Fretes: Avanço da colheita ainda pode elevar os preços

Com o avanço da colheita da soja no Brasil, mesmo que de forma mais lenta nesta temporada 2015/16, os produtores começam agora a colocar em prática suas estratégias de logística para que a entrega de seu produto seja efetivada. E a variação dos preços dos fretes é acompanhada dia a dia, principalmente porque a oleaginosa disputa a oferta do serviço com outros itens que seguem sendo direcionados para os portos.

A dinâmica da movimentação da produção agrícola brasileira mudou a partir de 2012, quando a segunda safra de milho passou a ser maior do que a primeira, como epxlica o economista e pesquisador da Esalq/LOG, Samuel da Silva Neto. E a divisão clara que existia antes, com a soja sendo escoada no primeiro semestre e o açúcar no segundo, acabou comprometida.

Assim, a virada de 2015 para 2016 foi marcada por preços bastante elevados dos fretes, já que as exportações nacionais de milho vinham registrando níveis recordes, uma vez que o dólar alto contribuiu para os negócios, aumentando a demanda internacional pelo cereal brasileiro.

Ainda segundo Neto, os volumes de milho chegando aos portos em janeiro eram bastante elevados. E para todo o ano comercial atual, a perspectiva é de que o Brasil exporte mais de 30 milhões de toneladas, com volumes saido ainda entre os meses de fevereiro e março, movimento que não era comum há alguns anos. Na temporada comercial 2014/15, o país exportou 30,2 milhões de toneladas do grão.

Entretanto, o pico da temporada de fretes ainda não chegou e, portanto, a tendência é de que os preços passem por alguma acomodação. Como explicou Edeon Vaz, coordenador executivo do Movimento Pró-Logística, da Aprosoja MT, esse período deve acontecer entre os meses de março e abril, com um volume maior de soja chegando ao mercado. “Como acontece em todos os anos, janeiro é uma repetição do que acontece entre os meses de outubro e novembro”, diz.

Dessa forma, com uma oferta maior do serviço nesse momento, apesar de terem iniciado o novo ano em alta, os preços devem ceder ligeiramente. “Temos 300 mil caminhões a mais do que o necessário, e o frete, como outros itens, obedece a lei de oferta e demanda”, explica o especialista.

Valores x Clima x Colheita

Números do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) mostram um avanço significativo nos valores de frete para as principais rotas da soja que sai do estado. De Sorriso a Santos, por exemplo, na primeira semana de janeiro, o preço do serviço era de R$ 322,50 e, na última, estava próxima de R$ 295,00, ou seja, uma baixa de 8,53%. Já em relação ao ano passado, o aumento é significativo. A mesma rota, no início de 2015, tinha preço de R$ 230,00.

Essa acomodação dos valores, como explica o superintendente do instituto, Daniel Latorraca, se dá, além da maior oferta de serviço, pela ligeira queda natural no volume de milho enviados aos portos nos meses seguintes, apesar de ainda ocorrerem. “Temos uma baixa natural da saída do milho, e o pico mesmo, para a soja, vai ocorrer quando ocorrer o pico da colheita”, explica.

E, ainda de acordo com o último levantamento do Imea, os trabalhos de campo em Mato Grosso estão atrasados em relação a 2015 e à média dos últimos anos. Até o final de janeiro, apenas 8,2% da área cultivada no estado havia sido colhida, contra 10,3% do mesmo período do ano passado.

Em um ano, de dezembro de 2014 a dezembro de 2015, segundo informou o Sifreca (Sistema de Informações de Frete) da Esalq-LOG, o valor do frete para a rota Sorriso/MT – Porto de Paranaguá subiu 34,09%, passando de R$ 220,00 para R$ 295,00 por tonelada.

No Paraná, os produtores também têm dificuldade de dar melhor andamento aos trabalhos de campo dado o excesso de chuvas e, consequentemente, cresce a preocupação com a logística. Em Londrina, por exemplo, a colheita deve ganhar mais ritmo nos próximos 10 a 15 dias. “Pelas previsões, na região terá muita chuva ainda até o mês de abril, o que pode atrapalhar e prejudicar a qualidade do grão”, explica Narciso Pissinati, presidente do Sindicato Rural local.

Os problemas causados pelo clima no sistema logístico do Brasil, no entanto, já são conhecidos. Se os preços não disparam em função da elevada oferta atual de fretes no país, as condições para que eles ocorram podem inflacionar os valores. Atualmente, essas preocupações já atingem produtores, além do Paraná, de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Piauí.

E nesse caso, não só os grãos sentem o impacto, mas os alimentos de uma forma geral, que chegam mais caros aos consumidores finais. Em entrevista ao jornal da Globo, o comerciante de hortifrutis Josiel Lopes, os valores do frete subiram perto de 15% e o valor tem de ser repassado.

No Piauí, a principal rodovia para o escoamento da safra, a Transcerrad, está em péssimas condições e os produtores locais esperam pela conclusão das obras há mais de 20 anos, como mostrou uma reportagem do Jornal Nacional nesta quinta-feira (4). No Mato Grosso do Sul, a situação é bem semelhante. O excesso de chuvas no estado tornou as saídas ainda mais complicadas e o escoamento da soja, entre outros produtos, está comprometida e pode se atrasar.

Em Mato Grosso, segundo explica o representante da Aprosoja MT, há cerca de 24 mil quilômetros sem pavimentação e as que estão pavimentadas, em grande parte, estão em condições ruins, não adequadas para um bom transporte. As perdas com o escoamento de grãos no Brasil, segundo mostram estudos, são milionárias.

Pedágio e Óleo Diesel

O aumento das praças de pedágio – só a BR-163 ganhou nove delas – e do óleo diesel são outros fatores agravantes e devem contribuir para o aumento dos preços. O combustível corresponde, ainda segundo explica Edeon Vaz, por 53% do valor do frete e “é natural que esta alta seja repassada para o valor do serviço, mas nem sempre esse repasse é integral”.

No início deste ano, a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) sobre o diesel, reduzida para 12% em 1º de julho de 2015, retornou para 17% e teve impacto direto sobre os preços do produto, portanto.

Mudanças

Apesar de ainda deficiente e insuficiente, o sistema logístico do Brasil tem apontado algumas melhoras nos últimos anos, como o sistema de agendamento da chegada dos caminhões aos portos e a migração de parte desse escoamento para os portos do chamado Arco Norte. No ano comercial anterior ao atual, cerca de 12,6 milhões de toneladas de soja do total exportado, ou 23%, deixaram o país pelos terminais da região – Ilhéus/BA, São Luís/MA, Itacoatiara/AM, Barcarena e Santarém,PA. “Isto reflete um aumento de 21% em relação à temporada anterior”.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Adulteração do Arla pode virar crime ambiental

A Câmara dos Deputados analisa proposta que insere na Lei dos Crimes Ambientais (9.605/98) o crime de adulteração de tecnologia ou substância destinada a reduzir poluição ambiental ou a efetuar a sua medição. O texto também pune quem fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar a tecnologia ou a substância destinada a adulterar e ainda quem utilizá-la, sabendo da adulteração. A pena prevista é reclusão de um a quatro anos e multa.
O novo crime está previsto no Projeto de Lei 6057/16, do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Com a proposta, o parlamentar pretende inibir principalmente a adulteração de substâncias utilizadas em caminhões para reduzir a poluição causada pelo diesel.

Goergen lembra que os caminhões utilizam um aditivo denominado Arla 32, obrigatório para os veículos a diesel fabricados a partir de 2012. O produto é injetado no sistema de escapamento com a função de diminuir a fumaça poluente, já que transforma os óxidos de nitrogênio, agressivos ao meio ambiente, em nitrogênio e água.

A fim de garantir a utilização do Arla 32, um sistema eletrônico já instalado na fábrica promove a redução automática da potência do motor caso o veículo não seja abastecido com o aditivo, visando à diminuição da emissão de gases.

Fraude
Para reduzir custos com o Arla 32, há quem promova a sua adulteração por meio da adição de outras substâncias, como água, ou da instalação de dispositivo no sistema do veículo para que não seja acusada a falta do reagente.

“É uma fraude praticada por motoristas, transportadoras e oficinas mecânicas, com o objetivo de economizar, mas que coloca em risco o meio ambiente e a saúde de milhões de brasileiros, o que demanda punição condizente com a gravidade do ato praticado”, observa Jerônimo Goergen.

Tramitação
O projeto será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votado pelo Plenário.

Fonte: Revista Caminhoneiro

Escoamento da safra amplia em 17,6% o fluxo de veículos na BR-163

Com o início da colheita de soja em Mato Grosso, a BR-163 apresentou um movimento 17,6% maior em janeiro, em comparação a dezembro de 2016. No último mês, a Rota do Oeste registrou o tráfego médio de 975 mil veículos de cargas na rodovia, contra 829 mil carretas e caminhões em dezembro passado.  O aumento no fluxo de veículos deve crescer ainda mais nos próximos meses em função do escoamento da produção do grão, que deve chegar a 30,5 milhões de toneladas, conforme projeção apresentada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).

Para o período de escoamento, que vai até abril, a concessionária estima uma ampliação de tráfego em 20%, o equivalente a 11 mil veículos a mais por dia na rodovia. Conforme o gerente de Pedágio, Wilson Ferreira, o tráfego em janeiro ainda ficou um pouco abaixo da estimativa para a época, situação motivada pela manifestação dos caminheiros, registrada de 13 a 18 de janeiro.

“O excesso de chuva no norte de Mato Grosso também impediu que parte da soja fosse colhida, o que termina refletindo diretamente na BR-163, principal canal de escoamento no Estado”, pontua Ferreira.

O vice-presidente da Aprosoja, Elson Pozzobon, destaca que o mau tempo afetou um pouco a região de Lucas do Rio Verde, porém o momento é de olhar para frente. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 16% da soja plantada já foi colhida e a previsão de Pozzobon é que haja um aumento expressivo até o final de fevereiro.

“Normalmente, o pico da colheita ocorre em fevereiro e março, mas antecipamos o plantio para setembro de 2016, em decorrência das condições climáticas. Então, em 2017 o momento mais intenso da colheita começa agora, no final de janeiro e decorrer de fevereiro”, explica.

Recomendações – Com o aumento do fluxo de veículos na BR-163, usuários devem redobrar a atenção, evitar ultrapassagens irregulares ou forçadas, não ingerir bebida alcóolica antes de dirigir e seguir rigorosamente as leis de trânsito.

Quem tiver a oportunidade de programar as viagens, deve entrar em contato com o 0800 065 0163, da Rota do Oeste, e se informar sobre as condições de tráfego, visto que temos uma rodovia em obras, com vários pontos sendo operados em sistema ‘Pare e Siga’, o que eventualmente resulta em trânsito lento em alguns segmentos.

Em caso de problemas, de qualquer natureza, durante a viagem o usuário também deve entrar em contato com a Concessionária pelo 0800 solicitando apoio. A Rota do Oeste mantém equipes de atendimentos em bases localizadas a cada 47 quilômetros da rodovia. Os integrantes são treinados para atender ocorrências de todas as naturezas.

Fonte: Rota do oeste

American Trucks: a última geração dos moicanos?

Apesar de a aerodinâmica responder por boa parte dos resultados operacionais em um veículo de transporte, motoristas mais tradicionais norte-americanos não abrem mão dos clássicos, e ainda apostam em modelos como Kenworth W900, Peterbilt 389, Western Star 4900 e International 9900i. Será que esses são os últimos dos moicanos?

Se querem ganhar dinheiro, os transportadores de todas as partes do mundo levam em conta os custos operacionais.
As modernas gerações de cabine bicuda há tempos deixaram para trás as linhas retas e os desenhos geométricos para adotar a estética aerodinâmica, capaz de economizar muitos galões de combustível e, com isso, muitos dólares.

Nos Estados Unidos e no Canadá existem, porém, muitos motoristas apegados às tradições e que não se adaptam à nova tendência, tanto que nas concessionárias, a procura é maior pelos clássicos convencionais, quase escassos naqueles mercados.

Não é difícil ver pelas estradas estadunidenses esses espécimes rodando. Seguramente conduzidos por autônomos ultraconservadores que estão nesse ofício por herança de seus pais. Contudo, as frotas que visam o lucro, e o coloca acima dos valores emocionais, aceitaram bem os caminhões mais modernos, mesmo porque eles ainda atendem a preferência nacional com suas cabines bicudas, porém, mais arredondadas e com motores mais eficientes.

O CLÁSSICO TAMBÉM É MODERNO
Uma olhada rápida sobre o universo dos caminhões que fazem parte da populosa Classe 8 nos Estados Unidos – equivalente à categoria de caminhões pesados rodoviários no Brasil – já permite concluir que, realmente, os Clássicos Convencionais são uma espécie ameaçada de extinção.

Um ícone autêntico para os motoristas, como a Kenwort, tem apostado na série limitada para comemorar o aniversário de seu modelo W900 que completou 25 anos de trajetória, um bom exemplo de Clássicos Convencionais do século 21, assim como o seu conterrâneo Peterbilt 389. Também é necessário acrescentar à lista dos clássicos os modelos Western Star 4900 e o International 9900i.

Apesar de esses caminhões se manterem fiéis à tradição graças à estética, é inegável que eles possuem o mesmo nível de modernidade quando se trata do trem de força. São modelos equipados com os mesmos blocos de caminhões hoje considerados mais modernos, como o motor Paccar MX-13, que também equipa os caminhões DAF XF e CF, ou mesmo o propulsor Cummins ISX-15 dos caminhões Ken e Pet, além dos consagrados blocos da Detroit Diesel no Western Star – símbolo da filiação da “estrela do oeste” ao consórcio Daimler Trucks. Além dos motores, é preciso mencionar os câmbios manuais e automatizados, geralmente um Eaton Fuller, e os eixos Meritor e Dana Spicer.

A instrumentação do painel também deixou de lado aquele cockpit antigo e repleto de interruptores por todos os lados, com cores e formas diferentes, para assemelhar-se aos caminhões dessa nova geração.

Dentro dos cânones da construção modular, com fabricantes globais que lidam com montadoras em todo o mundo, não faria sentido produzir componentes muito diferentes para atender uma pequena demanda de mercado. Mas isso não significa que os Kenworth W900, Peterbilt 389, Western Star 4900 e International 9900i não conservem suas tradições e que, frente às impressionantes cabines, a modernidade se sobreponha.

O que se espera realmente é que esses clássicos ainda tenham uma longa vida e que seus fabricantes entendam que modernidade e tradição podem caminhar juntas.

por Andrea Ramos

Fonte: Portal O Carreteiro

Consumo de Arla 32 está 45% abaixo do estimado e preocupa mercado

O consumo do Arla 32 está menor do que deveria, e isso decorre de fraudes que prejudicam os veículos e também o meio ambiente. A estimativa da Afeevas (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissores Veiculares da América do Sul) é que o déficit chegue a 45%. O cálculo considera o consumo de diesel S-10 no último trimestre de 2016 e a frota em circulação que exige a adição da substância para garantir eficiência e reduzir a poluição.
O Arla 32 é indispensável para veículos a diesel equipados com a tecnologia SCR (catalisador de redução seletiva), que se tornou item de fábrica na maioria dos modelos pesados desde 2012. Ele deve ser injetado no sistema de escapamento, para tratar gases dos motores e reduzir as emissões de óxidos de nitrogênio, que são danosos à saúde humana.
Entre as fraudes que fazem o Arla 32 não ser utilizado da maneira correta estão modificações nos sistemas dos veículos e o uso de produtos não adequados, que não atendem requisitos exigidos ou a certificação do Inmetro. O resultado disso, segundo o diretor adjunto da Afeevas, Elcio Farah, são perda de potência, danos ao sistema mecânico do veículo e aumento da poluição. “É questão de tempo para o veículo ter problemas no sistema, até ficar inoperante. Um produto de má qualidade ou diluído começa a criar cristais no catalisador até bloquear totalmente o sistema”, explica.
Conforme a Afeevas, a situação é preocupante, pois, para atender a fase P7 do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores do Conselho Nacional do Meio Ambiente), esse déficit teria que ficar muito abaixo dos 20%; acima desse valor, a fase deixa de ser eficaz para o controle da emissão dos óxidos de nitrogênio.
Quem frauda o sistema do caminhão ou utiliza Arla não certificado pode ser multado. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos) têm realizado operações nas estradas para combater o problema.
O Ibama alerta que “a instalação de botões, chaves, sensores, softwares ou qualquer outro dispositivo que vise enganar o sistema de controle de emissões para a não utilização do Arla 32” caracteriza-se “ilícito ambiental, tanto para quem vende/executa a instalação como para o proprietário do veículo”. A multa, conforme o órgão, pode chegar a até R$ 50 milhões.
Natália Pianegonda

Fonte: Agência CNT de Notícias

MPT quer proibir jornada de trabalho de 12 horas para motoristas de transporte de cargas de MT

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Rondonópolis ajuizou na semana passada ação civil pública com pedido de liminar contra as principais entidades representativas de empresas e profissionais do setor de transporte de cargas de Mato Grosso. O MPT quer proibir a celebração de nova convenção ou acordo coletivo que permita a prorrogação da jornada de trabalho dos motoristas em até quatro horas diárias. O MPT pede, ainda, em caso de decisão favorável da Justiça, fixação de multa de R$ 500 mil por dia de descumprimento da obrigação.
Na ação, o MPT questiona a constitucionalidade do artigo 235-C da CLT, alterado em 2015 pela Lei 13.103 (Lei do Motorista), e a validade das convenções e acordos coletivos que nele se baseiam para permitir que motoristas profissionais trabalhem até 12 horas por dia.
A Constituição Federal estabelece jornada de trabalho de oito horas diárias e 44 semanais, admitindo que apenas a sua redução, e não o seu aumento, ocorra mediante acordo ou convenção coletiva. Salienta o procurador do Trabalho Bruno Choairy que qualquer lei ou instrumento de negociação coletiva que autorize a prorrogação da jornada de trabalho normal para além de duas horas extras diárias é inconstitucional.
O procurador explica que há, na Constituição, um núcleo normativo que não pode ser relativizado por lei ou norma coletiva, pois corresponde a um patamar mínimo civilizatório que inclui a limitação da jornada de trabalho, o direito à saúde e segurança no trabalho, o salário mínimo, o valor social do trabalho e a dignidade humana.
A ação é movida contra uma federação de trabalhadores, um sindicato patronal e três sindicados laborais, que abrangem 50 municípios de Mato Grosso, sobretudo no sul, leste e norte do Estado. São eles: Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Rondonópolis e Região – SETCARR, Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Mato Grosso, Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Terrestre de Rondonópolis e Região – STTRR, Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário e Motoristas Profissionais de Barra do Garças e Região – SINTTRO, e Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresas de Transporte Terrestre de Cuiabá e Região.
A permissão para prorrogação da jornada de oito horas do motorista profissional em até 50%, ou seja, em mais quatro horas por dia, já consta na convenção coletiva da categoria atualmente em vigência. Considerando que o instrumento é válido até abril deste ano e que é iminente a celebração de nova convenção, entende o MPT que há urgência no desfecho do caso para impedir a continuação e a reiteração dos atos ilícitos.
Pontua Choairy que a limitação da jornada de trabalho tem relação direta com as normas de saúde e segurança no trabalho, assumindo, então, caráter de normas de saúde pública. O procurador explica que a possibilidade da jornada do motorista chegar a 12 horas diárias também viola, entre outros princípios, a regra constitucional expressa que impõe a segurança viária. “Isso na medida em que a prática de tal jornada amplia desarrazoadamente as possibilidades de acidentes, tomando como premissa que acidentes ocorrem, em muito, por conta do sono e da fadiga de que padecem motoristas ao trafegarem por longas jornadas”.
Reforma trabalhista e a diminuição da proteção social
Para o procurador do Trabalho Bruno Choairy, o objeto da ação civil pública se insere no atual contexto da discussão, na esfera pública, a respeito da reforma trabalhista, que pretende relativizar o tema, permitindo jornadas extensas, sem fixação de limite diário.
A proposta contida no PL 6.787/2016, de autoria da Presidência da República, introduz um novo artigo na CLT, prevendo que a convenção ou o acordo coletivo de trabalho tenha força de lei quando tratar de treze temas listados no artigo 611-A, incluindo jornada de trabalho (que seria limitada a 220 horas mensais).
Todavia, o MPT argumenta que no Brasil já ocorre a prevalência do negociado sobre o legislado, desde que o negociado seja mais favorável que o legislado. “Dado que o ordenamento brasileiro já prevê, incontroversamente, a prevalência do negociado sobre a lei sempre que a negociação significar a criação de novo benefício ou a ampliação de benefício já previsto em lei, conclui-se que o único propósito do PL 6.787/2016 é permitir a exclusão de direitos trabalhistas pela via negocial”, afirma a instituição em Nota Técnica.
O procurador do Trabalho Bruno Choairy reitera que “se apresentam como inconstitucionais medidas e providências tendentes a aumentar desmedidamente a jornada de trabalho, transformando em natural algo que, para a Constituição, é visto com excepcionalidade – a prática de horas extras”.
Choairy explica que a própria Constituição Federal, prevendo essas tentativas de diminuição da proteção social e trabalhista, criou um mecanismo de auto restrição para que regras e princípios, como o valor do trabalho, a dignidade humana e a segurança no trabalho, não ficassem à mercê das mudanças no cenário político-econômico.
Segundo o procurador, nada disso pode ser diminuído pela atuação do legislador, que muitas vezes se utiliza do discurso ideológico que prega que a ausência da legislação trabalhista seria benéfica à economia. “Deste modo, nem o legislador nem a negociação coletiva são soberanos quando se trata de regulação do contrato de trabalho, pois há regras e princípios constitucionais que devem necessariamente ser observados, funcionando como mecanismo de restrição à vontade de futuras maiorias, seja no âmbito legislativo, seja no âmbito negocial”.
Processo 0000043-11.2017.5.23.0022
 

Projeto condiciona funcionamento de veículos ao uso do cinto de segurança

Está pronto para ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) o Projeto de Lei do Senado (PLS) 457/2015, que obriga a existência, nos veículos automotores, de mecanismo que obrigue o afivelamento prévio do cinto de segurança por todos os ocupantes, como condição para o acionamento do veículo.

A exigência não se aplica aos veículos de transporte de passageiros com mais de dez lugares e aos veículos destinados à exportação. O autor da proposta, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), ressaltou pesquisa da com a Organização Mundial da Saúde que revela que a falta de uso do cinto de segurança é o principal fator de risco associado a ferimentos e mortes entre os ocupantes de veículos. De acordo com o estudo, o uso do cinto reduz em até 50% o risco de ferimentos fatais em motoristas e ocupantes do banco dianteiro e em até 75% em ocupantes do banco traseiro.

“Embora saibamos que o uso do cinto deva basear-se no respeito à vida, no autocuidado, na proteção a todos, a despeito da própria legislação já exigir o seu uso, constatamos que, na prática, as pessoas subestimam os riscos ao qual estão expostas”, destacou.

Em relatório favorável à proposta, o senador Dário Berger ressaltou que a proposta tem a virtude de protegera vida ao mitigar os riscos de lesão e morte. O senador ainda sugeriu um período de dois anos para a norma entrar em vigor, de modo a oferecer às montadoras um prazo razoável para que possam se adaptar à nova obrigação.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Portos do Paraná se preparam para início da Operação Safra

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) reuniu os terminais e operadores de grãos para dar início à Operação Safra de 2017, para os próximos. No encontro, foram discutidas como deve funcionar o novo sistema de agendamento de descarga e quais medidas de segurança devem ser tomadas para evitar a abertura de bicas no caminho entre o pátio de triagem e os terminais.

Para esta safra, os caminhões devem sair das suas origens com a janela de descarga nos terminais já definida. O objetivo é que a chegada dos grãos seja feita de maneira ordenada, sem acúmulo de caminhões na estrada e nas vias, com fluxo constante e harmonioso 24 horas por dia e sete dias por semana.

O sistema de agendamento de descarga nos terminais é uma evolução do Carga Online, que há cinco anos extinguiu a fila de caminhões nas estradas de acesso ao Porto de Paranaguá.

“Agora, vamos reunir todos os envolvidos, como Polícia Militar, Guarda Municipal e Polícia Rodoviária Federal para, com o auxílio da Unidade Administrativa de Segurança Portuária (UASP), formar uma ação integrada e garantir que os agendamentos sejam executados com segurança para os caminhoneiros e sem a abertura das bicas dos caminhões neste trajeto”, afirma o diretor-presidente da Administração da Appa, Luiz Henrique Dividino.

Além do patrulhamento, manter as bicas lacradas também evita a ação de vândalos ao longo do percurso.

Safra

As ações fazem parte do planejamento do escoamento da safra que, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, deve ser recorde. Somente no Paraná, espera-se que a colheita de grãos seja 15% superior à do ano passado, chegando a 23,3 milhões de toneladas.

Em todo o Brasil, a expectativa da Conab é que a safra ultrapasse a marca de 215 milhões de toneladas.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Conheça estas lindas miniaturas do Mercedinho 710 Plus.

Quem é fã de caminhão conhece bem os clássicos Mercedinhos, que começaram a fazer história lá em 1972 com o modelo 608D. Apesar de ter evoluído e sofrido alterações durante os anos, ele marcou as estradas do Brasil até sair de linha em 2012, com o modelo 710.

Ao longo dos anos foram vendidas mais de 180.000 unidades do caminhão, e sua marca registrada era a icônica cabine semi-avançada.

Veja os vídeos que mostram a impressionante riqueza de detalhes das miniaturas produzidas pelo José Elias Ther.

 

Vídeo 02:

Fonte: Blogcaminhao – Mercedes-benz.

Produção de equipamentos de transporte cai 21,7%

A indústria brasileira recuou 6,6% em 2016, segundo dados divulgados pelo IBGE nessa quarta-feira (1º). Entre os segmentos, aqueles relacionados a fornecedores do transporte tiveram uma queda ainda mais expressiva: a fabricação de equipamentos de transporte – conta que inclui, por exemplo, embarcações, veículos ferroviários e aeronaves – baixou 21,7%; já a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias caiu 11,4%.  Tomando apenas a fabricação de ônibus e caminhões, a queda acumulada no ano foi de 15,2%.

Os resultados negativos da indústria estão diretamente associados à retração no setor de transporte. Até novembro de 2016, as transportadoras tiveram queda de 7,6% nos serviços, de acordo com a PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), do IBGE. A situação mais preocupante é a do transporte terrestre, que teve redução média estimada em 10,6%. Sem demanda, as empresas deixaram de investir. Além disso, desmobilizaram bens de capital, por exemplo, vendendo veículos e implementos.

A Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2016, produzida pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), aponta números que demonstram esse movimento. No setor, 37,4% das empresas entrevistadas afirmaram ter reduzido o número de veículos em operação no ano passado. Dessas, 63% venderam ativos. O mesmo estudo aponta que 63,7% das entrevistadas não compraram veículos em 2016.

“O setor de transporte e logística está presente em todas as etapas da produção e do consumo de bens e serviços de um país. Quando o nível de atividade da economia se reduz, há diminuição na produção e no consumo de bens e serviços, gerando uma contração da demanda por serviços de deslocamento. Isso faz com que o setor de transporte seja impactado negativamente por uma crise econômica como a que o país vive atualmente. Por sua vez, um menor volume de serviços de transporte resulta em queda do nível de atividade de outros segmentos que dependem de seu desempenho”, já alertou a CNT, no boletim Economia em Foco.
No estudo, a Confederação Nacional do Transporte destacou, entre os segmentos afetados diretamente pelo mau desempenho do setor do transporte, o de combustíveis e lubrificantes, o de autopeças, o de pneus, o de instrumentos eletrônicos, o de seguros, o mercado de financiamentos, serviços de catering, entre outros.
E a perspectiva é que, neste ano, o cenário não apresente melhoras significativas. Das empresas entrevistadas na Sondagem, 44,6% disseram não pretender fazer novas aquisições de veículos neste ano.  E quase metade (49,3%) de todos os entrevistados no setor de transporte acredita que a retomada do crescimento na economia do país só será percebida em 2018.

Fonte:
Natália Pianegonda
Agência CNT de Notícias 

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