Ter a ficha limpa e cadastro impecável nas seguradoras de risco são alguns dos requisitos fundamentais para conseguir bons fretes. Porém, dentro do contexto atual, em que a economia do País continua se arrastando é cada vez mais difícil se manter financeiramente estável, com as contas em dia e não utilizar o limite de saldo da conta bancária. No caso dos motoristas autônomos, que têm de arcar com as despesas do caminhão e lidam constantes aumentos de preço do óleo diesel, pedágios e outros insumos – além do frete defasado – a situação é ainda mais grave.
Uma das consequências para esse profissional que fica com o “nome sujo” na praça é ser impedido de carregar. Isso acontece quando ele deixa de atender os critérios de segurança estabelecidos pelas seguradoras e com o cadastro bloqueado, as empresas liberam apenas cargas de baixo valor. Como resultado, o motorista autônomo, sem muitas opções de frete, fica sem faturamento para saldar as dívidas e melhorar a sua situação.
O assessor da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Cleverson Kaimotoda, explica que o bloqueio por problemas de ordem financeira não é permitido, porque empresta falso caráter desabonador do caminhoneiro, e isso fere injustamente a dignidade e a imagem do trabalhador. Porém, afirma que os bloqueios que versam sobre antecedentes criminais, envolvendo tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio, por exemplo, devem ser avaliados com mais profundidade.
“Em caso de bloqueio, o ideal é que o caminhoneiro procure assistência jurídica através de seu sindicato correspondente. Algumas entidades coligadas à CNTA já contam inclusive com serviço específico de apoio para essas situações”, aconselhou.
O presidente da Telerisco, Felipe Dick, explicou que o sistema de gestão e armazenamento de perfil profissional, quando consultado pelas transportadoras e embarcadores, atua como uma ferramenta de gerenciamento de risco, e não tem ingerência na apólice de seguro das empresas junto às seguradoras. E sendo assim, a análise e adequação do motorista para a contratação do seguro ao transporte pretendido, depende das condições da apólice contratada e das exigências estabelecidas na mesma.
“As exigências dizem respeito a veículo adequado, experiência do profissional, envolvimento em acidentes, quantidade e tipos multas, CNH válida, habilitação ao transporte de mercadorias especiais e/ou perigosas consoante a legislação vigente entre outras. Se essas condições não forem atendidas, a seguradora não concederá a cobertura securitária pretendida pela transportadora”, esclareceu Dick.
Em relação a restringir o motorista, Dick explica que a Telerisco não interfere na contratação do mesmo, e que a este tipo de atividade é de responsabilidade única e exclusiva da transportadora ou do embarcador e depende das condições exigidas na apólice de seguro contratada. Portanto, ficando assim a critério da empresa optar ou não pela contratação.
Mas, Dick reforça é muito importante o motorista estar em dia com o cadastro nas seguradoras para agilizar o processo de carregamento. E no caso do cadastro vencido, é necessário fazer uma pesquisa e muitas empresas não querem esperar o tempo necessário para análise.
“Para ajudar os motoristas nesses casos, além de disponibilizamos uma “Central de Atendimento ao Caminhoneiro” (0800 709 2000), para auxiliá-lo na renovação de seu cadastro, temos uma equipe que periodicamente vai aos principais postos de combustível e terminais de cargas do País, para atendê-los pessoalmente nos casos de solicitação de registro, atualização de dados, realização de consultas e esclarecimento de dúvidas e sete salas permanentes para atendimento aos motoristas, localizadas em São Paulo, Bahia e Mato Grosso”, orientou.
Fonte: O Carreteiro