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“Não existe liberação de carga, o que ocorreu foi furto qualificado”, afirma policial rodoviário

Furto sendo justificado como carga liberada, fome, necessidade e até mesmo esquema com seguradora. O fato é que o que aconteceu em Wenceslau Braz no último domingo virou notícia nacional.

Vinte e sete toneladas de carne que, provavelmente demoraram um dia inteiro para serem carregadas no caminhão, foram saqueadas em menos de 20 minutos por centenas de pessoas. O crime ocorreu por volta das 13 h, do último domingo (18), após o tombamento de uma carreta Mercedes Benz carregada de carnes. O motorista, Alberto Luiz Minosso, vítima de escoriações leves, ainda estava sendo hospitalizado, quando a população avançou sobre a carga e, desacatando a ordem policial, depredou totalmente o caminhão para ter acesso às centenas de caixas de carne.

Enquanto orientavam o motorista do guincho, para evitar que houvesse risco às pessoas que transitavam no local, os policiais não conseguiram evitar o saque. Com apenas dois militares rodoviários no local, ficou impossível conter as mais de mil pessoas que se aglomeraram para saquear o caminhão, atravessado na pista que permanecia bloqueada nos dois sentidos.

Inúmeras imagens registraram a ação, onde famílias inteiras corriam com caixas nas costas e dentro de veículos.

Não existe liberação

A empresa rondoniense, proprietária da marca Frigon, não quis se manifestar sobre o ocorrido. No entanto, segundo informações da empresa Piraju dde Várzea Grande (MT), transportadora da carga que seria levada à Itajaí (SC) para ser exportada, em caso de sinistro, a seguradora passa a ser proprietária da carga, mas em nenhum caso ocorre liberação, mesmo sob condições de avarias. O correto é que seja aguardado o veículo da seguradora para fazer a limpeza ou recolhimento da carga, que, no caso de W. Braz, foi realizado pela própria população.

Segundo o sargento da Polícia Rodoviária Estadual de Siqueira Campos, José Eduardo Teixeira, nenhuma carga é “liberada” para a população, não sendo competência da PMR esse tipo de permissão. “Quando uma carga de perecíveis sofre um sinistro, os alimentos não podem ser liberados devido à situação dos produtos que podem acarretar em danos para a saúde das pessoas, por isso, a empresa responsável é acionada para realizar a limpeza imediata do local. Mas no caso do último domingo, o baú nem havia rompido, ou seja, não houve nem descarte de produtos, e, mesmo assim, a estrutura foi arrombada pela multidão”, afirmou o sargento.

O oficial ainda salientou que nunca presenciou uma situação parecida, pois em outras ocasiões, no mínimo, a carga havia rompido e os produtos esparramados, mas da maneira como foi feito, foi o primeiro registro na carreira do sargento. “Não existe liberação de carga, muito menos de carga lacrada, o que ocorreu foi furto”, finalizou o policial.

A seguradora Pancari, apontada como responsável pela carga, foi contatada, mas não comentou o caso.

Uma pesquisa feita pela reportagem apontou que o prejuízo, somente da carga, pode ultrapassar os R$ 500 mil, sendo contabilizado também, o valor do baú frigorífico que foi destruído, que pode chegar aos R$ 60 mil.

Furto qualificado

Manchete em dezenas de portais, nesta segunda-feira, um dia depois, os reflexos da ação começaram a surgir. O promotor titular da comarca se manifestou em rede social repudiando o fato. Representando o Ministério Público, Joel Carlos Beffa, solicitou a abertura de um inquérito policial para apurar a identidade dos autores, e pediu a colaboração da população que tenha em mãos fotos, vídeos, mensagens ou quaisquer registros de pessoas que tenham participado do furto qualificado ao caminhão.

Segundo o promotor, não só quem furtou, mas quem está comprando será autuado como receptador de mercadoria roubada, sendo que todo registro deve ser entregue ao Ministério Público para a abertura dos processos.

O delegado Miguel Chibani, embora esteja de férias, foi consultado pela reportagem e advertiu que todos os autores, no que possível, serão qualificados e devidamente punidos.

A Polícia Militar, por sua vez, também já iniciou as buscas pelos suspeitos e pelos produtos. Ainda na manhã de segunda-feira, centenas de quilos de carne já haviam sido recuperados.

Os envolvidos podem ser presos e os produtos serão levados à 36 ª Delegacia de Polícia, para serem devolvidos ao proprietário legal, neste caso, a seguradora. Lembrando que a pena para furto qualificado é de 2 a 8 anos e receptação qualificada de 3 a 8 anos. Até o final desta segunda-feira, 11 pessoas já haviam sido detidas com o produto.

Fonte: Folha Extra

Homem que roubava caminhoneiros com arma falsa é preso em Paranaguá

Em Paranaguá, os policiais militares atuantes pelo Verão Paraná 2017/2018 prenderam um homem que portava um simulacro de arma de fogo e que fazia ameaças aos motoristas de caminhão no Jardim Iguaçu nesta terça-feira (30/01). O suspeito tentou fugir da abordagem quando percebeu a chegada da viatura, mas acabou detido. Um simulacro de arma de fogo foi aprendido na ação da PM.

A apreensão foi após os policiais militares serem informados de que no bairro Jardim Iguaçu um homem estaria armado e ameaçando os motoristas de caminhão estacionados na região. Uma equipe foi até o endereço e o suspeito, ao perceber a presença da viatura, correu para um matagal, mas acabou detido pouco tempo depois.

Durante a revista pessoal foi encontrado um simulacro de arma de fogo. Uma das vítimas ameaçada se apresentou aos policiais militares e teria informado que o homem tentou roubar-lhe objetos. Os envolvidos na ocorrência foram encaminhados à delegacia para que as medidas cabíveis fossem adotadas.

Mais frequentes, roubo e receptação de cargas podem passar a ter penas maiores

Em 2016, foram registrados 24.563 casos de roubo de cargas no Brasil, gerando um prejuízo de R$ 1,36 bilhão. Os dados são da Associação Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística, que aponta um crescimento na ocorrência desse tipo de crime ao longo nos últimos anos. Com objetivo de coibir esse tipo de ação, projetos apresentados em 2017 no Senado tornam mais rigorosa a pena também para um outro tipo de crime associado ao roubo de cargas: o da receptação.

Atualmente, a pena para quem conscientemente compra, recebe ou transporta mercadorias roubadas vai de um a quatro anos de reclusão. Se essa receptação se der com fim comercial ou industrial, a receptação é qualificada e a pena pode chegar a oito anos. O crime de receptação também se caracteriza quando alguém tenta fazer com que outra pessoa, de boa fé, compre, receba ou esconda essa mercadoria.

“Com uma punição mais severa, a expectativa é que comerciantes deixem de receber mercadoria roubada ou furtada e, consequentemente, o roubo de cargas em nossas rodovias diminua”, disse o senador Paulo Bauer (PSDB-SC), autor de um dos textos (PLS 479/2017). Na justificativa do projeto, o senador lembra que só existe o roubo de cargas porque existe a receptação.

Mudança

O projeto aumenta a pena tanto para a receptação quanto para a receptação qualificada. Para o primeiro crime, a reclusão passaria a ser de dois a seis anos. Já para o segundo, a pena passaria a ser de cinco a dez anos.

Outro texto (PLS 321/2017), do senador Raimundo Lira, aumenta as penas tanto para o roubo quanto para a receptação, quando os objetos forem provenientes do transporte de cargas. Pelo projeto, as penas para o roubo e a receptação qualificada serão aumentadas de um terço à metade nesses casos. Para o roubo, a pena máxima pode passar de dez para 15 anos. Já para a receptação qualificada, a punição passa do máximo de oito anos para 12.

“O número de roubos desse tipo aumentou tanto que, em uma lista de 57 países, o Brasil é apontado como o oitavo mais perigoso para o transporte de cargas, estando a frente de países em guerra e conflitos civis, como, por exemplo, Paquistão, Eritréia e Sudão do Sul”, lamentou Raimundo Lira. Ele lembrou que esse tipo de crime afeta a economia do País, já que gera aumento no preço das mercadorias e perda na arrecadação do governo.

Análise

Os dois textos estão sendo analisados pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Além deles, a comissão também tem na pauta o PLC 125/2011, que aumenta de um terço à metade as penas para roubo e receptação, quando o objeto for carga que era transportada em caminhão, embarcação, trem ou aeronave. O texto tramita em conjunto com vários outros projetos ligados à alteração no Código Penal (PLS 236/2012).

— É muito desgastante a realidade desses caminhoneiros, que saem de casa para fazer uma entrega e já sabem que o bandido está à espreita nas estradas. São muito raros, entre esses profissionais, aqueles que nunca testemunharam ou sofreram um caso de violência durante o transporte de suas cargas. Infelizmente, centenas de caminhoneiros já perderam suas vidas, simplesmente por estarem transitando nas estradas — disse o autor do texto, senador Ciro Nogueira (PP-PI), em pronunciamento recente.

Para o senador, o aumento nas estatísticas do roubo de cargas já é um “grave e preocupante problema de segurança pública” e o aumento das penas pode ajudar a coibir essas práticas.

Fonte: Agência Senado

PM prende suspeitos de integrar quadrilha de roubo de carga em Ponta Grossa

A Polícia Militar de Ponta Grossa recuperou, na tarde dessa terça-feira (12), uma carga de agrotóxicos avaliada em mais de R$ 1 milhão. A ação das equipes da PM teve início por volta das 15 horas, com a denúncia anônima de que uma carreta sem placas estaria estacionada em um terreno de uma antiga madeireira localizada na região do Cinto Verde.

Os policiais se deslocaram até o local, na Rua Marcondes Rodrigues, onde encontraram a carreta, no momento em que avistaram uma caminhonete Saveiro que também chegava ao endereço. Os ocupantes da Saveiro, ao avistarem a PM, se evadiram do local rapidamente. Foi realizado o cerco, e a Saveiro foi abordada pela equipe Motos na Vila Santana, minutos depois.

Segundo o alerta recebido pela PM, a carga havia sido tomada em assalto, juntamente com um caminhão Mercedes Benz, por volta das 5 horas da madrugada, em um posto de combustíveis localizado na BR-376, em Ponta Grossa. O motorista havia sido rendido e abandonado, horas depois, na região de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. Segundo a PM, caminhão Mercedes Benz roubado foi localizado pela Polícia Rodoviária Federal, sem a carga, que já havia sido transferida para o caminhão Volvo, posteriormente achado no Cinto Verde.

Na Saveiro, a PM prendeu os dois suspeitos de envolvimento no roubo. Um deles seria o proprietário do caminhão e da Saveiro, e o outro o provável motorista que transportaria a carga no caminhão.

Quadrilha especializada

A Polícia Civil foi acionada e a Criminalística esteve no local, onde coletou impressões digitais no interior da cabine do caminhão. A carreta estava sem as placas. Trazidos novamente ao local, os suspeitos negaram envolvimento no crime. No entanto, a situação se assemelha a outro assalto, ocorrido no início deste mês em Campo Largo. Na ocasião, o motorista foi rendido, teve a carga do caminhão roubada, e posteriormente foi abandonado na região de Fazenda Rio Grande. As circunstâncias fazem acreditar que o caso dessa terça-feira integra uma série de outros crimes cometidos por uma quadrilha especializada em roubos de carga de alto valor.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Como evitar o roubo de carga?

O roubo de carga continua entre os assuntos mais comentados entre os motoristas de caminhão. A insegurança na estrada é cada vez maior, e é frequente depoimentos de carreteiros que ficaram nas mãos de criminosos e tiveram suas cargas furtadas. Para o Cel. Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da NTC&Logística a falta de uma legislação mais específica para punir receptadores é um dos principais fatores que contribuem para altos índices de roubos de cargas registrados anualmente no Brasil.

“Na maioria dos casos o criminoso não é pego em flagrante o que reduz a pena de um a quatro anos de reclusão. Porém em maio de 2011 a Lei 12.403 modificou o código penal e todos os crimes com pena de até quatro anos são considerados de menor potencial e, portanto, o indivíduo apenas paga uma fiança e aguarda o julgamento em casa. A impunidade contribui para o aumento deste tipo de ocorrência na estrada”, ressalta o coronel. Em 2014, foram computadas 17.500 ocorrências, em 2015 esse número subiu para 19.250, o que provocou prejuízo de R$ 1.120 milhões. A região sudeste concentrou 85,76% das ocorrência, sendo São Paulo responsável por 44,11% e o Rio de Janeiro 37,54%.

O coronel alerta os motoristas sobre a importância de seguirem a risca o plano de gerenciamento de risco adotado pela a empresa a qual está prestando serviço. “Alguns profissionais querem fazer a sua própria rota e parar em locais que conhecem e encontram os amigos. Mas, nem sempre esta atitude é segura e pode facilitar a abordagem de criminosos. O ideal é seguir o plano da empresa que, geralmente, realiza o monitoramento e toma as dividas providências no caso de algum imprevisto”, destaca.

Confira alguns procedimentos seguros a serem adotados antes de iniciar a viagem:

  • Verificar a manutenção do veículo
  • Verificar com a empresa o local de entrega da carga para que possa estabelecer uma rota e locais seguros de parada
  • Evitar viajar durante a noite

Durante a viagem:

  • Parar apenas em lugares confiáveis;
  • Evitar parar ao longo da rodovia para “bater pneu”;
  • Não dar carona;
  • Enquanto estiver estacionado evitar conversas sobre o produto que está carregando e a rota que pretende seguir;
  • Caso haja a necessidade de pernoitar, travar o veículo e dormir fora do caminhão;
  • Evitar os chapas na rodovia, eles são muito perigosos e podem estar a serviço de alguma quadrilha;
  • Viajar sempre com o tanque cheio;
  • No caso de alguém sinalizar problemas em seu caminhão, não pare. Siga até o próximo local seguro para verificar a informação.

Fonte: O Carreteiro

Roubo de carga cai em SP e interrompe sequência de alta depois de 15 meses

Os roubos de carga no Estado de São Paulo caíram 16% no mês de setembro, interrompendo uma sequência de 15 meses seguidos de alta, segundo dados divulgados pelo governo paulista na tarde desta quarta (25). Em números absolutos, eles foram de 903, em setembro de 2016, para 759 registros no mês passado, uma redução de 144 casos.

Já no acumulado do ano, porém, os roubos de carga continuam em alta. De janeiro a setembro, a polícia registrou 8.040 casos neste ano, contra 7.027 no mesmo período do ano passado, um avanço de 14%. A redução desse tipo de crime era esperada neste final de ano já que, em 2016, os roubos de carga bateram recordes históricos. Os 759 crimes registrados no mês passado, por exemplo, são 17% superiores aos registrados em setembro de 2015, quando foram 651 registros.

Além do roubo de carga, calcanhar de Aquiles da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), o Estado também teve em setembro queda em todos os principais índices de criminalidade: homicídio, latrocínio, estupro, furtos e roubos. Os roubos em geral, por exemplo, tiveram redução de 4.509 boletins –foram de 27.631 para 23.122 registros, em uma queda de 16%.

Um dos crimes que mais tiveram redução foi o latrocínio, com 66% de queda. Eles foram de 32 para 11 casos, sempre comparando setembro deste ano com setembro do ano passado. “São números bem positivos que deixam a Secretaria da Segurança muito satisfeita. Isso mostra que estamos no caminho certo no combate à criminalidade”, disse o secretário, Mágino Alves Barbosa Filho.

Foi a primeira vez que o chefe da segurança paulista consegue uma redução de roubos de carga após ter assumido a pasta, em meados de maio de 2016, no lugar do hoje ministro do Supremo Alexandre de Moraes, de quem era secretário-adjunto.

A única região em que os dados não foram todos positivos para os roubos de carga foi a Grande São Paulo, onde esse tipo de crime cresceu 5%. Eles subiram de 191 para 201 crimes.

Fonte: Blog do caminhoneiro

Com um roubo de caminhão por hora, preço do frete para o Rio sobe

São Paulo e Rio de Janeiro – Depois de 14 anos transportando bebidas no Estado do Rio, o empresário Joaquim Rodrigo dos Santos fechou as portas da sua empresa em janeiro. “Quebrei por causa de tanto roubo”, diz. Ele chegou a ter as cargas de dois caminhões roubadas em um mesmo dia. Com tantos assaltos, a seguradora cancelou o contrato e o empresário, dono da maior transportadora de bebidas do Estado, calcula ter desembolsado R$ 1 milhão para ressarcir os clientes.

Assim como Santos, que fechou a transportadora, cerca de 40 empresas de médio e pequeno portes que atuavam no Rio de Janeiro faliram nos últimos meses, segundo o Sindicato das Empresas de Carga e Logística do Rio (Sindicarga). Essa estatística está diretamente ligada a outra: o número de roubos de cargas no Rio avançou quase 25% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2016, de acordo com o Instituto de Segurança Pública.

Hoje, o Estado tem mais de um caminhão roubado por hora. Em maio, quando as ocorrências atingiram seu ápice, foram, em média, 40 caminhões por dia, segundo dados exclusivos da Federação das Indústrias do Rio (Firjan). “Esses números gritam, é um absurdo”, diz Sérgio Duarte, vice-presidente da entidade. “Existe um mercado por trás disso.”

Os roubos de carga afetam os custos de logística e as vendas da indústria e do comércio. Em 12 meses, os gastos com transporte de mercadorias para o Rio subiram entre 30% e 35%, nos cálculos do Sindicarga. Fabricantes de eletroeletrônicos, alimentos e redes varejistas, que preferiram conceder entrevistas sem se identificar, afirmam que estão com dificuldade de contratar frete para abastecer o Rio de Janeiro. “Tem empresa que já não quer mais mandar carga para o Rio”, diz Duarte, da Firjan. “Estamos correndo um sério risco de desabastecimento, especialmente dos produtos mais roubados.”

Na lista dos preferidos dos bandidos estão frango, carne bovina e queijos – itens fáceis de revender. “Está uma loucura conseguir frango, por exemplo. Os supermercados compram, mas não recebem”, diz o presidente da Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), Fabio Queiroz. Um levantamento da entidade mostra que algumas mercadorias chegam ao Estado com preços até 20% mais altos do que no restante do País como consequência do repasse dos custos de transporte.

A BRF, gigante do setor de frangos e comida congelada, contratou uma empresa de gerenciamento de risco para revisar as rotas e os horários de circulação dos caminhões no Rio. Em áreas de risco, eles trafegam em comboios de quatro a cinco veículos e usam escolta.

Nem caminhões carregados de ovos escapam das quadrilhas especializadas em roubo de carga. “Essas mercadorias voltam para as ruas em Kombis, que vendem a cartela com cinco dúzias a R$ 10. A cada caminhão roubado, são mil caixas de ovos que entram nas ruas por preços que não podemos concorrer”, diz o atacadista José Andrade, proprietário de uma distribuidora de ovos na zona norte do Rio.

Os fornecedores do atacadista, a maioria produtores de São Paulo, ameaçam suspender as entregas a cada ocorrência. “Os bandidos levam para a comunidade, distribuem a carga entre oito ou dez Kombis e posicionam uma em cada saída do morro”, conta. “O morador nem desce mais para o asfalto para comprar.”

Taxa de violência

Por causa do número crescente de roubos e para arcar com custos extras de mão de obra, as transportadoras criaram uma taxa de emergência, apelidada de “taxa de violência”. Ela pode chegar a até 1% do valor da carga na nota fiscal, acrescido de R$ 10 para cada 100 kg transportados. “O problema é que o motorista também não quer vir para o Rio”, diz Moura, do Sindicarga.

Além dessa despesa adicional, os gastos das transportadoras cresceram por conta da maiores exigências das seguradoras. Quando aceitam fazer seguro das mercadorias para o Rio, exigem serviços de monitoramento da carga, de gerenciamento para criar rotas mais seguras e até o uso de iscas descartáveis – dispositivos que permitem rastrear a carga roubada.

Eduardo Michelin, diretor de Transportes da corretora Willis Towers Watson, conta que recentemente consultou 14 seguradoras para fechar um seguro de uma carga de produtos de higiene e limpeza para o Rio e apenas três companhias se interessaram pelo negócio. Nas contas de Fernando Ferreira, presidente da corretora de seguros Vessel, o preço da operação de seguro de carga para o Rio mais que dobrou no último ano. “Há até conversas entre as seguradoras para excluir o Rio das apólices de seguros”, disse.

Embora os índices de roubo de carga permaneçam altos, a operação conjunta entre Forças Armadas e agentes de Segurança do Rio parece já ter levado a uma redução no número de ocorrências no Estado. Em junho, foram registrados, em média, 33 casos por dia. Em julho, ainda houve pelo menos 26 roubos a caminhões por dia.

Os números, no entanto, estão longe de encorajar o empresário Joaquim Rodrigo dos Santos a atuar novamente no Rio. Depois de fechar a transportadora de bebidas, ele opera hoje, da capital fluminense, uma frota de 12 caminhões, que leva café de Varginha (MG) para o Porto de Santos (SP). Sem passar pelo Rio.

Fonte: Exame

Dicas Sascar: 3 Dicas para evitar o roubo de cargas

Infelizmente, a insegurança nas estradas é uma triste realidade e um problema seríssimo enfrentado por caminhoneiros todos os dias. O roubo de cargas é um dos principais medos dos motoristas que rodam milhares de quilômetros transportando itens valiosos e/ou em grande volume. Para evitar ser roubado, vocês caminhoneiros podem tomar algumas precauções e medidas de segurança. Confira algumas delas a seguir:

Não desviar do caminho predeterminado no plano de entrega: por mais que atalhos pareçam vantajosos para reduzir o tempo de viagem e/ou a quilometragem rodada, desvios podem comprometer a segurança do caminhoneiro e da carga. O plano de entrega considera a melhor rota de acordo com vários fatores, entre eles está claramente a definição de um percurso mais seguro e com o mínimo possível de pontos vulneráveis. Além de atrapalhar a estimativa da posição da carga em caso de problemas, os desvios podem fazer com que o caminhoneiro passe por locais perigosos, aumentando o risco de ataques criminosos.

Utilizar o rastreador: contar com o monitoramento do caminhão em tempo real e com o auxílio na recuperação veicular por meio do rastreador são medidas de segurança fundamentais frente às condições de risco das estradas. Além de tentar inibir a ação de criminosos, já que o rastreamento do caminhão pode aumentar as chances de captura destes, o rastreamento acompanha a viagem trazendo mais proteção ao caminhoneiro e à carga, além de mais agilidade de resposta em situações adversas.

Comunicar-se com o embarcador: reportar o status da viagem e informar o embarcador ou gestor sobre qualquer problema, necessidade de mudança ou qualquer outra condição é importantíssimo para aumentar a segurança. Opções como a senha de coação, que permite que o motorista envie um comando para o gestor da frota se estiver em situação de risco, mostram como a comunicação pode ser decisiva na tentativa de evitar o roubo da carga. Uma situação de risco pode ser, por exemplo, quando há alguma falha no caminhão e o motorista se encontra em local ermo. A comunicação com o embarcador permite que alguma medida de segurança seja tomada rapidamente para auxiliar o caminhoneiro.

Seguindo estas dicas e se precavendo o máximo possível, você, caminhoneiro, pode trabalhar com mais segurança e tranquilidade. Portanto, não deixe de ficar atento às boas práticas na estrada e conte com soluções para apoiá-lo e, principalmente, protegê-lo.

Essa notícia foi oferecida pela Sascar , nossa parceira em  Monitoramento e Rastreamento para caminhões.

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Roubo de cargas custam mais de R$ 6 bilhões à economia brasileira

De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), os roubos de carga custaram R$ 6,1 bilhões à economia brasileira entre 2011 e 2016. O prejuízo chega a R$ 3,9 milhões por dia com as ocorrências, que se concentram principalmente nos estados do Rio de Janeiro (43,7%) e São Paulo (44,1%).

O estudo ainda aponta que as perdas causadas por esse tipo de crime têm crescido ano a ano, assim como o número de casos registrados, que aumentou 86%, ou seja, de 12 mil em 2011 para mais de 22 em 2016.

Outros dados recentes são da FreightWatch International, maior consultoria especializada em roubos de cargas, que apontou que o Brasil é campeão mundial de roubo de cargas e está à frente de países como México, África do Sul, Somália e Síria, apontados com “altíssimo risco”. A pesquisa também revela que o custo com a segurança das frotas de caminhões representa 12% do faturamento bruto das empresas de logística.

“Como consequência, tudo o que é gasto com seguro, escolta e tecnologia entra no Custo Brasil e quem paga, obviamente, somos todos nós”, diz Cyro Buonavoglia, presidente da Buonny, maior gerenciadora de riscos na área de transportes e logística do Brasil.

Dados levantados pela GRISTEC, Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento, revelam que, entre 2005 e 2013, 563 mil tentativas de roubos ou furtos foram frustradas graças à ação de equipamentos antifurto e das centrais de monitoramento, o que representou uma economia de R$27 bilhões, recurso que para embarcadores, transportadores e companhias seguradoras significa mais investimentos, criação de empregos e geração de renda.

De acordo com Buonavoglia, “de maneira geral, as estatísticas mostram um quadro pessimista sem melhorias em curto prazo, porém as empresas que têm inserido programas de gerenciamento de riscos em suas operações desafiam os números conquistando melhores resultados”.

“Ações básicas de gerenciamento de riscos como pesquisa e adequação do perfil do motorista contratado, serviços de inteligência e tecnologias embarcadas que direcionam os órgãos de segurança pública ao local exato do delito, otimizam a estrutura policial disponível e contribuem para a prisão de meliantes e recuperação das cargas”, diz.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Roubos de cargas no Brasil aumentam 86% e prejuízos giram em torno de R$ 1,4 bilhão

Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), de 2011 a 2016, o número de roubos de carga registrados no Brasil subiu 86%, passando de 22 mil casos por ano. A avaliou os trechos da BR-116, entre Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, da SP-330, entre Uberaba e Santos, e da BR-050, entre Brasília e Santos. Em 2016, os prejuízos com o roubo de cargas chegaram ao valor recorde de mais de R$ 1,4 bilhão, quase o dobro dos R$ 761 milhões registrados em 2011. Os números contabilizados pela Firjan desconsideram os estados do Acre, Amapá, Pará e Paraná, cujos dados não foram obtidos pela pesquisa. Além disso, o Brasil é considerado o 8ºpaís mais perigoso em relação ao transporte de carga, segundo um comitê do setor de cargas no Reino Unido, que listou os 57 países em que é mais arriscado transportar mercadorias. Em nosso país, o transporte de cargas é tão perigoso quanto no Iraque ou na Somália, países que mantêm conflitos armados há vários anos.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Brasil possui mais de 70 mil empresas de transporte, responsáveis pela movimentação de alimentos e produtos para o abastecimento de mercadorias aos consumidores, comércios e indústrias. Em todo o território nacional, as movimentações de cargas devem ter um seguro para evitar prejuízos em casos de roubos e acidentes, sendo obrigatório o seguro de responsabilidade civil, explica Flademir Lausino de Almeida, sócio diretor da AT&M Tecnologia, empresa líder no mercado de averbação eletrônica.
Averbação significa coletar todas essas informações, checar para saber se os dados da carga estão coerentes com a apólice do seguro do cliente e transmitir essa informação para a companhia de seguro. Tudo é registrado de forma online, todas as informações ficam armazenadas no sistema por mais de um ano. A transportadora quando emite o documento de Conhecimento de transporte, isso fica registrado no sistema da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) de cada estado. Desta forma, o SEFAZ responde positivamente através de um protocolo que significa a liberação fiscal da mercadoria em relação aos impostos
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Para que a carga fique devidamente coberta pelo seguro, o segurado disponibiliza informações do conhecimento de transporte para o sistema da AT&M, que checa o tipo de carga e se está compatível com tipo de seguro, em relação ao trajeto da carga, distância e valores. Tudo isso é checado em frações de segundos pelos diversos sistemas da empresa, para que, caso ocorra algum acidente, a carga esteja devidamente assegurada e a transportadora possa receber o “prêmio” da seguradora e não ter prejuízo.
Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 61% de toda a carga transportada no Brasil utiliza o sistema modal rodoviário; 21% passam por ferrovias, 14% pelas hidrovias, terminais portuários fluviais, marítimos e apenas 4% por via aérea. Em todo o território nacional, as movimentações de cargas, é obrigatório o seguro de responsabilidade civil para evitar prejuízos em casos de roubos e acidentes. Esse processo de registrar a movimentação, análise e verificação da mercadoria é conhecida como “averbação eletrônica”, ou seja, toda carga precisa estar assegurado. “Por isso, é importante que todos os segmentos de transporte realizem a averbação eletrônica de suas mercadorias transportadas, alerta Flademir Lausino.