu 4,2 veículos.

Em todos os segmentos, tanto de leves quanto de pesados, os desempenhos foram semelhantes no período, também com crescimento dos volumes na casa dos 2%. Nos leves, que somam as transferências de automóveis e comerciais leves, a entidade mostra que pouco mais de 9 milhões de unidades trocaram de proprietário.

Favorável 

Os dados isolados apontam que um total de 7,8 milhões de automóveis e 1,2 milhão de comerciais leves usados foram vendidos no período. Já o segmento pesado, que considera a soma de caminhões e ônibus, encerrou os 10 meses fechados no ano com 349 mil unidades usadas vendidas, das quais 306,2 mil são caminhões e 42,7 mil, ônibus.

Na avaliação do vice-presidente da Anfavea, Marco Antonio Saltini, o horizonte é favorável para 2020. Além dos bons números de vendas em 2019, a entidade aposta em indicadores econômicos, como a queda do risco-país para investidores, o crescimento da confiança do consumidor, inflação contida, juros nos níveis mais baixos da história nacional e bancos com apetite de financiar as vendas do setor. Segundo a Anfavea, esses fatores devem fazer o PIB voltar a crescer mais a partir de 2020, puxando para cima todo o setor e a economia. 

Fonte: Correio Braziliense

Como evitar tombamento e capotamento na estrada

De acordo com dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em 2018, foram registradas 5.269 mortes em rodovias federais, o que equivale a 14 óbitos por dia, segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Além do problema de má conservação das vias, está também a desatenção e despreparo de motoristas, sejam eles de caminhões ou veículos menores.

Confira as orientações de Alexandre Fagundes, gerente de Marketing e Produtos da Mix Telematics:

1-Tombamentos

Já ouviu falar na Força G? É a unidade de medida que determina a aceleração lateral de um veículo em uma curva. Quando a gravidade atua e se desloca, ocorre um tombamento, principalmente de caminhão, em função de seu tamanho. Para se prevenir, o motorista não pode entrar com velocidade em excesso nas curvas e manter 10km/h abaixo do indicado na sinalização, ou seja, se a rodovia tiver limite de 80 km/h, é necessário rodar em torno de 70 km/h.Anterior

2-Capotamento

cerca de 55% das mortes de caminhoneiros ocorrem por capotamentos. Como caminhões são mais altos e estreitos, se trafegarem em alta velocidade e com carga pesada, o risco de capotar aumenta muito. Por isso, o motorista deve dirigir com prudência, sempre mantendo distância do veículo da frente. Algumas cargas também aumentam o risco, como tanques de carga seca, líquidos e a granel, refrigeradas, bem como de gado ou outros animais vivos.

“Além de todos os cuidados, é fundamental que os motoristas respeitem as horas de descanso, não ingiram bebidas alcoólicas ou drogas e façam sempre check up. Muitas vezes, é necessário o uso de óculos para dirigir ou outras recomendações médicas, que farão diferença. O importante, no fim das contas, é manter sempre os olhos abertos e dirigir pensando não só em si, mas em todos ao redor”, diz Fagundes.

3-Veículos grandes

Já cruzou com caminhões transportando cana de açúcar? São os famosos treminhões, muito comuns durante a safra, além de tratores e colheitadeiras. Para quem transporta o produto, a dica é não exceder as partes laterais e superiores do treminhão, além de não exceder o limite de velocidade. Para os demais motoristas, acendam sempre o farol para serem vistos com facilidade, não ultrapassem sem segurança e mantenham distância segura desses veículos.

4-Caminhões betoneiras

como elas transportam concreto, que é um produto perecível e com muito peso, o motorista precisa tomar muito cuidado nas curvas, pois o centro da gravidade da carga é alto e ela está em movimento, ou seja, jogando peso de um lado para outro. Portanto, para o motorista da betoneira, é necessário sempre respeitar os limites de velocidade e seguir as orientações do equipamento, como 14 giros por minuto para giros do tambor, entre outras regras.

5Ponto cego

Muitos acidentes ocorrem por conta do ponto cego, ou seja, áreas em que o motorista fica sem visibilidade do que acontece ao lado de todos os veículos. Porém, ele pode ser reduzido se o motorista se sentar corretamente no banco, com os pés alcançando os pedais e com joelhos semiflexionados. Nessa posição, ajuste o retrovisor interno para visualizar a maior parte do vidro traseiro; depois, alinhe os espelhos externos para eles mostrarem mais a via e menos o veículo. Mesmo assim, fique atento a motos e bicicletas, que somem com facilidade dos retrovisores. No caso de caminhões, os mais modernos já contam com retrovisores panorâmicos, que deixam as laterais mais visíveis. Mesmo assim, é bom ficar sempre atento. Inclusive, hoje, já existem câmeras e demais sensores, que ajudam muito motoristas a terem mais segurança.

Fonte: O Carreteiro

Tabela de fretes publicada pela ANTT em julho volta a valer

A ANTT publicou no Diário Oficial de ontem, 13 de de novembro, a Resolução 5.858, que restabelece a vigência da Resolução nº 5.849, de 16 de julho de 2019, que alterou a forma de cálculo dos valores da Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas – PNPM-TRC.

A nova resolução obriga os embarcadores a pagarem os valores conforme disposto na tabela, de acordo com uma mudança no segundo parágrafo, que alterou o texto de “poderão ser negociados“, para “deverão ser negociados“. Esse parágrafo trata de despesas extras do transporte e do caminhoneiro, como alimentação e pernoite, além de tributos, taxas e outros itens. A nova resolução também exige o pagamento dos valores de pedágio.

A tabela publicada em julho foi suspensa porque os caminhoneiros disseram que o estudo desenvolvido pela Esalq-Log não remunerava boa parte dos custos do frete. A ANTT pretende atualizar os valores da tabela de fretes no início de 2020.

A tabela publicada na Resolução nº 5.849 conta com 11 tipos de cargas:

  • I – Carga geral: a carga embarcada e transportada com acondicionamento, com marca de identificação e com contagem de unidades;
  • II – Carga geral perigosa: carga geral que contenha produto classificado como perigoso para fins de transporte ou represente risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente;
  • III – Carga líquida a granel: a carga líquida embarcada e transportada sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades;
  • IV – Carga líquida perigosa a granel: a carga líquida a granel que seja classificada como perigosa para fins de transporte ou represente risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente.
  • V- Carga sólida a granel: a carga sólida embarcada e transportada sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades;
  • VI – Carga sólida perigosa a granel: a carga sólida a granel que seja classificada como perigosa para fins de transporte ou represente risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente;
  • VII – Carga frigorificada: a carga que necessita ser refrigerada ou congelada para conservar as qualidades essenciais do produto transportado;
  • VIII – Carga frigorificada perigosa: a carga frigorificada que seja classificada como perigosa para fins de transporte ou represente risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente;
  • IX – Carga neogranel: a carga formada por conglomerados homogêneos de mercadorias, de carga geral, sem acondicionamento específico cujo volume ou quantidade possibilite o transporte em lotes, em um único embarque;
  • X – Carga conteinerizada: a carga embarcada e transportada no interior de contêineres;
  • XI – Carga conteinerizada perigosa: a carga conteinerizada que seja classificada como perigosa para fins de transporte ou represente risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente.

Os valores publicados na Resolução nº 5.849 de julho levam em consideração os custos do transporte, mas ignoravam os custos de pedágio, lucro do transportador, e outros valores, como alimentação, despesas logísticas e etc., que deveriam ser negociados em separado com o embarcador.

A nova metodologia apresentada pela Esalq-Log também leva em consideração cargas fracionadas, que deverão ser calculadas de acordo com a carga de maior valor a ser transportada.

O cálculo é feito com base na multiplicação da distância pelo coeficiente de deslocamento, somado com o coeficiente de carga e descarga. A tabela é dividida em duas, para carga lotação (tabela 1) e para contratação apenas do veículo (tabela 2).

A resolução não permite o pagamento de fretes com valores abaixo dos obtidos pelo cálculo da tabela, com multa de R$ 550 a R$ 10.500 mais duas vezes a diferença do valor pago. Quem divulgar fretes abaixo dos valores corretos, como aplicativos de fretes, serão multados em até R$ 4.975. Quem tentar obstruir ou impedir a fiscalização da ANTT será multado em até R$ 5.000.

Os valores da tabela serão reajustados sempre que o valor do diesel subir ou descer mais de 10% em menos de 30 dias.

Para calcular o valor correto do frete, o caminhoneiro deve encontrar o tipo de carga, saber a quilometragem da viagem e verificar na tabela o custo de deslocamento e de carga e descarga.

A conta fica (Distância em KM x Custo de deslocamento) + custo de carga e descarga.

Tabela 1 – TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA LOTAÇÃO

Tabela 2 – OPERAÇÕES EM QUE HAJA A CONTRATAÇÃO APENAS DO VEÍCULO AUTOMOTOR DE CARGAS

Fonte: Blog do Caminhoneiro